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Organização que defende liberdade de imprensa se posiciona sobre Glenn Greenwald

Por| 24 de Janeiro de 2020 às 17h20

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Reprodução
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A organização PEN America, sem fins lucrativos, se manifestou sobre a denúncia contra o jornalista Glenn Greenwald que, na última terça-feira (21), foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por supostamente estar envolvido em um esquema hacker.

De acordo com a nota da organização enviada ao Canaltech, o caso representa uma ameaça à liberdade de imprensa e expressão, temendo que se trate de um ataque com motivações de retaliação política devido ao conteúdo crítico de fazer reportagem. Greenwald, que é um dos fundadores do site The Intercept, vem divulgando mensagens recebidas de hackers desde o ano passado, envolvendo conversas entre figuras importantes da política atual, como o ministro da Justiça Sérgio Moro, ex-juiz federal.

Na denúncia feita pelo MPF, que faz parte da Operação Spoofing, Glenn Greenwald faria parte da operação em conjunto com os cibercriminosos auxiliando, orientando e incentivando a prática. Os advogados do jornalista já estão entrando com medidas judiciais, afirmando que a acusação se trata de uma depreciação de seu trabalho jornalístico.

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Sabendo do caso, a PEN America, que luta pela liberdade de imprensa não só nos Estados Unidos, como no resto do mundo há quase 100 anos, nos enviou uma nota comentando a situação. Leia:

"A notícia que o jornalista investigativo Glenn Greenwald foi acusado de cibercrimes relacionados às suas reportagens sobre a corrupção do governo brasileiro aumenta a preocupação de que ele pode ser alvo de retaliação política pelo seu trabalho de reportagem investigativa. Hoje, a PEN America afirma que isso pode representar um ataque alarmante à liberdade de imprensa no Brasil. 'É impossível separar essas acusações contra Glenn do seu trabalho como repórter investigativo', disse o diretor sênior de programa de liberdade de expressão da PEN America, Summer Lopez. 'Enquanto não sabemos de todos os contornos dessa história, nós sabemos ao menos de duas coisas. A primeira é que a reportagem de Glenn envergonhou profundamente o o governo brasileiro. A segunda é que o presidente do Brasil vem repetidamente e consistentemente atacando a imprensa em geral e Glenn em particular. Por isso, é difícil aceitar essas acusações'. A liberdade de imprensa no Brasil já está em estado precário; Esperamos que a avaliação jurídica dessa acusação criminal entenda o caso e fique ao lado de uma imprensa livre".

PEN America

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Summer Lopez também contou ao Canaltech que a PEN America vem lutando pela liberdade de escrita e de imprensa há quase um século. "Nós aproveitamos o poder de nossos membros nacionais para advogar para a mudança e a defesa dos escritores em perigo pelo mundo todo. Lutamos na corte, em casas do Estado e nas ruas para promover questões relacionadas ao tema", contou o diretor sênior.

A PEN America já publicou relatórios de pesquisa sobre desinformação importantes, além de terem entrado com um "processo contra o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pelas suas tentativas de retaliar os meios de comunicação que ele não gosta".

A organização disse ainda reconhecer jornalistas e escritores afetados pelo assédio virtual, ou aqueles que foram presos por se expressarem, com o prêmio Freedom to Write (Liberdade para Escrever), além de lançar uma campanha de direitos em nome deles.

Entre os homenageados mais recentes estão os repórteres da Reuters, Wa Lone e Kyaw Soe Oo, e os ativistas e escritores árabes Loujain Al-Hathloul, Eman Al-Nafjan e Nouf Abdulaziz.

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Fonte: PEN America