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Hackers iranianos promovem ataque em candidato presidencial dos EUA

Por| 05 de Outubro de 2019 às 16h10

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Hackers iranianos promovem ataque em candidato presidencial dos EUA
Hackers iranianos promovem ataque em candidato presidencial dos EUA
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Nesta sexta-feira (4) a Microsoft revelou ter identificado uma série de ciberataques entre agosto e setembro deste ano a usuários que estão envolvidos com a campanha presidencial de um dos candidatos a presidente dos Estados Unidos em 2020.

O ataque foi feito por um grupo identificado como Phosporus que, segundo a Microsoft, teria ligação direta com o governo do Irã. Este grupo teria não apenas hackeado as contas de pessoas envolvidas com a campanha presidencial de 2020, mas também destacado 241 indivíduos que seriam vítimas de futuros ataques direcionados.

Segundo a empresa, entre os indivíduos considerados como alvos de ataques futuros, estavam atuais e antigos oficiais de governo, jornalistas que cobrem o cenário político global e cidadãos iranianos de destaque, que vivem fora do país asiático. De acordo com a empresa, a Phosphorus teria pesquisado os hábitos desses alvos e enviado links falsos para a recuperação de senhas para conseguir o acesso à conta dessas pessoas.

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Ainda que a Microsoft não tenha revelado quem foi o político hackeado, os desdobramentos mais recentes da política americana podem indicar que o alvo tenha sido a equipe de Joe Biden, um dos candidatos que está disputando o cargo de representante do Partido Democrata para as eleições presidenciais de 2020.

Isto porque, nesta semana, um delator revelou que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chantageou o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenski, ameaçando não enviar mísseis e tanques de guerra para o país (ajuda que os EUA enviaria para a Ucrânia se proteger da Rússia que, desde 2014, invadiu o território ucraniano da Criméia com suas tropas) caso Zelinski se recuse a investigar um caso envolvendo Hunter Biden (filho de Joe Biden), que teria usado a influência do pai (na época vice-presidente dos Estados Unidos durante a gestão Obama) para conseguir um cargo de diretor em uma das maiores empresas extratoras de gás natural do país. Além disso, um tempo depois, Joe Biden teria usado sua influência como vice-presidente para pressionar a Ucrânia a demitir o promotor geral do país à época, que supostamente estaria investigando uma conduta irregular de Hunter na diretoria da empresa.

Boa parte desta história é verdade: Hunter Biden realmente assumiu o cargo de diretor da Burisma Holdings em 2014, época que o pai dele ainda era vice-presidente dos Estados Unidos. E Joe Biden admitiu que pressionou a não-liberação de US$ 1 bilhão em verbas para a Ucrânia caso eles não retirassem Viktor Shokin do cargo promotor geral do país (Shokin foi afastado do cargo em março de 2016, durante o último ano do governo Obama e de Biden como vice-presidente dos Estados Unidos). Ainda assim, o fato do presidente dos Estados Unidos ter chantageado o líder de outro país para descobrir podres de um possível adversário na eleição de 2020 foi considerado como um grave abuso de poder pelo Congresso do país, que iniciou o processo de impeachment de Trump.

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Por isso, a equipe de Joe Biden é a principal suspeita de que tenha sido a vítima do ciberataque iraniano - por todo este histórico. Além disso, desde que essa história foi revelada, Trump não apenas já afirmou em rede nacional que que pediu mesmo para o presidente da Ucrânia a investigar o caso, como ainda fez um apelo para que a China também fosse a fundo nesta história, deixando um claro interesse em encontrar algum podre na carreira de Biden como vice-presidente de Obama, que tem sido o maior slogan da campanha dele e garantido o primeiro lugar na preferência do Partido Democrata.

Mesmo assim, o fato de se tratar do Irã diminui muito as chances de que o alvo dos hackers tenha sido Biden. Isso porque, tirando fato de que Trump tem uma certa fixação pelo candidato que vive lembrando os eleitores do governo Obama, há pouco nexo em acreditar que o presidente entrou em contato com o Irã para pedir uma investigação de seu adversário político. Não porque Trump nunca faria isso - ele já até afirmou em rede nacional, mais de uma vez, que faria sim - mas porque a relação dos Estados Unidos com o Irã nunca esteve tão abalada quanto nos últimos quatro meses, em que houve ataques abertos de ambos os lados e há a possibilidade real de uma declaração de guerra - o que torna pouco provável que os chefes de estado de ambos os países tenham deixado essa diferença de lado para combinar investigações sobre possíveis adversários políticos.

Independente de quem tenha sido realmente as vítimas do ataque, a Microsoft afirmou que já entrou em contato com todas as pessoas afetadas, e espera-se que elas já tenham tomado medidas para melhorar a segurança de seus computadores e das redes que acessam.

Fonte: MSPowerUSer