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Sem acordo, funcionários dos Correios entram em greve em todo o Brasil

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Sem acordo, funcionários dos Correios entram em greve em todo o Brasil
Sem acordo, funcionários dos Correios entram em greve em todo o Brasil

O Sindicato dos trabalhadores dos Correios de São Paulo, Grande SP e Sorocaba (Sintect-SP) anunciou nesta terça-feira (10) que os funcionários da estatal entraram em greve em todo o Brasil por tempo indeterminado. A categoria é contra a privatização dos Correios, uma das pautas econômicas do presidente Jair Bolsonaro e do Ministério da Economia. Empresas como Amazon e Alibaba já demonstraram interesse em adquirir a estatal.

A decisão foi tomada após assembleia com cerca de 5 mil trabalhadores e demais líderes sindicais, realizada no clube da CMTC (Companhia Municipal de Transportes Coletivos). Segundo eles, as reivindicações seriam o reajuste salarial de acordo com a inflação, que está em 3,43%, e a manutenção de benefícios, como ter os pais como dependentes no plano de saúde e coparticipação de 30%, além da continuidade de percentual de férias em 70% e vales-alimentação e refeição.

“Cerca de 80% das agências vão aderir à greve. Foram 36 sindicatos que em conjunto e com decisão unânime decidiram pela paralisação”, afirma Douglas Cristóvão de Melo, diretor de comunicação do Sintect (Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios Telégrafos e Similares de São Paulo, Grande São Paulo e zona postal de Sorocaba) e da Findect (Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores dos Correios), em entrevista à Veja. Alguns sindicatos ainda farão assembleias.

De acordo com o Sintect-SP, "a direção dos Correios, a mando do governo, se negou a negociar com os trabalhadores. O próprio Tribunal Superior do Trabalho (TST) denunciou isso". "A intenção do governo e da direção da ECT é acabar com os benefícios da categoria". Segundo o sindicato, em nota, a direção da ECT e o governo querem "reduzir radicalmente os salários e benefícios para privatizar os Correios".

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Mas, no entanto, houve sim proposta da empresa. O reajuste salarial oferecido foi de 0,8%, que, no fim das contas, acabou sendo um dos principais pontos reclamados pela categoria, além dos já citados acima.

Em nota, a direção dos Correios informou ter participado de 10 encontros com os representantes dos trabalhadores para apresentar propostas dentro das condições possíveis, "considerando o prejuízo acumulado na ordem de R$ 3 bilhões". "O principal compromisso da direção dos Correios é conferir à sociedade uma empresa sustentável. Por isso, a estatal conta com os empregados no trabalho de recuperação financeira da empresa e no atendimento à população", informou a estatal.

Ainda segundo o Sindicato, no último dia 4 de setembro os Correios rejeitaram uma mediação feita pelo TST com os funcionários. Pela primeira vez uma empresa fechou as portas, de forma unilateral. As negociações seguem nesta quarta-feira (11).

Fonte: Agora SP , Veja , G1