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Pesquisador revela que fake news surgiram nas eleições brasileiras em 2014

Por| 29 de Novembro de 2019 às 07h30

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Vivemos um momento delicado de disseminação de campanhas de desinformação e notícias falsas, algo que rondou bastante as eleições nacionais de 2018 — e já era motivo de preocupação no pleito que levou Donald Trump à presidência dos Estados Unidos em 2016. De acordo com o pesquisador Marco Aurélio Rudieger, diretor de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), as fake news não somente deram as caras por aqui no ano passado, como nasceram no pleito eleitoral de 2014.

Rudieger falou sobre seu levantamento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) das Fake News. Segundo ele, há uma estrutura sistêmica de integração de várias plataformas a partir do disparo em massa de notícias, complementado por uma comunidade de influenciadores que cooperam de forma aderente com esse sistema.

"O impacto disso é a distorção brutal da informação, um processo de difamação e destruição de reputações consistentemente planejado e a quebra de confiança nas instituições, sendo este o aspecto mais nocivo e pérfido desse processo", afirmou.

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Robôs são usados desde 2014

O uso de robôs (ou bots) para a replicação e distribuição do material falso vem sendo usado, segundo Rudieger, desde as eleições de 2014. "Nas eleições de 2014 houve a utilização de robôs por vários campos. No primeiro turno das eleições de 2018, o centro político foi mais fraco na utilização desses mecanismos, usados de forma intensa nas polaridades", disse.

A avalanche de informação, tanto da direita quanto da esquerda, fortalece esse ambiente agressivo e polarizado que vivemos. "Há perfis ligados ao campo de direita e de esquerda, há robôs funcionando no debate contínuo hoje, que não se limita somente às eleições. O processo político hoje é influenciado pelo debate orgânico e inorgânico subjacente a ele, que opera e distorce, por vezes", afirmou.

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Para as eleições de 2020, Rudieger sugeriu a adoção de transparência no financiamento com dinheiro público, a responsabilização das plataformas, a análise dos algoritmos e a proteção de dados. "A gente tem lei de proteção de dados e ela tem que ser levada a sério, e está demorando muito tempo para isso", destacou pesquisador, referindo-se à Lei 13709/18.

Fonte: Câmara dos Deputados