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Paraná usará inteligência artificial para preencher e corrigir notas fiscais

Por| Editado por Claudio Yuge | 25 de Agosto de 2022 às 15h20

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Elements/twenty20photos
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A Secretaria da Fazenda do Paraná (SEFA/PR) firmou uma parceria com a Associação Brasileira de Tecnologia para o Comércio e Serviços (AFRAC) para o desenvolvimento de um projeto-piloto que envolve o uso da inteligência artificial para preencher e corrigir notas fiscais. O objetivo do acordo é reduzir a complexidade fiscal para os varejistas e para o fisco.

De acordo com o vice-presidente de Inovação AFRAC, Marcelo Filipak, todas as transações comerciais precisam da descrição de uma série de informações relativas à operação. Esse preenchimento não é algo intuitivo, por ser sujeito a regras com muitas variações e exceções. Por isso, o erro no preenchimento de notas fiscais é algo muito comum.

“Além do inerente custo operacional para o Estado, essa identificação muitas vezes tardia dos erros faz com que os contribuintes se sintam injustiçados quando precisam arcar com alguma multa, judicializando o que deveria ser simples”, explica Filipak. Estima-se, inclusive, que cerca de 30% dos custos das empresas com compliance têm relação com a complexidade fiscal.

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Notas fiscais eletrônicas aumentaram complexidade

Hoje, o Brasil possui nove modelos de notas fiscais eletrônicas, e a adesão a esse modelo, inclusive, fez com que o número de campos a serem preenchidos subisse. Antes, por exemplo, seria necessário preencher apenas a alíquota efetiva, hoje, cada modelo tem um número diferente de campos a serem preenchidos, mas sempre é mais do que um.

“Apesar dos benefícios da digitalização fiscal, o cenário atual não é ideal nem para o varejista e nem para o fisco”, diz o presidente da AFRAC, Paulo E. Guimarães, o Peguim. “Modelos de Inteligência Artificial poderiam sanar boa parte desse problema de preenchimento e correção de notas fiscais”, defende o executivo.

Foi com isso em mente que a associação iniciou um grupo de trabalho com profissionais dos seus associados para discutir sobre hipóteses que podem ajudar no desenho de estratégias que possam ajudar os contribuintes paranaenses.

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Trabalho está em estágio inicial

O grupo de trabalho de IA/IOT (Inteligência Artificial e Internet das Coisas) tem conduzido o projeto de pesquisa como uma forma de agregar a inteligência artificial e a eficiência tecnológica ao Big Data da SEFA/PR, que já existe. A expectativa é de que o piloto já esteja ativo em um prazo de seis meses a um ano, a conclusão deve ocorrer dentro de dois anos.

"É um passo importante para a economia do País, pois a complexidade das regras fiscais torna o seu cumprimento uma tarefa quase insana", defende Peguim. Atualmente, a associação ainda está na fase de exploração do problema, quando são testados diversos modelos e hipóteses em cima da base de dados existente.

"Ao combinar a riqueza da base [de dados da Secretaria da Fazenda do Paraná] com as ferramentas de machine learning acreditamos ser possível construir modelos preditivos com nível de precisão que nenhuma empresa privada possui", diz Filipak. Segundo ele, no futuro, o uso pode, inclusive, ir além do preenchimento de notas fiscais.