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Huawei: agência canadense alertou para choque global se Meng Wanzhou fosse presa

Por| 16 de Junho de 2020 às 07h45

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Huawei: agência canadense alertou para choque global se Meng Wanzhou fosse presa
Huawei: agência canadense alertou para choque global se Meng Wanzhou fosse presa
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A agência de inteligência do Canadá alertou que caso Meng Wanzhou fosse presa, o fato provocaria "ondas de choque" globais, afetando seriamente os laços da China com o país norte-americano. O alerta foi feito pouco antes da detenção da CFO da Huawei, em dezembro de 2018, a pedido do governo dos EUA, que quer a sua extradição.

Novos documentos judiciais exibidos na sexta-feira (12) mostram o envolvimento do Serviço de Inteligência de Segurança do Canadá (CSIS) na prisão de Meng Wanzhou. O ato que causou uma séria crise nos laços diplomáticos entre Ottawa e Pequim. Além de diretora financeira da gigante chinesa de tecnologia, Wanzhou é também a filha de Ren Zhengfei, fundador da Huawei. A companhia está no centro da implementação da próxima geração da tecnologia de dados móveis, que você conhece como 5G. E nesse cenário, há uma disputa de longa data com administração do presidente dos EUA, Donald Trump.

Um relatório do CSIS foi anexado junto aos documentos usados pelos promotores canadenses no tribunal da Suprema Corte da Colúmbia Britânica, como parte do processo de extradição de Meng. Em um memorando editado em 1º de dezembro de 2018, a agência de inteligência canadense disse que foi aconselhado pelo FBI a planejar a prisão de Meng quando ela chegasse em um voo que pousaria no Aeroporto Internacional de Vancouver no mesmo dia.

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"A prisão provavelmente enviará ondas de choque ao redor do mundo", disse CSIS em seu relatório. "O evento planejado será de grande importância internacional e bilateralmente", segundo o documento.

Os advogados de Meng e da Huawei, por sua vez, chamaram os documentos de uma prova cabal de que as autoridades conspiraram contra Meng. Além disso, os novos documentos judiciais mostram que a CSIS estava preocupada em saber quando a prisão de Meng poderia se tornar pública. Seus advogados notaram que o assunto era de particular interesse, já que o primeiro-ministro canadense Justin Trudeau, Trump e o presidente chinês Xi Jinping estavam participando da cúpula do G20 na Argentina e jantando juntos na noite de 1º de dezembro.

Meng Whanzou x Canadá (e EUA): entenda o caso

Meng Whanzou é acusada de fraude bancária por enganar o HSBC sobre o relacionamento da Huawei com uma empresa que opera no Irã. Segundo as acusações, ela teria colocado o banco em risco de multas e penalidades por violar as sanções dos norte-americanos contra o governo iraniano.

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Os advogados de Meng alegam que, como as sanções contra o Irã não existiam no Canadá no momento da prisão de Wanzhou, logo, suas ações não poderiam ser configuradas como crime em território canadense. No entanto, no último dia 27 de maio, a executivo sofreu um forte revés em sua luta contra a extradição para os EUA. Isso porque a Justiça canadense negou o argumento da sua equipe de defesa. A juíza Heather Holmes, da Suprema Corte da Colúmbia Britânica, discordou dos argumentos da defesa, alegando que o padrão legal de dupla criminalidade havia sido cumprido. Além disso, a magistrada afirmou que a abordagem de Meng limitaria seriamente a capacidade do Canadá de cumprir suas obrigações internacionais no contexto da extradição por fraude e outros crimes econômicos.

Reid Weingarten, advogado americano de Meng, disse na ocasião que ela "não deve ser um peão ou refém" no relacionamento China-EUA. Os laços entre as duas superpotências estão se deteriorando constantemente em meio a disputas sobre o comércio e o futuro de Hong Kong. "A decisão de hoje no Canadá é apenas a de abertura em um processo muito longo", afirmou Weingarten. "Estamos confiantes de que, em última análise, a justiça será feita", completa.

A decisão prepara o caminho para as audiências de extradição, cujo início está programado para acontecer já a partir deste mês. Nas primeiras etapas, será examinado se as autoridades canadenses seguiram a lei enquanto prendiam Meng. Os argumentos de encerramento são esperados entre a última semana de setembro e a primeira semana de outubro.

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Fonte: Reuters