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The Game Awards 2025: Clair Obscur leva Jogo do Ano; veja lista de vencedores

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Reprodução/Canaltech
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A noite desta quinta-feira (11) ficará marcada na história dos videogames. Clair Obscur: Expedition 33, o RPG francês da estreante Sandfall Interactive, levou para casa o troféu de Melhor Jogo do Ano no The Game Awards 2025, superando os concorrentes Death Stranding 2: On The Beach, Donkey Kong Bananza, Hades II, Hollow Knight: Silksong e Kingdom Come: Deliverance II. Muito além de uma conquista para o estúdio Montpellier, pela primeira vez na história o evento consagrou um jogo de estreia de um estúdio como o GOTY.

Com suas 12 indicações recordes, Clair Obscur chegou à premiação como uma das grandes surpresas do ano e passou o rodo em praticamente todas as categorias. Das 10 categorias a que concorria, o jogo francês ganhou 9 estatuetas — a única que não faturou foi a de Melhor Design de Som.

Tamanha vitória, no entanto, não veio sem controvérsias. O debate sobre Clair Obscur ser ou não um jogo verdadeiramente indie dominou as discussões nas redes sociais durante toda a temporada de premiações. Mesmo assim, nada disso diminuiu o impacto de uma das noites mais emocionantes da história do The Game Awards, quando um pequeno e estreante estúdio francês conseguiu derrotar gigantes consolidados da indústria.

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O fenômeno por trás de Clair Obscur: Expedition 33

Clair Obscur: Expedition 33 nos apresenta a uma experiência emocional devastadora. Ambientado em um mundo onde uma entidade misteriosa conhecida como "Pintora" determina anualmente quantos anos as pessoas poderão viver, o jogo explora temas como mortalidade, perda e esperança com uma maturidade narrativa ímpar. A premissa, por si só, já seria suficiente para chamar atenção, mas é na execução que o título da Sandfall Interactive realmente brilha.

O que mais impressiona na proposta é como o jogo consegue equilibrar mecânicas de combate inovadoras com uma narrativa tocante. O sistema de batalha, que mescla elementos de RPGs tradicionais com mecânicas reativas inspiradas em Paper Mario e Sekiro, exige dos jogadores estratégia e reflexos apurados. Cada ataque pode ser aparado, cada movimento defensivo pode ser transformado em um contra-ataque devastador, criando uma dança rítmica que mantém a tensão mesmo nos confrontos.

A crítica especializada rotulou o game como uma das estreias mais impressionantes dos últimos anos e elogiou a trilha sonora do RPG, comparando-a a clássicos como NieR: Automata. A aclamação se estende também ao elenco de vozes, que inclui nomes como Charlie Cox (Demolidor), Andy Serkis e Jennifer English, conferindo peso dramático às performances.

Visualmente, Clair Obscur é, atualmente, uma das melhores implementações da Unreal Engine 5. O mundo de Lumière, uma versão distorcida e melancólica da Paris da Belle Époque, cria um ambiente diferenciado, de encher os olhos, com a Torre Eiffel e o Arco do Triunfo fragmentados e transformados pelos efeitos de um cataclismo conhecido como "a Fratura". É uma direção de arte que combina o onírico com o nostálgico, criando ambientes que são igualmente familiares e alienígenas.

Como dito, a trilha sonora composta por Lorien Testard merece menção especial. Misturando elementos orquestrais tradicionais com toques contemporâneos, incluindo até mesmo influências de dubstep, a música do jogo consegue capturar perfeitamente a dualidade entre luz e sombra que dá nome ao título. É uma soundscape que vai desde peças melancólicas ao piano até composições energéticas lideradas por acordeão, sempre servindo à narrativa de forma orgânica.

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Polêmicas que cercaram a trajetória

Nem tudo foram flores na jornada de Clair Obscur até o topo. A principal controvérsia girou em torno de sua categorização como jogo indie, tema que dividiu opiniões tanto da crítica quanto do público. Com indicações nas categorias de Melhor Jogo Independente e Melhor Jogo Independente de Estreia, o título fez muita gente questionar os critérios usados para definir o que é ou não um jogo indie em 2025.

A Sandfall Interactive começou como um estúdio verdadeiramente independente, mas ao longo do desenvolvimento recebeu financiamento da Kepler Interactive e posteriormente vendeu os direitos de distribuição para a mesma empresa. Essa mudança, segundo críticos, deveria ter desqualificado o jogo das categorias independentes, principalmente porque o orçamento cresceu consideravelmente e permitiu contratar estrelas de Hollywood para o elenco.

O debate ganhou ainda mais força quando foi descoberto que nem todas as 30 pessoas creditadas à Sandfall trabalharam diretamente no desenvolvimento do jogo. Análises detalhadas dos créditos mostraram a participação de dezenas de profissionais externos, incluindo uma equipe sul-coreana de oito animadores responsável por grande parte das mecânicas de combate, além de mais de 30 músicos que contribuíram para a trilha sonora. A narrativa de "feito por apenas 30 pessoas" se mostrou bem diferente do que foi apresentada.

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Geoff Keighley, criador do The Game Awards, não é estranho a esse tipo de polêmica. Em 2023, Dave the Diver causou controvérsia similar ao ser indicado como Melhor Jogo Independente apesar de ter sido desenvolvido pela Mintrocket, subsidiária da gigante sul-coreana Nexon. A inconsistência nos critérios de elegibilidade tem sido um ponto de crítica recorrente à premiação, demonstrando a falta de padronização sobre o que realmente é um jogo independente.

Apesar de tudo isso, muitos defendem que Clair Obscur merece ser considerado um jogo indie com base na liberdade criativa mantida pela equipe e na origem humilde do projeto. Guillaume Broche chegou a classificar o estúdio como "triple-I" (uma zona entre indie e AAA), reconhecendo a complexidade da categorização. O próprio presidente francês Emmanuel Macron elogiou o jogo como "exemplo brilhante da audácia francesa", demonstrando o impacto cultural da obra.

Veja todos os vencedores do The Game Awards 2025

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A seguir, você encontra a lista completa com todos os ganhadores do The Game Awards 2025, categoria por categoria:

  • Melhor Jogo do Ano: Clair Obscur: Expedition 33
  • Melhor Direção de Jogo: Clair Obscur: Expedition 33
  • Melhor Narrativa: Clair Obscur: Expedition 33
  • Melhor Direção de Arte: Clair Obscur: Expedition 33
  • Melhor Trilha Sonora e Música: Lorien Testard, Clair Obscur: Expedition 33
  • Melhor Design de Som: Battlefield 6
  • Melhor Performance: Jennifer English, Clair Obscur: Expedition 33
  • Melhor Inovação em Acessibilidade: Doom: The Dark Ages
  • Melhor Jogo que Impacta: South of Midnight
  • Melhor Jogo em Andamento: No Man’s Sky
  • Melhor Apoio à Comunidade: Baldur’s Gate 3
  • Melhor Jogo Independente: Clair Obscur: Expedition 33
  • Melhor Estreia de Jogo Independente: Clair Obscur: Expedition 33
  • Melhor Jogo Mobile: Umamusume: Pretty Derby
  • Melhor Jogo VR/AR: The Midnight Walk
  • Melhor Jogo de Ação: Hades II
  • Melhor Jogo de Ação/Aventura: Hollow Knight: Silksong
  • Melhor RPG: Clair Obscur: Expedition 33
  • Melhor Jogo de Luta: Fatal Fury: City of the Wolves
  • Melhor Jogo para Família: Donkey Kong Bananza
  • Melhor Jogo de Simulação/Estratégia: FINAL FANTASY TACTICS - The Ivalice Chronicles
  • Melhor Jogo de Esporte/Corrida: Mario Kart World
  • Melhor Jogo Multiplayer: Arc Raiders
  • Melhor Adaptação: The Last of Us: Temporada 2
  • Jogo Mais Desejado: Grand Theft Auto VI
  • Melhor Criador de Conteúdo: MoistCr1TiKaL
  • Melhor Jogo de Esports: Counter-Strike 2
  • Melhor Atleta de Esports: Chovy - Jeong Ji-hoon (League of Legends)
  • Melhor Time de Esports: Team Vitality - Counter-Strike 2

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