Review Metroid Prime 4: Beyond | O glorioso retorno de Samus Aran
Por Diego Corumba • Editado por Jones Oliveira |

O lançamento de Metroid Prime 4: Beyond foi aguardado com muitas expectativas. Afinal de contas, se passaram 18 anos desde o último game numerado e 8, desde seu anúncio na famigerada E3 de 2017.
O que os fãs querem: que Samus Aran volte em toda a sua glória, com gráficos e jogabilidade de ponta no Switch e no Switch 2, assim como uma aventura épica. E é exatamente isso que a Big N te entregará neste game.
Ele demorou tanto assim por uma razão: tinha de ser lançado da melhor forma possível. E depois de várias horas em Metroid Prime 4: Beyond, posso afirmar para vocês que o objetivo foi cumprido com louvores.
Prós
- É um excelente FPS
- Os novos poderes de Samus são muito bem-executados
- Não é outra tentativa de “mundo aberto”
- Um belo início para a nova fase da heroína
Contras
- Algumas mecânicas são sofríveis
- O melhor do Switch 2, mas não é perfeito
A glória em Metroid Prime 4
Em Metroid Prime 4: Beyond, temos a linha de FPS (e não metroidvania, como alguns estão acostumados) com a caçadora de recompensas Samus Aran. Ou seja, exceto pelos trechos como Morph Ball ou com a motocicleta Vi-O-La, todos os trechos são apresentados em 1ª pessoa.
Dito isso, quase tudo é visto sob os olhares da heroína. Ela testemunha a invasão de Sylux contra a Federação Galáctica, é transportada para um planeta desconhecido por acidente com outros membros da organização e tem de desvendar um grande mistério para poder sair de lá.
Um dos aspectos que vai ajudá-la é o poder psíquico que ela adquire dos Lamornianos (antigos seres conscientes que viviam naquele lugar). Isso possibilita movimentar objetos, elevar ou descer plataformas e diversas outras habilidades que são desbloqueadas enquanto avança.
Se isto não bastasse, também terá de encontrar os chips para serem equipados no canhão — com poderes de disparar fogo, gelo e outros elementos para abrir caminho e resolver quebra-cabeças. Isso sem falar nos power-ups gerais, tanto da armadura quanto das técnicas psíquicas.
Mesmo com tudo isso em suas mãos, Metroid Prime 4: Beyond tem como o seu grande destaque a moto Vi-O-La. Com ela, você pode atravessar o grande deserto que está ao redor dos templos e instalações do planeta Viewros, além de atacar inimigos e atravessar ambientes inóspitos.
Vale notar um detalhe muito importante: o deserto de Viewros não é uma tentativa da Nintendo de trazer um mundo aberto à franquia. Ele serve apenas para você transitar entre os lugares que são estabelecidos no início da aventura.
Ele serve para Metroid Prime 4: Beyond como Hyrule funcionou em The Legend of Zelda: Ocarina of Time. Exceto por algumas curiosidades no caminho e power-ups escondidos, você muitas vezes só atravessará por ele direto. Não há promessa de grandiosidade, conteúdo nem nada do tipo.
O jogo não finge ser aquilo que ele não é. A franquia não é sobre explorar mapas colossais e descobrir cada segredo e ícones espalhados por um mundo aberto. É um FPS com quebra-cabeças, nada mais e nada menos do que isso. Isso é muito bem-resolvido desde os estágios iniciais.
“Metroid Prime 4 não tenta ser maior do que tem a oferecer e é preciso muita coragem para fazer muito bem aquilo que se propôs, sem inventar moda” — Diego Corumba
Novas habilidades para Samus
É muito bom ver quando renovam as fórmulas de certas franquias e Metroid Prime 4: Beyond consegue deslizar bem neste cenário. Os poderes mentais que Samus Aran herda são bem estruturados e enriquecem bastante o gameplay e a trama.
Não digo apenas de subir e descer plataformas, mas também criar uma base para pisar, manipular energia e usar ganchos te mantém sempre alerta para diversas mecânicas que podem ser usadas em simultâneo. Me surpreendeu bastante ele usar e abusar de todos os botões e combinações possíveis.
Há um grande equilíbrio nos poderes do canhão, habilidades da Vi-O-La e nos momentos em que Samus está na forma de Morph Ball. Metroid Prime 4: Beyond não se contenta em ser apenas um FPS onde você amassa o botão de tiro. Ele é um jogo completo e te prova isso a cada conflito.
Confesso que algumas mecânicas não me agradaram muito. O gancho, por exemplo, é sofrível para dizer o mínimo. Meus piores momentos dentro da aventura foram os quais dependi dele e acreditei que poderia ser melhor executado. Não tira o brilho dos demais, mas não é tudo lindo e maravilhoso.
Também me impressionou a movimentação dos oponentes, desde os mais básicos até os chefões. Alguns percebem quando Samus carrega a energia para um disparo mais poderoso e desviam, além de se posicionarem atrás de pilastras e usar de artifícios para impedir você. A IA está espetacular.
Em relação aos comandos, entre usar o Joy-Con 2 como controle, como mouse e o Switch 2 Pro Controller, Metroid Prime 4: Beyond se sai melhor com o último. Não que os outros sejam ruins, mas é melhor ter um acessório completo e confortável em mãos na direção que ele segue.
Os controles que já vem com o Nintendo Switch 2 são incômodos ao uso de longo prazo, apesar de suas funções como mouse soarem bem interessantes. Não perde muito em nenhum deles, caso seja a sua preocupação. Porém, ainda não é o “jogo definitivo” para usá-lo com gosto.
Gráficos e desempenho de ponta
Testei o Modo Qualidade e Modo Desempenho de Metroid Prime 4: Beyond, na dock e no portátil e serei direto: a Big N entrega exatamente aquilo que propõe em ambos. Sem tirar nem por, ele executa com maestria o que foi prometido.
Em questão de gráficos, ele é espetacular. O visual de Samus, os cenários, os efeitos visuais da ação e até a presença dos NPCs com rostos humanos mostram o projeto mais ambicioso da Nintendo até os dias atuais. Não botei muita fé, mas me surpreendeu bastante ver que acertaram em cheio nele.
Diz o ditado que “o diabo está nos detalhes”. Em determinados momentos, você consegue enxergar os olhos de Samus no reflexo do seu visor. O brilho na barriga de certo monstro antes de desferir uma cuspidela ácida. A fresta que permitirá avançar e a que é intransponível.
Pode parecer que nada disso impacta muito na era do realismo e de visuais cada vez mais aprimorados. Porém, em Metroid Prime 4: Beyond é o que vai te encantar — principalmente se jogar no Modo Qualidade na dock, com resolução em 4K e 60 FPS.
No deserto de Viewros os visuais e detalhes se tornam menos impressionantes, mas é o preço a se pagar por uma área massiva. No entanto, dentro das instalações e estruturas, ele vai brilhar bastante.
Com o Switch 2 portátil, também vi muita qualidade e uma proximidade grande com a experiência que tive na dock. Reduziu resolução e taxa de quadros, mas o game se manteve dinâmico, sem travamentos ou quedas visíveis de qualidade.
Metroid Prime 4: Beyond é perfeito? Não é bem assim. Como FPS, ele poderia se favorecer demais de tecnologias como o áudio 3D e de uma câmera aprimorada. Não vamos chorar as pitangas do que não está presente, mas isso com certeza tornaria a experiência um ícone de sua geração.
“Se a Nintendo oferecesse um headset de ponta ou melhorasse um pouco a câmera do jogo, a experiência sentaria em um patamar maior” — Diego Corumba
Metroid Prime 4 vale a pena?
O projeto mais ambicioso da Nintendo em 2025, Metroid Prime 4: Beyond com certeza vai figurar entre os 10 melhores títulos presentes no Switch e Switch 2.
Ele está distante de causar o mesmo impacto de um The Legend of Zelda: Breath of the Wild, mas tem o brilho próprio e vai reacender o amor dos fãs pela franquia.
Ele não funciona apenas como um novo jogo da série, mas sim como um verdadeiro recomeço para Samus Aran nesta geração. Ao confrontar o vilão Sylux, a heroína tem em Metroid Prime 4: Beyond o melhor início possível para a sua nova fase.
Só resta à Nintendo investir neste universo para que os fãs não tenham de esperar outros 18 anos para ver a sequência de seus eventos. O público e a personagem merecem mais destaque nesta fase da companhia e do Switch 2.
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