Review Kirby Air Riders | Ser ou não ser de corrida? Eis a questão
Por Diego Corumba |
22 anos depois do primeiro jogo, Masahiro Sakurai decidiu retomar a linha de corrida da bolota rosa e hoje vemos Kirby Air Riders tomar forma no Nintendo Switch 2. E isso não funcionaria sem uma tonelada de novidades que revitalizam o mascote ou sem trazer muita diversão.
- 10 franquias que deviam voltar no Switch 2
- 10 características que poderiam ser melhores no Nintendo Switch 2
E é até errado chamar a experiência apenas de “corrida”. O produtor usou toda a sua experiência de Super Smash Bros. e soube misturar de forma excelente os confrontos, os modos disponíveis e a fofura que o personagem e seus amigos carregam.
Então, o que é Kirby Air Riders? Um verdadeiro hub para curtir — seja sozinho ou com toda a sua família no seu videogame. E fazer isso em um console híbrido só expande ainda mais as opções disponíveis para todos os jogadores.
Prós
- Diversão para todos os gostos
- O spin-off definitivo de Kirby
- Uma experiência completa do mascote
Contras
- Ele não é um “jogo de corrida”
- O excesso torna tudo caótico
- É o Super Smash Bros. do Kirby
Todos em Kirby Air Riders
Em Kirby Air Riders, você controlará diversos personagens da franquia em pistas onde o principal não é pisar fundo no acelerador: é acertar o momento certo em curvas para acionar o turbo e bater com toda a sua força nos oponentes que encontra no seu caminho.
Isso pode sair “um pouco” dos parâmetros como vemos em Mario Kart, por exemplo, mas até que se encaixa bem na proposta. Os itens não ficam enfileirados, como caixas que esperam você pegá-las. Eles correm junto, se movem e exigem habilidade para conquistá-lo
A graça é pegá-los enquanto desvia dos golpes dos oponentes e até de elementos das próprias pistas. Claro, enquanto tenta alcançar a tão desejada 1ª posição dentro da disputa — o que pode não ser uma tarefa tão simples.
Graficamente ele é um espetáculo, em jogabilidade ele também diverte. Porém Kirby Air Riders soa aquele tipo de título que cada pessoa terá o seu próprio modo favorito e, para mim, a disputa no Rali Rasante e Pé na Estrada (as principais) não convenceram.
Há dois outros modos: o Vista Aérea, que parece que você pilota autoramas (entrega minha idade, eu sei) com a câmera superior e o Prova Urbana, que parece um Twisted Metal/Vigilante 8 com Kirby e seus amigos.
Enquanto o Vista Aérea é só uma versão mais simples do Rali Rasante, Prova Urbana intercala os confrontos com mini-jogos no meio — o que torna a experiência extremamente empolgante para todos.
Independentemente do seu favorito, o importante é saber que todos vão se aproveitar de algum modo na experiência. E isso que me saltou os olhos em Kirby Air Riders: são opções para todos curtirem, não importa se é de forma solo ou com amigos (no sofá ou no multiplayer online).
O spin-off definitivo
De forma direta, Kirby Air Riders parece um verdadeiro playground do mascote. Pode não ser um jogo novo de plataforma, mas cumpre o papel de se aproximar dos fãs e trazer sua fofura para mais perto dos donos do Switch 2.
Corrida, batalhas, colecionáveis, desbloquear diversos rostos conhecidos da série de jogos e tudo mais são tarefas interessantes e que vão deixar todos encantados com o cuidado com o que Masahiro Sakurai cuidou dos detalhes.
Dá pra dizer que o jogo é a experiência definitiva do personagem, o hub central onde poderá encontrá-lo para se divertir. Ele até possui uma história e narrativa, mas ela não é o grande foco (igual o modo “World of Light” de Super Smash Bros. Ultimate).
Kirby Air Riders se posiciona desta forma dentro da franquia. Não é o tipo de game que você passa de 5 a 6 horas contínuas, totalmente fissurado. É aquele que dá para jogar de 1 a 2 horas aqui e ali, mas que nunca vai querer deletar do armazenamento do seu videogame.
Tem jogos em que viciamos e queremos acabar de uma vez só. Não é o caso deste, isso eu lhe garanto. Não é “quanto tempo” você passará nele, mas sim se ele foi o suficiente para te desprender das frustrações do dia-a-dia e te entreter— nem que seja um pouco.
“Como aquele prato delicioso de almoço de domingo, acabar com 3 mastigadas seria até um crime. Não devore Kirby Air Riders, saboreie. Será muito melhor, vai por mim”
O anti-corrida
Muita gente vai errar ao comprar o jogo enquanto pensa que ele será um Mario Kart do Kirby. Ele vai levar você para correr e buscar o 1º lugar, mas o que você fará é outra coisa. Seria como gerir recursos e aproveitar momentos de oportunidade para ultrapassar seus oponentes.
Ele não deixa de ser excelente por isso, mas perde uma grande parte de sua identidade ao não ter aplicado as “normas comuns” do gênero. Masahiro Sakurai sempre desafiou o status quo — o que é bom em certas situações. Nesta, parece só um mero capricho, só para se “mostrar diferenciado”, sabe?
Outro aspecto que me incomodou bastante foi as similaridades com Super Smash Bros., do excesso de coisas ao design de toda a experiência. Toda e qualquer corrida libera peças de quebra-cabeça, personagens, veículos, itens personalizáveis e outros que aparecem aos montes.
Tenho de admitir que muitas vezes isso me deixou confuso. Às vezes o veículo liberado está disponível em apenas um dos modos, outras você precisa literalmente entrar em 4 a 5 submenus para usar o que foi fornecido ou personalizar algo.
Ainda que o tempo traga costume para Kirby Air Riders, imagino uma quantia massiva de jogadores sem a menor noção de onde encontrar algo que ganhou e a melhor forma como usar. Todos acharão o que buscam, mas vai exigir uma imersão completa nas suas configurações para fazer o que deseja.
A identidade visual de Super Smash Bros também levo como um fator negativo. Certo que foi a forma como Sakurai encontrou de tornar tudo “familiar” aos jogadores, mas o que realmente parece é que optaram por este rumo para economizar tempos e recursos do desenvolvimento.
“Dos menus aos sons, efeitos visuais e diversos outros elementos, todos remetem ao que os fãs já conhecem de Super Smash Bros. Familiaridade ou economia?”
Kirby Air Riders vale a pena?
Quando coloco os pontos positivos e negativos de Kirby Air Riders lado a lado, os prós pesam muito mais. Independentemente da forma que enxerga, sua diversão compensa bastante e ele traz uma experiência única.
Imagem do review de Kirby Air Riders
Captura de Tela/Diego Corumba
Todos sabemos o quanto é difícil estúdios e grandes produtoras tomarem riscos e lançarem algo “inédito”, então penso que se todos derem uma oportunidade para vê-lo em ação, vão se encantar bastante com o resultado que foi atingido.
As coisas se tornam ainda melhores com a dublagem e legendas em português brasileiro, que torna a acessibilidade muito maior. E se prepare, em alguns momentos isso vai causar risadas e mais empolgação para todos.
No fim das contas, Kirby Air Riders é uma tentativa de fazer algo novo com uma franquia antiga e um mascote que merece esta atenção. E isso faz valer muito a pena tudo o que oferece, seja lá qual for a sua preferência de modo de jogo e objetivo com a experiência.
Leia também no Canaltech: