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Microsoft aumenta preços do Xbox Series e jogos em todo o mundo

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Erick Teixeira/Canaltech
Erick Teixeira/Canaltech
Xbox Series S

A Microsoft anunciou nesta quinta-feira (1) um aumento significativo nos preços dos consoles Xbox Series S e X, controles e outros acessórios em todo o mundo, com efeito imediato. A companhia também revelou que alguns de seus novos jogos first-party lançados a partir da temporada de férias de fim de ano passarão a custar US$ 79,99, um aumento de US$ 10 em relação ao que era praticado até agora. Em comunicado oficial, a empresa justificou a decisão com base nas "condições de mercado e no aumento dos custos de desenvolvimento".

O reajuste ocorre em um momento delicado do mercado de games, com as principais fabricantes de consoles enfrentando desafios econômicos, incluindo inflação persistente, problemas na cadeia de suprimentos e ameaças de tarifas comerciais. A Sony já havia aumentado os preços das assinaturas da PS Plus em vários mercados, enquanto a Nintendo surpreendeu ao anunciar que jogos premium para o Switch 2 custarão US$ 80 (até R$ 500 no Brasil), estabelecendo um novo teto de preços para o mercado.

No caso da Microsoft, o aumento vem logo após a divulgação dos resultados financeiros do terceiro trimestre fiscal de 2025, que mostraram um cenário misto para a divisão de games da empresa. Enquanto a receita geral do segmento cresceu 5%, impulsionada pelo Game Pass e títulos como Call of Duty e Minecraft, as vendas de hardware do Xbox continuaram em queda, apresentando redução de 6% em comparação ao mesmo período do ano anterior.

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Como novos preços afetam bolso do jogador

O reajuste mais expressivo afetou o Xbox Series X, que passou de US$ 499,99 para US$ 599,99, um aumento de US$ 100 (20%) nos Estados Unidos. O Xbox Series X na versão digital também sofreu a mesma alteração, agora custando US$ 549,99 (22% mais caro). Já o Xbox Series S teve um aumento de US$ 80, com o modelo de 512 GB passando para US$ 379,99 (26% mais caro) e a versão de 1 TB para US$ 429,99 (23%). A edição especial Galaxy Black do Xbox Series X de 2 TB foi a que sofreu o maior aumento absoluto: US$ 130, chegando ao valor de US$ 729,99 (alta de 21%).

Os controles wireless também não escaparam do reajuste. O modelo básico agora custa US$ 64,99, enquanto as edições especiais e limitadas podem chegar a US$ 89,99. O Elite Wireless Controller Series 2 na versão completa passou a custar US$ 199,99.

Em comunicado enviado ao Canaltech, a Xbox Brasil replicou o comunicado da matriz, sinalizando que os reajustes de fato chegarão ao Brasil. Apesar disso, a empresa não confirmou quais serão os novos preços dos Xbox Series e jogos no país. Veja na íntegra o que a empresa disse à reportagem:

“A partir de 1º de maio, ajustamos os preços sugeridos para nossos consoles e controles em todo o mundo. Também esperamos ajustar o preço de alguns dos nossos novos jogos first-party a partir deste fim de ano para US$ 79,99. Os títulos comprados na loja Xbox contam com o benefício do Xbox Play Anywhere, permitindo que os jogadores comprem uma vez e joguem no console e no PC sem custo adicional. Entendemos que essas mudanças são desafiadoras e elas foram feitas com cuidado, levando em consideração as condições de mercado e o aumento dos custos de desenvolvimento. Olhando para o futuro, continuamos focados em oferecer mais maneiras de jogar em qualquer tela e garantir valor para os jogadores de Xbox”.

Independentemente disso, para os jogadores, esse aumento considerável se impõe como uma barreira para entrar ou se manter na plataforma Xbox. Com o console mais básico aproximando-se dos US$ 400 e jogos que chegarão a US$ 80, o custo total para ter uma cópia de jogo first-party do ecossistema ficou substancialmente mais alto, especialmente em mercados como o Brasil, onde a conversão direta de preços costuma ser amplificada por fatores econômicos locais.

Nova realidade da indústria de games

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O movimento da Microsoft parece confirmar uma tendência que vinha sendo observada no mercado: a era dos jogos triple-A a US$ 60-70 está chegando ao fim. Com a Nintendo estabelecendo o preço de Mario Kart World em US$ 80 para o Switch 2 e agora a Microsoft seguindo o mesmo caminho, é provável que outras publicadoras terceirizadas também adotem esse novo patamar de preços, especialmente para títulos de grande orçamento. Há muito tempo essa realidade vem sendo debatida e muitos afirmam que GTA 6, que tem lançamento previsto para até o fim de 2025, irá sacramentar essa nova realidade.

A justificativa das empresas é consistente: o custo de desenvolvimento de jogos modernos cresceu exponencialmente, com orçamentos frequentemente ultrapassando a casa das centenas de milhões de dólares. Além disso, a inflação global e os desafios na cadeia de suprimentos têm pressionado as margens de lucro dos fabricantes de hardware nos últimos anos.

"Entendemos que essas mudanças são desafiadoras e foram feitas com cuidadosa consideração, dadas as condições de mercado e o aumento do custo de desenvolvimento", afirmou a Microsoft em seu comunicado oficial. "Olhando para o futuro, continuamos focados em oferecer mais maneiras de jogar mais jogos em qualquer tela e garantir valor para os jogadores do Xbox."
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Resultados financeiros e estratégia de negócios

O timing do anúncio não parece ser coincidência. Na divulgação dos resultados financeiros do último trimestre, o CEO da Microsoft, Satya Nadella, destacou que a empresa "encerrou o trimestre como a principal publicadora de games por pré-venda tanto na Xbox Store quanto na PlayStation Store", evidenciando o sucesso de sua estratégia multiplataforma.

Os números mostram que, enquanto a receita de hardware do Xbox continua em queda, a divisão de conteúdo e serviços cresceu 8%, impulsionada principalmente por franquias como Call of Duty e Minecraft. O Game Pass também apresentou crescimento, com um aumento de 45% na receita do PC Game Pass em comparação ao ano anterior.

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Essa dinâmica ajuda a explicar por que a Microsoft optou por aumentar os preços dos consoles e jogos, mas manteve intactos os valores do Game Pass. A estratégia parece clara: compensar a queda nas vendas de hardware com margens maiores por unidade vendida, enquanto continua expandindo sua base de assinantes de serviços digitais, onde a empresa tem encontrado maior sucesso.

Contrastes com a Sony: diferentes prioridades, diferentes estratégias

A abordagem da Microsoft contrasta com a escolha recente da Sony, que optou por aumentar os preços das assinaturas PlayStation Plus em até 38% no Brasil (e causou muitas revoltas por isso), mas manteve os valores dos consoles e jogos. Enquanto a Microsoft prioriza manter o Game Pass acessível para expandir sua base de usuários, a Sony parece mais focada em maximizar a receita de seus serviços já estabelecidos.

Essa diferença de estratégias reflete como as duas empresas se posicionam no mercado. A Sony, com sua base instalada maior de consoles, pode se dar ao luxo de aumentar o preço de seus serviços sabendo que muitos consumidores já estão investidos em seu ecossistema. A Microsoft, por outro lado, precisa usar o Game Pass como diferencial competitivo para atrair jogadores, enquanto busca compensar as perdas com hardware através de preços mais elevados.

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Embora ainda não saibamos quais valores serão praticados no Brasil, para os jogadores brasileiros, que já sofrem com preços elevados de produtos e serviços de tecnologia, esses reajustes são um novo obstáculo ao acesso aos videogames da atual e da próxima geração — especulada para 2027.

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Fonte: Xbox