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Os 10 melhores personagens de Final Fantasy

Por| 26 de Fevereiro de 2020 às 07h30

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(Montagem: Rafael Arbulu/Canaltech)
(Montagem: Rafael Arbulu/Canaltech)
Tudo sobre Square Enix

Fazer uma lista — qualquer lista — sobre Final Fantasy é uma tarefa indigna: nós sempre nos sentamos para discutir e argumentos para lembrar desse ou daquele jogo da franquia de RPGs da Square Enix sempre pulam, nos fazendo repensar opiniões que, antes, dávamos como definitivas.

No que tange a personagens, então, é ainda pior, já que cada jogo conta com um elenco primoroso, de indivíduos bons e ruins — um equilíbrio quase perfeito que faz com que, quando o personagem não agrada, ele rapidamente dê lugar a quem assuma um papel de maior destaque: e rapaz, esses “destacáveis” entregam o serviço, hein?

Mesmo diante de tudo isso, não poderíamos nos sentir impedidos de (tentar) elaborar uma lista com os 10 melhores personagens de toda a franquia Final Fantasy. Já fica o alerta aqui no começo: algumas das entradas a seguir podem trazer spoilers de alguns dos jogos. Demos o nosso melhor para minimizar esse impacto, mas considere-se avisado de qualquer forma.

10. Noctis Lucis Caellum

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Final Fantasy XV dividiu opiniões de críticos e fãs, mas no geral é visto como um ótimo jogo. Não o melhor, não o pior, mas ótimo. Muito disso se dá pelos quatro personagens principais: Gladiolus Amicitia, Ignis Scentia, Prompto Argento e seu líder, Noctis Lucis Caellum. E é justamente esse líder que abre a nossa lista.

Noctis começa a aventura do jogo dentro de uma "vibe" meio “viagem com os meus parças”, mas vai entrando em conflito interno quando seus momentos de diversão descompromissada vão tomando um grau cada vez maior de responsabilidade. Depois que sua casa é obliterada durante sua ausência, o que deveria ser uma simples viagem/despedida de solteiro (Noctis ia em busca da noiva) torna-se uma jornada de autoconhecimento e posição próprios de quem de repente se vê com a maior das responsabilidades: a de guiar seu povo de volta à glória como o novo rei.

Isso traz um confronto interno bastante comum à série Final Fantasy: a construção de personagens que enfrentam adversidades imprevistas para sair delas mais evoluídos e maduros. No caso de Noctis, porém, isso se multiplica, já que suas ações impactam na moral de seus companheiros, e disputas internas se alternam em auxílio irrestrito, fazendo deste um dos personagens mais bem construídos da atualidade nos games.

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9. Vincent Valentine

Vincent começou como o elemento de mistério em Final Fantasy VII, como um personagem opcional a ser descoberto dentro de um caixão em uma mansão abandonada. Mas foi com a expansão do universo do sétimo RPG da franquia que pudemos ver mais sobre o passado do franco-atirador semigótico.

Durante os eventos de Dirge of Cerberus, um dos spin-offs de Final Fantasy VII, conhecemos mais sobre o passado de Vincent, seu trabalho como agente do grupo de elite Turks, seu amor platônico pela cientista Lucrecia, o gene do Caos em seu sangue, como ele morreu nas mãos de Hojo (e como Lucrecia o reviveu, provando que o amor não era tão platônico assim) e sua vida subsequente como uma figura imortal.

Novamente, vemos aqui um personagem esmiuçado em suas motivações e desejos, criando um arco exclusivo (mas com impacto direto em outros indivíduos) de forma a adicionar ainda mais a um cânone já gigantesco. Não entenda mal: Dirge of Cerberus foi razoável, mas deixou muito a desejar. O ponto é: a narrativa não foi uma das faltas do jogo. É Final Fantasy em sua melhor essência.

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8. Balthier

Ffamran mied Bunansa — ou simplesmente “Balthier”, como ele prefere — é um caso à parte: sua origem por uma empresa japonesa acabou trazendo forte identificação com o público ocidental. Comumente comparado a personagens como Jack Sparrow ou James Bond, esse é o típico protagonista de maneirismos suaves e charmosos, destoando bastante dos “adolescentes com raiva do mundo” que vieram antes de Final Fantasy XII. Até o típico sotaque britânico lhe caía muito bem.

Aqui, temos um personagem cujo arco elabora muito sobre um homem com uma vida de luxo, bem vivido e experiente, mas que preferiu abandonar tudo isso pela vida de “Pirata dos Céus”. A princípio, essa transição se mostra nada mais que um mecanismo narrativo, mas a forma incomum como o próprio Balthier menciona seu passado em uma sequência nas praias de Phon Coast dá asas à imaginação do público. Balthier era um dos Juízes do Império de Archadia, cargo esse que obteve graças a seu pai, Cid Bunansa, para que esse usasse o filho para ampliar sua influência junto ao imperador.

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Balthier é o personagem centrado, experiente e que controla as emoções de seus companheiros, adicionando a mente fria necessária para os inúmeros combates do jogo, mas o faz de uma forma que deixa o jogador sem opção a não ser se identificar com ele, quase que desejando ou sê-lo, ou ter alguém como ele por perto.

7. Terra Branford

Final Fantasy VI nos trouxe uma personagem que, desde o início, se encontrava em conflito consigo mesma. Dotada de poderosas capacidades mágicas, Terra foi a típica personagem que iniciava uma história no jogo como uma feiticeira qualquer, mas que, aos poucos, evoluía sua própria narrativa, nos fazendo passar por uma sensação de empatia enquanto ela tentava, em meio a falhas e tropeços, entender o que afinal é ser humana.

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Acontece que ela sequer o era: como filha de um pai Esper e uma mãe humana, Terra começa o jogo de forma amnésica e paranoica de qualquer um que se aproxime dela, por medo de que os outros a queiram por perto apenas pelos seus imensos poderes — poderes estes que ela mesma não compreende por completo, o que adiciona ainda mais à sua cautela. Aos poucos, porém, ela, que sempre desejou conhecer mais sobre amor, amizade e empatia, começa a se posicionar como uma mulher forte, assertiva de suas opiniões e uma combatente versátil e altamente capacitada. É como se ela evoluísse por dentro e isso se refletisse por fora, algo comum à nossa natureza humana.

Além disso, o design da personagem pelas mãos de Yoshitaka Amano e narrativa de Yoshinori Kitase apenas tornam ela um resultado perfeito em que você não imagina um lado desconectado do outro. Ainda hoje, Terra é uma das personagens mais lembradas de toda a franquia.

6. Vivi Orunitia (ou Ornitier)

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Se Terra tinha paranoias por não saber quem ela era, Final Fantasy IX nos apresentou Vivi, um mago negro que sequer sabe o que ele é, com o adendo de que, enquanto Terra já tinha 18 anos nos eventos de seu jogo, Vivi não passava dos nove quando a aventura o introduziu como um menino tímido, atrapalhado em discurso e condução própria, comumente silenciando a própria voz em discussões e tropeçando pelos cantos.

Vivi é uma arma criada por Kuja no vilarejo de Dali para ser usado na guerra travada por Alexandria contra todas as outras cidades-estado do continente de Mist (“névoa”, na tradução literal) pelas mãos da rainha Brahne. Entretanto, ele acabou caindo da aeronave cargueira, sendo encontrado por um membro da tribo “Qu” chamado "Quale", que o criou na esperança de que ele crescesse o suficiente para que ele pudesse ser comido (sério!). Felizmente, Quale rapidamente desistiu da ideia (Vivi não cresceu como ele esperava), criando uma relação familiar com o menino, o qual se referia a ele como "vô".

Ao se aliar ao protagonista Zidane Tribal em busca de sua própria identidade, Vivi vai aos poucos adquirindo autoconfiança e perspicácia comuns a um guerreiro de elite, tornando-se uma das peças principais do grupo contra o vilão Kuja — e um dos personagens mais cativantes de toda a franquia.

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5. Auron

Uma figura enigmática que segue, de início, os preceitos básicos vistos em todo Final Fantasy, Auron auxilia o protagonista do décimo jogo da franquia, Tidus, a iniciar-se no combate. Ninguém sabe muito sobre o seu passado e ele some de vista rapidinho, retornando apenas perto da metade do game, com revelações bombásticas, efetivamente mostrando que, sim, ele é muito mais do que aparentava ser.

E rapaz, nas palavras do ícone filosófico contemporâneo Léo Stronda, “esse aí é monstrão, mano”. Auron não é apenas um mentor de combate, mas é considerado o maior dos Guardiões — guerreiros que protegem a vida dos Invocadores em suas peregrinações pelo mundo de Spira —, além de ser dono de um sarcasmo bastante perspicaz e uma sabedoria ímpar. E isso nem é o mais impressionante: Final Fantasy X puxa o seu tapete e introduz um elemento inspirado no filme O Sexto Sentido, revelando ao final que Auron estava morto durante toda a aventura, protagonizando os eventos do jogo como uma espécie de alma agarrada ao mundo por ainda ter uma última missão a ser realizada.

Isso, aliado à missão opcional de procurar todos os seus overdrives (golpes super poderosos inerentes a cada personagem), revelam muito de seu passado junto a Jecht e Braska — pai dos protagonistas Tidus e Yuna —, além de mostrar como o Auron do passado e o atual são completamente diferentes: o primeiro, prezando pela fé religiosa; o segundo, virando ao avesso por completo e jogando pela janela todas as crenças de outrora. É um dos personagens mais evoluídos que a Square Enix já criou.

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4. Cloud Strife

Você já sabia que ele apareceria aqui em algum momento, certo? O protagonista de Final Fantasy VII, para muitos o melhor de toda a franquia, começa a aventura como o típico anti-herói misterioso, ajudando um grupo paramilitar ambientalista a atingir seus objetivos, sem se conectar com a missão e querendo saber apenas do seu dinheiro mercenário.

Aos poucos, porém, detalhes da trama mostram que todas as suas memórias — seu papel de destaque como o maior guerreiro da divisão SOLDIER, seu real impacto na missão de Nibelheim e sua subsequente destruição, seu relacionamento com general e posterior vilão Sephiroth… tudo isso não passava de um conjunto de memórias que ele adotou de Zac Flair, esse sim dono de todas essas lembranças e que acabou morrendo anos antes dos eventos principais do jogo (aliás, Crisis Core, o spin off do jogo, elabora muito disso tendo Zac como protagonista). Cloud, enquanto isso, era um experimento — e mal-sucedido, aliás — do cientista maléfico Hojo, que adquiriu sua própria identidade, ainda que forjada, mas almejava ser outra pessoa com tanta força que acabou criando para si essa ilusão.

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É interessante ver como Cloud ainda é um dos personagens mais lembrados da franquia justamente por vermos todo esse conflito começar, evoluir e terminar dentro da partida. Muito disso impacta em episódios essenciais do jogo, e a forma como essa narrativa se desenrola é praticamente um estudo literário de como um enredo forte faz enorme diferença em um videogame. Como isso será retratado no remake do jogo, porém, ainda é uma deliciosa incógnita.

3. Cecil Harvey

O protagonista de Final Fantasy IV é o mais perfeito exemplo da luta entre a luz e a escuridão, o bem e o mal — e como os dois lados estão dentro do ser humano. Criado pelo próprio Rei de Baron para ser o maior dos Cavaleiros Negros, Cecil detinha a excelência do combate, mas nunca se sentiu totalmente confortável em seu papel.

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Os conflitos internos de sua personalidade foram reproduzidos de forma peculiar, traçando um paralelo de como a narrativa introduzia os piores momentos do enredo do jogo conforme Cecil ficava mais e mais descontente com a sua ocupação. Foi apenas após ele se tornar um Paladino e abraçar a luz que o jogo em si mudou sua progressão de história para uma de esperança e evolução.

Essa progressão paralela de como a história vinha influenciando o personagem (ou seria o contrário?) faz de Final Fantasy IV um dos títulos da franquia com o enredo mais cativante.

2. Sephiroth

Se Cloud Strife tomou para si memórias que não lhe pertenciam, o que dizer do principal antagonista de Final Fantasy VII? Sephiroth é o guerreiro que começou no lado do bem — ou tão “bem” quanto pode ter um general de fama lendária do braço militar da empresa Shinra, que drenava os recursos da Terra para criar mais e mais produtos e exploração desenfreada — apenas para cair em desgraça quando começou a investigar mais a fundo as informações de sua própria origem.

Sephiroth também foi um produto do mesmo processo que criou Cloud Strife, tido como o maior sucesso do cientista Hojo. Entretanto, onde a realidade colocou Cloud como um indivíduo sem grande destaque, Sephiroth conquistou o mundo com sua fama e capacidade de combate, sendo uma das figuras mais respeitadas do planeta. Ver isso tudo ruir frente à sua real origem — ele nasceu de um processo laboratorial com genes extraídos de um organismo alienígena — aliado à súbita percepção de que, diante de todas as suas memórias, as pessoas mentiram para ele, quebrou a psique do lendário guerreiro, que engatilhou uma campanha para destruir o planeta de uma vez por todas.

A presença de Sephiroth por todo o cânone de Final Fantasy VII é uma das ferramentas da Square Enix para continuar bebendo da popularidade do jogo, mesmo depois de 23 anos de seu lançamento original, em 1997. Sephiroth é tão popular que tornou-se uma figura que cresceu além do próprio jogo, com participações especiais em filmes e até outras franquias da Square Enix, como Kingdom Hearts, e mesmo em jogos onde ele sequer aparece, como Dirge of Cerberus.

1. Kefka Palazzo

Kefka é o personagem que a maioria das pessoas adora odiar. Ele é elegantemente irritante, participando da história inicialmente como um vilão secundário sem muito destaque, atuando como mago da corte do Imperador Gestahl — este sim, tido como antagonista primário. Somente bem à frente na história é que o jogador percebe que Kefka é, de fato, o real vilão de Final Fantasy VI.

Muitas listas similares à esta comumente posicionam Sephiroth em primeiro lugar, e elas não estão erradas. Entretanto, não achamos que estaríamos sendo justos com Kefka ao não lhe dar a taça de ouro: Sephiroth, poderoso como ele sempre foi, teve um gatilho que o levou para o lado do mal. Kefka não apenas foi além (ele conseguiu de fato destruir o mundo, tendo seus feitos revertidos por magia depois), como também sequer tinha uma motivação específica — ou melhor, a falta de uma: a exemplo do Coringa, o icônico arqui-inimigo do Batman na DC Comics, Kefka fez tudo o que fez simplesmente porque ele podia e queria. É o personagem que as pessoas amam tentar compreender e não conseguem, simplesmente porque, nas palavras de Alfred Pennyworth em Cavaleiro das Trevas, “algumas pessoas só querem ver o mundo pegar fogo”. Nos games, essa pessoa é Kefka.

Além disso, tem toda a apresentação do personagem: desde sua risada histérica, sua maquiagem caracteristicamente reconhecível em qualquer mídia e a forma inteligente com que ele vai criando suas maquinações às costas de heróis e vilões. Tudo isso torna Kefka Palazzo o personagem mais memorável de toda a franquia Final Fantasy.

Evidentemente, esta é uma lista que vai gerar discordâncias: com certeza há quem aponte nomes que deveriam estar mais acima ou mais abaixo, enquanto outros trarão personagens que nem aqui estão. E você? Quais são os nomes pelos quais você tem mais carinho em Final Fantasy? Vale tanto para heróis como para vilões, então conte-nos a sua opinião nos comentários abaixo!