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GDC 2019 | Desenvolvedoras debatem combate às comunidades tóxicas nos games

Por| 26 de Março de 2019 às 09h47

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GDC 2019 | Desenvolvedoras debatem combate às comunidades tóxicas nos games
GDC 2019 | Desenvolvedoras debatem combate às comunidades tóxicas nos games

Criar uma comunidade saudável de jogadores é o objetivo de qualquer empresa desenvolvedora cujo produto é, prioritariamente, online. Muitos jogos deixam de crescer na velocidade que poderiam por causa de comunidades tóxicas em seus chats, fóruns e grupos de discussão.

Algumas das empresas que estão no foco dessa discussão se reuniram numa palestra durante a Game Developers Conference, em São Francisco, para debater e apresentar soluções e práticas que podem ajudar na criação de uma comunidade de jogadores mais saudável e cooperativa.

O painel foi organizado pela Fair Play Alliance, uma coalizão global de profissionais e empresas comprometidas com o desenvolvimento de jogos de qualidade que incentivem comunidades saudáveis e interações positivas dos jogadores online. “Nós visualizamos um mundo onde os jogos são livres de assédio, discriminação e abuso, e onde os jogadores podem se expressar através do jogo”, afirma o site da coalizão.

O debate da GDC girou bastante em torno de como os jogadores enxergam a si mesmos e seus pares. Laura Warner, que é Game Designer da Niantic, contou como a customização dos avatares de Pokémon GO é uma ferramenta de aceitação. “Desde o começo os jogadores estão totalmente livres para escolherem como representam a si mesmo. Não pedimos, por exemplo, para que ele escolha um gênero (masculino ou feminino), mas que escolha um estilo”, conta Laura.

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E como estilos podem mudar, a game designer destaca também que os usuários estão livres para mudare seus avatares a qualquer momento. “Se você quer construir uma comunidade que jogue seu jogo por anos, não pode engessar essa identidade. Cada vez mais incluímos opções de roupas, cabelos e cor da pele para os avatares, deixando os jogadores totalmente livres”, completa.

Aceitar interações multiplayer com outros jogadores, independentemente do nível, é outro trunfo de Pokémon GO em relação ao combate à toxicidade online. Laura explicou que, em eventos colaborativos, como as raids, quanto mais pessoas, melhor. “Não queremos que um jogador ouça ‘não jogue conosco, você não é bom o suficiente’. Independentemente do nível, vencer as raids ou encontrar Pokémon raros só fica mais fácil com mais jogadores presentes”.

Para Laura, incentivar o contato dos jogadores na vida real – fora do ambiente do jogo – pode “trazer o melhor deles”.

A importância do nome

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Outro aspecto identitário para os jogos online é o nickname dos usuários. Segundo o cientistas de dados da Riot Games, Kenny Shores, o controle dos nomes em League of Legends pode proteger muitos jogadores de situações desagradáveis.

“Não é raro que alguns jogadores tentem colocar nicks racistas, ou que estimulem um discurso de ódio contra um determinado grupo. Como LoL é um jogo global, filtrar esses nomes é um desafio técnico e de pessoal”, lembra Shores.

Para tanto, a Riot utiliza tanto recursos de machine learning quanto o conhecimento dos seus times ao redor do mundo. “Temos uma lista de nomes e termos inapropriados, mas só isso não basta. O computador ajuda, por exemplo, a encontrar palavras cujas letras foram substituídas por números, ou que foram escritas de forma errada de propósito”, conta.

Para além da busca mecânica, os times de suporte aos jogadores de cada país também checam pessoalmente alguns dos nomes sugeridos pelos usuários. “Eu, por exemplo, só posso avaliar nomes em inglês. Algumas palavras que parecem ofensivas em um idioma, podem ser terríveis em outro – só pela grafia. Para situações como essas contamos com as equipes locais”, finalizou o representante da Riot.