Executivo de Baldur’s Gate 3 afirma que GTA 6 vai aumentar preço padrão de games
Por Claudio Yuge |
O mercado de games sempre foi de altas cifras, especialmente para os brasileiros, que lidam há décadas com altas taxas de importação, entre outras incidências ao custo final. E a tendência é que os já salgados preços padrão dos consoles de última geração fiquem mais intragáveis. Essa é uma projeção que especialistas vêm comentando há meses e, agora, a afirmação de um executivo que trabalhou no desenvolvimento de Baldur’s Gate 3 confirma isso em postagens nas redes sociais.
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Michael Douse, diretor de Marketing da Larian Studios, desenvolvedora de Baldur’s Gate 3, confirma que os preços de jogos deveriam ser mais altos, principalmente os chamados “AAA” que consomem muito mais tempo e investimento para ficarem prontos. Ele falou a respeito disso ao criticar à suposta maneira artificial com que a Ubisoft estaria tentando manipular os preços afim de estabelecer um novo patamar mais condizente com os gastos de produção.
"Eles [Ubisoft] usam o preço base inflacionado para vender uma assinatura e fazem promessas vagas de conteúdo para inflacionar as edições Ultimate, fazendo com que o preço base pareça melhor. Tudo parece um pouco perigoso e desconectado da comunidade”, postou na rede X/Twitter, na semana passada, 26 de agosto, em seu perfil Very AFK.
“Acho que um jogo deve ter um preço de acordo com sua qualidade, amplitude e profundidade. Não sou contra preços mais elevados, mas esta uniformidade arbitrária simplesmente não faz sentido para mim. Parece tão pouco sério”, continuou.
“Quase todos os jogos deveriam custar mais no geral porque o custo de criá-los (inflação, por exemplo) está ultrapassando as tendências de preços. Não creio que chegaremos a esse ponto com promessas de DLC, mas sim com qualidade e comunicação."
A que patamar de preços vamos chegar?
Desde que a briga entre consoles se aqueceu de verdade com a sexta geração de PlayStation 2, X-Box, Nintendo Gamecube e Sega Dreamcast, vemos os investimentos nas produções de games aumentar; e a própria Sony admitindo ter algum prejuízo na fabricação das máquinas, com a projeção de recuperação e lucro a partir do consumo dos jogos.
Esse modelo de negócios funciona até hoje, e os preços dos games e de consoles não pararam de subir, justamente porque os custos de produção dispararam nos últimos anos. Isso acontece em um momento em que vivemos uma recessão mundial pós-pandemia com vários grupos grandes e tradicionais demitindo em massa.
Os preços de games de última geração só aumentaram, e, atualmente, estão em torno de R$ 300 e R$ 500. Os valores “extraoficiais” que seriam o “padrão” acabam vendidos pelas companhias como “edições especiais” ou “completas”, acima de R$ 500. Um lançamento recente, Star Wars Outlaws, por exemplo, sai a R$ 349,99, R$ 549,99 e R$ 649,99.
Um game como Grand Theft Auto 6 tem investimento total de US$ 2 bilhões, de acordo com a Nasdaq, e leva de cinco a dez anos para ser concluído. E este é um lançamento representativo para um novo preço padrão, porque é um título com um mundo aberto que deve passar por manutenção rigorosa e constante nos próximos anos.
Assim, da mesma forma que aconteceu com GTA 5, é possível que GTA 6 mantenha quase o mesmo preço do lançamento mesmo anos depois de sua estreia. A comunidade ativa, com várias opções de interação e constantes correções, ajudam na longevidade — e, claro, também na recuperação do investimento feito.
GTA 6, então, pode estabelecer um novo preço padrão de games AAA com aspectos semelhantes: grande investimento, muito tempo de produção, altas expectativas de lançamento e longevidade de uso com alto fator replay.
“Quase todos os jogos deveriam custar mais em um nível básico porque o custo de fazê-los (inflação, por exemplo) está ultrapassando as tendências de preços. Não acho que chegaremos lá com promessas de DLC, mas sim com qualidade e comunicação. Todo mundo está apenas esperando que o GTA 6 faça isso”, completou Douse.
Por enquanto, não dá para saber exatamente qual será o novo preço padrão, ainda mais aqui no Brasil. Mas, pensando nos aumentos recentes, não se surpreenda se as versões básicas de games AAA tenham acréscimo de R$ 50 a R$ 100 sobre os preços atuais em um futuro breve. Haja grana.