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China vai voltar a aprovar jogos para lançamento no país

Por| 21 de Dezembro de 2018 às 15h40

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China vai voltar a aprovar jogos para lançamento no país
China vai voltar a aprovar jogos para lançamento no país

A China voltou a trabalhar na aprovação de jogos eletrônicos para lançamento no país. O anúncio foi feito pela Administração Federal de Imprensa e Publicações, responsável pelo controle de todo material de entretenimento e informação lançado no país, e marca o fim de um congelamento do processo que não acontecia há sete meses, após mudanças administrativas e de administração.

Da mesma forma que a interrupção nas atividades foi desanimadora para um dos maiores mercados de jogos do mundo, a notícia do retorno animou o setor. Tanto que o processo mal começou e as ações da Tencent, uma das maiores empresas desse segmento com atuação no país, já ganharam 4% de valor, enquanto os papeis da NetEase, com atuação significativa na distribuição de títulos, teve alta de 1% no pregão desta sexta-feira (21).

Não é preciso olhar os números para imaginar os motivos para isso, mas uma análise financeira mostra com exatidão porque tanta empolgação. O mercado chinês de games tem potencial para gerar lucros na casa das centenas de bilhões de dólares, mas devido ao congelamento regulatório, teve seu menor crescimento desde a reabertura no primeiro semestre de 2018, aumentando apenas 5,4%. O faturamento total estimado para 2018 deve ser de US$ 40 bilhões, bem abaixo do que era esperado no início deste ano.

De olho nessa retração, a Tencent anunciou uma reorganização de suas estruturas chinesas. O foco foi redirecionado para setores corporativos e também para o desenvolvimento do WeChat, mensageiro de sua propriedade que é um dos mais utilizados não apenas na China, mas em toda a Ásia. De acordo com a empresa, que emitiu um comunicado sobre a retomada da regulamentação, 15 jogos se encontram atualmente na fila para aprovação. O retorno foi visto como uma boa notícia, comemorada pela companhia, que pediu cautela quanto a isso e afirmou que não vai reverter seu novo alinhamento em curto prazo.

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A aprovação de games para lançamento oficial na China estava parada desde março, quando o governo anunciou uma reorganização que colocaria o órgão regulatório sob a tutela de seu departamento federal de propaganda. O objetivo da mudança, que levou muito mais tempo do que as companhias do setor gostariam, é dar maior controle para a administração chinesa sobre o caráter dos jogos lançados no país, principalmente no que toca o seu conteúdo e a possibilidade de conterem elementos que gerem vício em crianças e adolescentes.

De acordo com as autoridades chinesas, há uma longa fila de títulos para serem avaliados e a normalização do processo ainda deve demorar, entretanto, tudo está caminhando e as distribuidoras são incentivadas a continuarem cadastrando suas obras para regulamentação. O processo é necessário para que empresas locais, principalmente, possam monetizar suas criações no país.

Permaneceram inalteradas, por outro lado, as regras quando à proibição ou não de jogos. Estão vetados jogos que contenham violência, pornografia e nudez, além daqueles que tentem “reescrever a história” ou pintar figuras de destaque ou o povo chinês de maneiras negativas. Além disso, as autoridades estão de olho no segmento de jogos de azar, com títulos dessa categorias não podendo ser lançados no país, enquanto aqueles que usam microtransações ou loot boxes devem passar sob escrutínio adicional.

Nesse sentido, o governo da China pede que os produtores tenham um “maior senso de responsabilidade social”, principalmente, quanto ao fato de tais títulos poderem motivar o vício entre menores de idade. Além disso, limites de tempo e sistemas de controles parentais podem ser implementados como forma de aumentar as chances de aprovação, por serem considerados como medidas que protegem os jovens.

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Em comunicado falando sobre o retorno das atividades, ainda, o órgão regulador disse esperar que os jogos se tornem um mecanismo para promover a cultura chinesa internacionalmente, incentivando empresas locais a também exportarem suas produções. Esse é um processo que já estava acontecendo, principalmente, por conta da ausência de regulação, e também deve ser intensificado agora que o mercado está retornando aos trilhos.

Fonte: TechCrunch