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Análise | Xbox One X é a experiência suprema em matéria de videogames

Por| 26 de Janeiro de 2018 às 16h03

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A atual geração de consoles é, talvez, a mais curiosa de todos os tempos. Prova disso é que seu pontapé inicial, em 2013, foi uma verdadeira rinha: o Xbox One foi anunciado com uma série de limitações e isso foi motivo mais do que suficiente para os fãs do PlayStation 4 abrirem a caixa de ferramentas e começarem a zoeira.

Naquele primeiro duelo entre os videogames, o Xbox One claramente saiu perdendo. Pouco tempo depois, começaram a surgir boatos de que teríamos uma "geração intermediária", o que acabou se confirmando mais tarde, na E3 2016, com o anúncio e lançamento do PlayStation 4 Pro. Assim como sempre aconteceu com as versões Slim, estávamos diante de uma nova versão do console da Sony, mas às avessas — ele era mais poderoso, capaz de rodar jogos em 4K e HDR. E a Microsoft nessa história toda?

Bem, discreta e timidamente, a companhia de Redmond disse naquela edição da feira apenas que estava trabalhando no Project Scorpio, versão incrementada de seu console que também rodaria jogos 4K, com HDR e a 60 FPS nativamente. De maneira vaga, Phil Spencer prometeu: "Vamos lançar [o Project Scorpio] até o final de 2017".

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Para a alegria de quem acompanha a indústria dos joguinhos, a promessa foi cumprida e o dia finalmente chegou. A Microsoft finalmente lançou o Project Scorpio, agora rebatizado como Xbox One X.

Subindo a hashtag #VemMonstro em todas as redes sociais, a Microsoft vem vendendo o Xbox One X como o videogame mais poderoso de todos os tempos — um monstro que saiu da jaula. Mas o que exatamente tem de diferente neste novo console? Ele é mesmo tudo isso? Os jogos estão mesmo melhores e mais bonitos? A Microsoft conseguiu superar a concorrência? E, afinal de contas, vale a pena trocar seu Xbox One e/ou investir em um Xbox One X? Vamos responder a todas essas perguntas ao longo desta análise.

Visual sóbrio e imponente

Se quando a gente compra qualquer coisa a primeira coisa que vê é seu visual, então vamos começar por aqui. Curiosamente, o Xbox One X parece diferente e ao mesmo tempo igual aos seus irmãos mais velhos — Xbox One e Xbox One S.

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O Xbox One X segue aquele estilo quadradão, funcional, da família Xbox, mas, desta vez, a Microsoft deixou de lado o preto brilhoso do black piano em favor de um cinza escuro sóbrio e fosco, que confere um aspecto robusto, poderoso e elegante ao aparelho. Tal mudança também significa que você não precisa mais se preocupar de ele arranhar com o vento e ficar coberto por uma tonelada de poeira.

Em questão de tamanho, o Xbox One X é sensivelmente mais compacto que o Xbox One original e segue alguns conceitos de design apresentados por seu irmão slim. O mais notório deles é a distribuição das grelhas de refrigeração ao longo de toda a extensão lateral e traseira do aparelho. Graças a isso, o console dissipa muito bem todo o calor gerado pelos componentes internos.

O joystick também sofreu algumas alterações sutis. Visualmente, o que mais chama atenção é a remoção do preto brilhante do trecho central — onde fica o botão Xbox —, mostrando que a Microsoft expandiu o conceito estético do videogame também para o controle. As maiores diferenças, porém, são sentidas quando empunhamos o joystick.

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Agora ele está ligeiramente mais leve e vem revestido com uma textura mais áspera, que favorece a pegada principalmente se você for daqueles que suam bastante as mãos. A parte superior dos controladores analógicos agora é mais côncava, o que acaba ajudando, sobretudo, os fãs de FPS e shooters em terceira pessoa. Por fim, o direcional digital e os botões de ombro (LB e RB) estão mais macios e suaves — no controle original, eram duros, desconfortáveis e pouco responsivos.

O monstro dentro da carcaça

Agora que você já sabe que cara o Xbox One X tem, é hora de conhecer um pouco de suas entranhas e entender por que a hashtag #VemMonstro faz todo o sentido.

A Microsoft não economizou e colocou dentro da carcaça do console os melhores componentes disponíveis na atualidade. Resultado disso: no papel, o Xbox One X se sobressai em relação a qualquer videogame jamais lançado no mercado — incluindo o PS4 Pro.

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Basicamente, são três os componentes que tornam o atual console da empresa norte-americana um verdadeiro monstro. O primeiro deles é o chip processador, desenvolvido e personalizado em parceria com a AMD exclusivamente para o Xbox One X. Estamos falando de um chipset Jaguar de oito núcleos que rodam no talo a 2,3 GHz.

Um processador potente e veloz como esse exige não só uma grande quantidade de memória RAM como também que ela seja muito rápida. Para não rolar aquele gargalo maldito, a Microsoft optou por nada menos que 12 GB de memória GDDR5 — mais do que suficientes para dar conta do sistema e dos jogos insanos em 4K.

Por fim, nenhum console seria capaz de processar gráficos 4K sem a ajuda de uma GPU de ponta. Mais uma vez, esforços não foram poupados e o Xbox One X vem com uma AMD Polaris tão ignorante que é capaz de oferecer desempenho de 6 TFLOPS.

Com essas especificações, o Xbox One X tem poder de fogo de sobra para deixar a concorrência comendo poeira, mostrando que é, sim, o console mais poderoso da atualidade. Se você ainda tem dúvidas disso, preparamos uma tabela comparativa que coloca o monstro indomável lado a lado com o PS4 Pro:

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A injustiça fica ainda maior quando colocamos o Xbox One X lado a lado com seus irmãos, que já não têm o fôlego de antes e apresentam alguns sinais da idade:

Do papel para a prática

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Os números não mentem e o Xbox One X não só é extremamente superior aos seus antecessores como também deixa o PS4 Pro para trás. Mas a pergunta que não quer calar é esta: afinal de contas, na prática, o que dá para sentir de diferente com tudo isso?

Grosso modo, a resposta é "tudo". Mas vamos pelo caminho mais longo, mais detalhado.

Para entender esse "tudo", primeiro é preciso entender um pouco do grande trabalho de engenharia da Microsoft no Xbox One X. Como falei antes, o coração deste monstro é composto pela CPU, GPU e memória RAM. São esses os componentes que tornam ele tão poderoso, mas um deles me chamou mais atenção que os demais: a memória RAM.

No Xbox One X rolou um salto não só de quantidade de memória RAM, mas também de tecnologia. Sai de cena o antigo padrão DDR3 e entra o que há de mais top no mercado, o padrão GDDR5. Na prática, e simplificando bastante a explicação, temos um componente capaz de lidar com folga com o volume gigantesco de dados processados tanto pela CPU quanto pela GPU. Ao todo, os 12 GB de RAM do console são capazes de trabalhar a velocidades de transferência de até 326 GB por segundo — ou seja, não há qualquer perigo de gargalo de desempenho, nem mesmo quando estamos executando aquele jogo belíssimo em 4K, HDR e a 60 FPS.

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No dia a dia, porém, essa monstruosidade toda se traduz em benefícios que vão muito além de apenas jogos graficamente mais bonitos e mais bem acabados. No Xbox One X a inicialização fria do sistema é mais rápida que em seus antecessores (leva apenas 67 segundos); saindo do standby, então, é praticamente instantânea.

A dashboard também parece rejuvenescida. Antes muita gente achava a interface do console confusa, lenta, pesada... Enfim, problemática. Graças ao feedback constante da comunidade, a Microsoft foi otimizando o sistema, limando alguns recursos supérfluos e acrescento aquilo que todo mundo pedia. O resultado desse esforço finalmente pode ser visto no Xbox One X, que reserva um total de 3 GB de RAM para a execução do sistema e faz a dashboard rodar lisinha, sem engasgos e sem parecer que pesa uma tonelada.

Outro ponto importante, e que é pouco destacado, é a possibilidade de reproduzir Blu-rays 4K HDR no Xbox One X. Se você prestar atenção à tabela comparativa com o PS4 Pro perceberá que o console da Sony não oferece suporte a isso. Essa foi uma estratégia perigosa adotada pela japonesa, que decidiu por priorizar o streaming em Ultra HD e limitar o playback de filmes e séries em mídia física ao Full HD.

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A Microsoft foi por outro caminho e liberou geral. Ou seja, embora a oferta atual de Blu-rays 4K ainda seja baixa — e os poucos que têm custarem os olhos da cara —, você vai poder desfrutar da melhor imagem possível quando isso se popularizar de vez; afinal de contas, você investe em um aparelho caro como esses e quer usufruir de tudo que ele pode lhe oferecer, não é verdade? Palmas para a Microsoft.

Jogos verdadeiramente 4K

Fora tudo isso, não há dúvidas de que o estandarte do Xbox One X é sua capacidade de rodar jogos "verdadeiramente 4K", com HDR e a 60 FPS, como a Microsoft sempre costuma destacar. E esse diferencial em relação a concorrência é possível graças, justamente, ao primor técnico presente dentro de sua estrutura acinzentada.

Daqueles 12 GB de RAM, 9 GB estão disponíveis para que os desenvolvedores os utilizem como bem entenderem. Essa liberdade, jamais vista no Xbox One original, aliada ao poder de processamento extremo da CPU e da GPU permite que as desenvolvedoras otimizem os processos de renderização gráfica para nos oferecer jogos mais detalhados do que nunca, praticamente reais, com sombras perfeitas e iluminação de fazer o queixo cair.

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E isso não é algo para daqui a alguns meses, não. Na verdade, já é possível ver a superioridade gráfica do Xbox One X nos mais de 100 títulos, tanto first quanto third parties, que já receberam algum tipo de melhoria para o console.

Entre os exclusivos, o que mais se destaca é, sem dúvidas, Forza Motorsport 7. No Xbox One X, o sétimo título da famosa série automobilística roda a 3.840 x 2.160 pixels fixos e a 60 FPS cravados, sem qualquer tipo de queda. Fora isso, a Turn 10 Studios adicionou alguns detalhes extras que chamam a atenção dos jogadores com vista mais aguçada — é o caso, por exemplo, dos retrovisores e do aerofólio traseiro tremendo em altas velocidades e coisas do tipo. Outras adições incluem texturas mais detalhadas dos céus, que passam melhor a sensação de mudança climática e fazem os olhos brilharem ao cortarmos uma reta quando o sol está se esconder no horizonte. Um deleite!

Além de Forza 7, também receberam um trato especial os jogos a seguir:

  • Forza Horizon 3: gráficos 4K nativos rodando a 30 FPS e anti-aliasing 4xMSAA;
  • Gears of War 4: gráficos 4K nativos rodando a 30 FPS ou Full HD a 60 FPS;
  • Super Lucky's Tale: gráficos 4K nativos rodando a 60 FPS.
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Como falei anteriormente, as third parties também estão nesse barco apresentando seus jogos com melhorias para o Xbox One X. Mas há uma diferença: seus jogos ainda apresentam algumas diferenças técnicas entre si — algo já previsto pela Microsoft, que deu total liberdade para que cada um trabalhe da forma que quiser. A tendência, porém, é que, com o tempo, todos alcancem um mesmo "padrão" de desenvolvimento e tragam jogos 4K com 60 FPS fixos.

Entre os destaques, podemos citar:

  • Terra-média: Sombras da Guerra: gráficos 4K dinâmico (podem cair para até 3.360 x 1.890) rodando a 30 FPS;
  • Wolfenstein 2: The New Colossus: gráficos 4K dinâmico (podem cair para até 2.944 x 1.656) rodando a até 60 FPS;
  • Call of Duty: WWII: gráficos 4K dinâmico (podem cair para até 1.920 x 2.160) rodando a 60 FPS;
  • Assassin's Creed Origins: gráficos 2160p dinâmico (podem cair para até 1700p) rodando a 30 FPS.

E se você estiver torcendo o nariz e pensando que os números não são lá essas coisas todas, uma extensa pesquisa feita pelo Digital Foundry listou e comparou a resolução máxima de 16 jogos no PS4 Pro e no Xbox One X. O veredito: todos eles se saíram melhor no console da Microsoft. No caso de Fortnite, o game apresentou resolução 2,6 vezes maior no X:

A briga sempre vai existir, mas, por suas especificações, dá para prever com bastante segurança que os jogos multiplataforma sempre vão rodar melhor no Xbox One X do que no PS4 Pro. É um fato.

O custo da brincadeira

Se você chegou até aqui, deve ter concluído que o Xbox One X entrega o suprassumo de desempenho e qualidade gráfica, e provavelmente está pensando que essa brincadeira toda não é barata. De fato, infelizmente, não é.

Estamos diante de um videogame premium voltado para um público extremamente exigente, que busca detalhes acima de qualquer coisa e que quer ter o que há de melhor em matéria de console na estante de casa. Por esse motivo, no varejo nacional, o Xbox One X está sendo vendido por nada menos que R$ 4 mil. No mercado cinza, por outro lado, ele pode ser encontrado por cerca de R$ 2.500, mas sem a garantia de 1 ano fornecida pela Microsoft — o risco é você quem corre.

De uma maneira ou de outra, estamos falando de um investimento substancial que pode soar como desnecessário para muita gente. Se levarmos em conta a necessidade de uma TV 4K para termos a experiência completa, a quantidade de dinheiro despejada em compras se torna ainda mais absurda.

Mas calma! Você não é obrigado a ter uma TV Ultra HD para usufruir do Xbox One X. Mesmo em televisores Full HD, mais comuns, jogos marcados como Xbox One X Enhanced apresentam gráficos mais polidos e bem trabalhados, carregamento mais rápido e alguns detalhes extras, que variam de acordo com cada desenvolvedora. Obviamente, isso fica ainda melhor quando se tem um televisor 4K com suporte a HDR — e se você estiver pensando em investir de uma vez nisso tudo, prepare (ainda mais) o bolso!

Atualmente é possível encontrar modelos 4K de entrada no varejo nacional por a partir de R$ 2 mil. Modelos intermediários custam entre R$ 4 mil e R$ 7 mil, enquanto os topo de linha ultrapassam fácil a marca dos R$ 10 mil. É, infelizmente o 4K ainda não é algo exatamente acessível, mas os modelos de entrada e intermediários já quebram um bom galho.

Independentemente do modelo que você está mirando, a dica primordial é escolher por aquele cuja imagem mais lhe agrada. Não se deixe enganar pelas demonstrações que ficam em exibição nas lojas e sempre peça ao vendedor para ver como as TVs se comportam numa situação real de uso. Dessa forma você poderá ver se os níveis de brilho e contraste lhe satisfazem, se o preto é preto de verdade ou acinzentado e assim por diante. Se for comprar online, pesquise bastante e leia reviews suficientes até ter certeza do que está adquirindo.

Vale a pena?

Então, o somatório indica a quantia mínima de R$ 6 mil para termos a experiência 4K definitiva com o Xbox One X. Vale a pena? Depende muito do seu perfil e do que você anseia como gamer.

Em defesa do console da Microsoft, não há como negar que o preço é justificado por um hardware de ponta que não só se sobressai em relação ao de qualquer outro console como também pode sair mais barato que um PC gamer. Com ele, você tem a certeza de que tem um videogame que entrega desempenho máximo em todas as ocasiões e que dificilmente será superado nos próximos quatro anos. Alie isso a uma televisão 4K e você está equipado para o que vem aí nos próximos cinco a dez anos, no mínimo.

Minha opinião pessoal, nesse caso, é que não há nada melhor do que ligar o Xbox One X, colocar um jogo para rodar e relaxar sabendo que tudo o que está sendo exibido ali, diante dos meus olhos, é a experiência definitiva em matéria de imagem, de gráficos, de áudio, de desempenho, de videogames.