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Análise | F1 2018 adiciona recursos e carros clássicos à fórmula de sucesso

Por| 24 de Agosto de 2018 às 09h02

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Análise | F1 2018 adiciona recursos e carros clássicos à fórmula de sucesso
Análise | F1 2018 adiciona recursos e carros clássicos à fórmula de sucesso

A discussão sobre títulos anuais é uma constante na indústria de jogos. Quando falamos de games de tiro ou franquias consagradas, há sempre um embate entre aqueles que prezam pela inovação e, sendo assim, esculacham a repetitividade, e aqueles que nem mesmo julgam possível fazer algo novo ano a ano, preferindo o conforto de sempre saber o que esperar de um título. Essa lógica, entretanto, não se aplica necessariamente aos jogos esportivos.

Aqui, estamos falando de um público que preza pelos elencos atualizados e regras inéditas, ávidos para terem em casa e fazerem parte daquilo que só assistem na tela da televisão. Nesse segmento, um carro que é facilmente controlável, mas também responde de maneira realista, é mais importante do que uma série de novidades e recursos. Esse é um balanceamento que a Codemasters obteve muito rapidamente.

Desde 2015, quando estreou com F1, uma de suas principais franquias na atual geração de consoles, a companhia demonstrou ter acertado o básico, mesmo que, há três anos, faltassem recursos. Desde então, porém, muito mudou, com a série ganhando novidades solicitadas pelos jogadores, de forma a se tornar cada vez mais completa. F1 2018 representa mais um passo nessa crescente.

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O título entrega o básico: lista de pilotos atualizada, designs atuais das equipes que correm na temporada real e os novos circuitos. Além disso, entram para o mundo virtual as novas regras, as atualizações de performance e o infame halo, que serve para proteger as cabeças dos pilotos, mas, também, deixou os veículos com cara de sandálias Havaianas.

Descrever F1 2018 apenas como um game atualizado, porém, seria minimizar o trabalho da Codemasters, que a cada ano se foca em apurar ainda mais aquilo que já agrada tanto e adicionar opções para quem não se contenta apenas com o modo carreira. E isso, acredite, vai além apenas da presença de carros clássicos, que aparecem agora em uma lista maior, ou de um aumento na complexidade da pilotagem e das características dos carros a serem levadas em conta.

Foi amplamente comemorado, por exemplo, o retorno das relações com a imprensa, que agora aparecem com mais profundidade do que jamais tiveram em toda a franquia. Ao final de sessões de treino e corridas, somos levados a conversar com a repórter Claire, que nos faz perguntas às vezes capciosas e cujas respostas influenciam no desenvolvimento de nossa carreira, nas relações com a equipe e nos contratos a serem recebidos (mas não tanto quanto deveriam, diga-se de passagem).

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Logo de início, ao selecionar uma escuderia, somos apresentados ao que ela espera de nós e, principalmente, o tipo de atitude que a empresa deseja que a gente tenha. Ao longo do tempo, respostas ácidas sobre o desempenho do veículo ou atritos com outros pilotos podem levar a resultados positivos ou negativos, com um sistema de decisões que acaba tornando a campanha mais envolvente e intuitiva.

Isso também dá origem a um novo sistema de negociação de contratos, que traz mais dinamismo à campanha principal. Se o usuário desejar, pode trocar de escuderia no meio de uma temporada ou, então, trabalhar em condições melhores, exigindo ser o primeiro piloto ou prometendo resultados miraculosos. Depois, logicamente, é preciso cumprir a promessa e os times também podem não aceitar a oferta, deixando como única opção para os mais gananciosos a mesma merreca dada a pilotos iniciantes.

Outra novidade em termos de regras é a aplicação do ERS, a Unidade de Energia que transfere o potencial desperdiçado nas freadas, por exemplo, e o transforma em um incremento de potência. Esse recurso pode ser controlado e gerenciado em tempo real pelo jogador de acordo com a necessidade da corrida, enquanto ajustes finos no diferencial, freios e outros geram pequenas melhorias. A asa traseira, que é ativada sob condições especiais durante os treinos e corridas, também faz a diferença.

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Se no mundo real o volante dos pilotos parece um controle de videogame, lotado de botões, essa é uma realidade também para os jogadores de F1 2018. Todos esses recursos extras são controlados a partir do direcional digital, com dezenas de opções, gráficos e estatísticas aparecendo na tela, enquanto o botão superior abre ainda mais opções. É preciso ter o olho vivo para, por exemplo, conseguir conversar com um engenheiro, alterar a mistura de combustível e ajustar o ERS simultaneamente enquanto luta por posições.

Isso sem falar, claro, no aspecto de simulação, que mantém as características complexas de sempre. Em F1 2018, dá para notar uma pequena redução na dificuldade, mesmo quando o nível da inteligência artificial está configurado nas alturas, juntamente com uma melhoria um tanto artificial em alguns carros, na comparação com suas contrapartes reais. Não é normal ver a Williams ou a McLaren de Fernando Alonso voando baixo nas pistas, mas, no mundo virtual, isso é possível e constante, mesmo nas configurações mais avançadas.

Quem não quiser se importar com muitos desses aspectos, entretanto, pode deixar boa parte deles em modo automático. Reforçando um compromisso com a acessibilidade feito no início dessa geração, a Codemasters retorna com o sistema profundo de customização de dificuldade, permitindo que os jogadores ativem ou regulem níveis de assistência de freios ou controle de tração, além de automatizar o controle do ERS e dos auxílios de parada nos boxes e ajustes no carro.

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O game também dá indicações visuais sobre os melhores caminhos de aprimoramento de veículos e peças que podem ser trocadas com ou sem punição de tempo. A ideia, entretanto, é clara: fazer com que o jogador seja introduzido no mundo de F1 2018 com tudo ativado e vá, aos poucos, melhorando suas habilidades e desligando assistências e sistemas de ajuda, descobrindo, a cada mudança, o nível de simulação e complexidade apresentado.

No título, a empresa também incluiu alguns extras que somente seriam possíveis em um videogame, como a remoção completa da coluna do halo, de forma a não bloquear a visão durante a utilização da visão de dentro do capacete. São aspectos desse tipo que mostram uma conexão com a comunidade e, também, o fato de a empresa estar antenada com as reclamações até mesmo dos atletas reais do esporte.

Quem quiser, também pode seguir pela temporada “pulando” as pistas das quais não gosta. O game exige, teoricamente, apenas a participação na sessão de qualificação, podendo simular o resultado da corrida de acordo com a performance do jogador, a potência de seu carro e também as evoluções realizadas. Assim, o progresso se tornou menos penoso, com a inteligência artificial dando um belo empurrãozinho nisso.

Ainda mais para explorar

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Por mais que o modo carreira seja o grande mote da série, ele não é a única alternativa para quem deseja embarcar no título. Os consagrados cenários retornam, trazendo situações reais do circo da Fórmula 1 para serem incorporadas pelo jogador, enquanto minitorneios tornam a jogatina um pouco mais variada e customizada.

Existem, por exemplo, campeonatos exclusivos de circuitos de rua ou pistas europeias, além de outros em que restrições de potência permitem a entrada de apenas alguns veículos. Os jogadores ainda podem criar suas próprias séries customizadas, jogando-as tanto desconectados quanto pela internet.

O multiplayer, aliás, continua sendo um dos grandes pilares do game, principalmente com o recente investimento da Codemasters nos torneios de esportes digitais. A experiência conectada de F1 2018 continua se diferindo do game normal, principalmente no comportamento dos carros, que possuem performance similar independentemente da equipe escolhida. Assim, a vitória acaba dependendo única e exclusivamente dos acertos realizados pelo jogador e também de sua habilidade ao volante.

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Ao reformular o ambiente conectado, a Codemasters criou uma espécie de licença, que cataloga os jogadores não apenas por sua habilidade, mas também pelos cuidados ao volante. Aqueles que têm o braço-duro serão colocados diante de outros usuários igualmente violentos, compondo o pesadelo de pedaços e metal retorcido que se tornou marca registrada do multiplayer da franquia. Quem dirige direito, porém, poderá passar longe dessa galera.

Durante nossos testes, entretanto, isso não pode ser sentido de forma tão flagrante, talvez por estarmos jogando de maneira antecipada, apenas com membros da imprensa e da comunidade de criadores de conteúdo. As corridas acabavam misturando jogadores com diferentes perfis, mas, na experiência que presenciamos, aqueles que gostavam de brincar de trombada efetivamente apareciam o tempo todo, mas em menor número, é verdade.

Essa acaba sendo, entretanto, a maior diferença de F1 2018 em relação aos games anteriores e, também, a que mais deve agradar. No restante, principalmente para olhos desatentos, desacostumados com a franquia ou que não acompanham o circo da Fórmula 1, o título pode se parecer mais como uma nova versão sem muito ineditismo, principalmente quando levamos em conta o desempenho gráfico bastante similar ao ano passado, com direito, até mesmo, a repetições de narrações, imagens e objetos de customização.

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Para os fanáticos pela velocidade, entretanto, temos mais uma vez o melhor título da principal categoria de velocidade já lançado — até o ano que vem, quando uma versão provavelmente ainda mais aprimorada deve chegar. É uma característica que a Codemasters vem repetindo desde 2016, quando finalmente alinhou o desempenho de seu game com as expectativas do público.

Quando o assunto é correr, o intuito de um game dessa categoria, a melhoria é constante. O lançamento faz jus ao bom nome da saga e, também, já nos faz olhar para o futuro, imaginando o que a Codemasters pode aprontar a seguir. O caminho, desta vez, é de plena subida.

F1 2018 foi testado no PlayStation 4 em cópia digital gentilmente cedida ao Canaltech pela Codemasters