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Análise | Aritana and the Twin Masks não inova, mas entretém o suficiente

Por| 16 de Agosto de 2019 às 10h12

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Captura de Tela/ Felipe Ribeiro
Captura de Tela/ Felipe Ribeiro

É muito bom ver que estúdios brasileiros estão crescendo e lançando cada vez mais games, de diferentes gêneros e tipos. Muitas vezes, ao criar um produto do zero, o desenvolvedor pode fazer uso de fórmulas de sucesso e "traduzi-las" à sua maneira. Ao jogar Aritana and the Twin Masks, nosso inconsciente nos remete a alguns títulos que certamente já passaram pelas nossas mãos em algum momento da vida, porém com uma temática bem brasileira, o que torna a experiência ainda mais intimista, por assim dizer.

Apesar de problemas técnicos condizentes com um jogo de investimento inferior e de não apresentar inovações em nenhum aspecto, seja na jogabilidade ou no seu aspecto visual, Aritana and The Twin Masks é capaz de entreter na mesma proporção que irrita. Ou seja, pode agradar bastante, ou pode fazer com que você o abandone com uma hora ou duas de jogatina.

O Canaltech teve acesso antecipado ao game, que será lançado oficialmente para o Xbox One nesta sexta-feira (16), e vamos te contar com detalhes o que achamos.

Simplicidade lúdica

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Sequência direta do jogo ​Aritana e a Pena da Harpia, Aritana and the Twin Masks, tem como base ser um game em que a progressão depende de muito raciocínio, mas sem deixar de ser simples. O enredo, que traz os acontecimentos do anterior, pouco influencia no decorrer da jogatina, servindo apenas de pano de fundo para a temática do produto em geral. Toda via, temos, sim, uma motivação para seguir avançando — além do gamescore: o jogador deve recuperar um cajado perdido de Yaci, que está em posse de um vilão chamado apenas de "mascarado".

E, para recuperar este poderoso artefato, o jogador controlará Aritana, que pode ser uma índia ou um índio. Ao assumir o comando, passamos por um prelúdio para aprender as mecânicas básicas do jogo, que são de fácil domínio, já que teremos à disposição apenas uma arma: um arco e flecha.

Para não dizer que a história não está imersa e não influencia na experiência, você receberá dicas por meio de alguns cristais que estão espalhados pelos cinco mapas do jogo, que poderão — ou não, dependendo do seu entendimento da progressão — te ajudar muito a resolver os diversos puzzles.

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Portanto, não espere muita profundidade no enredo de Aritana, mas não o ignore completamente.

Jogabilidade simples, mas que pode te complicar

Aritana and the Twin Masks é um sandbox com mapa limitado, composto por cinco mundos de diferentes estilos e que vai exigir do jogador raciocínio e habilidades únicas para a resolução dos puzzles. Não há uma grande variedade de inimigos ou obstáculos, mas a composição dos desafios podem trazer uma certa dificuldade ao jogador.

A maneira como a Duaik Entretenimento​ bolou as progressões e a maneira como o personagem se movimenta pelo mapa é elogiável. Mesmo sem contar com pontos de "acesso rápido", o jogador pode se mover com uma certa velocidade graças a portais de teletransporte que, além de proporcionarem dinamismo, ajudam a deixar o jogo mais divertido.

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Também é possível progredir no game sem as "receitas" que temos que achar durante a campanha. Esses aditivos proporcionam habilidades únicas a Aritana, como a cura do pagé — esta, sim, essencial e que já está desde o início —; o "escudo de Caaporã", que te dá uma proteção temporária; a "bolha de Iara", que ajuda a dispersar os peixes na água; entre outras.

Essas receitas podem ser "alimentadas" com as mais diversas frutas típicas que são colhidas ao longo da aventura. Guaranás, maracujás e até cajus são vistos, o que dá aquela sensação boa de Brasil durante o jogo.

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O uso da flecha

A flecha é a única arma usada por Aritana em toda a campanha. É com ela que derrotamos inimigos, abrimos portais, ativamos plataformas e navegamos pelos teletransportes. A mira pode ser livre ou travada. Ao optar pelo segundo modo, as coisas ficam bem mais fáceis, já que o cursor segue o alvo automaticamente. Essa mecânica foi escolhida, de certo, porque movimentar a câmera, mesmo com sensibilidade em 100%, é muito ruim e pesado.

Outro artifício usado pela Duaik foi dar a Aritana a possibilidade de deixar o tempo mais lento com uma espécie de feitiço temporário. Além de ajudar a derrotar certos inimigos, esse poder permite ao indiozinho atravessar certos obstáculos no mapa.

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A falta de mais armas e inimigos irrita em dados momentos, porque sabemos exatamente o que esperar em termos de desafio além dos puzzles. Se você caprichar, pode derrotá-los com uma simples flechada, o que seria bacana se tivéssemos uma variedade maior de "capangas" ou criaturas para abater.

É interessante, no entanto, as melhorias que essa tradicional arma indígena pode receber para que resolvamos os puzzles durante a progressão. Isso foi muito bem colocado no jogo e é algo a se destacar.

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Gráficos, som e problemas

Aritana and the Twin Masks é um jogo indie, ou seja, não dá para exigir grande poderio gráfico e de desempenho. O game é bem bonito e ambientado, mas algumas coisas não podem deixar de ser observadas, a começar pela taxa de quadros em que o jogo roda. Mesmo testando o game em um Xbox One X, poucas foram as vezes em que a jogabilidade foi fluida. Isso talvez possa ser corrigido com um patch no futuro, mas, mesmo com simplicidade, uma otimização poderia ser feita para que a experiência não seja prejudicada.

A trilha sonora que compõe o jogo é espetacular, fazendo com que, de fato, nos sintamos em uma aventura indígena. Porém, tecnicamente, alguns ruídos surgem em dados momentos no mapa, o que também pode ser consertado. Algo que também fez falta foram vozes nos diálogos. Para acompanhar a história e o enredo, somos reféns de caixas de texto, o que, convenhamos, não dá para aceitar mais em um jogo de 2019, ainda mais um sandbox.

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Bem, voltando aos gráficos, podemos dizer que Aritana é um jogo bonito e artísticamente bem pensado. O mapa possui muita cor e parece mesmo estar imerso em um universo paralelo acima da Amazônia. Algo que nos chamou a atenção foi o plano de fundo para o mapa. Quem jogou os mais diversos sandbox da vida sabe que estamos sempre com a sensação de se estar flutuando em algum lugar, e nesse game não é diferente.

No entanto, olhar para baixo dá uma sensação agradável e a referência não poderia ser melhor: o Rio Negro, situado no coração da maior floresta do mundo.

Vá de coração aberto

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Aritana and the Twin Masks mostra que tem potencial para entregar algo mais robusto futuramente. Se esta for a intenção da Duaik, o caminho já está pavimentado, pois há uma temática rica e uma proposta que atrai. No entanto, na mesma proporção que entretém, o jogo também é capaz de te irritar.

Se você quiser se aventurar com simplicidade e resolver bons puzzles, Aritana and the Twin Masks merecerá o seu tempo. Vá de coração aberto e dê uma chance.

O game está disponível a partir desta sexta-feira (16) no Xbox One e deve ser lançado para PlayStation 4 e Nintendo Switch em breve.

Aritana and the Twin Masks foi testado pelo Canaltech com uma cópia digital gentilmente cedida pela Duaik Entretenimento.