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Análise do Jogo: "Alice Madness Returns"

Por| 05 de Janeiro de 2012 às 16h12

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Análise do Jogo: "Alice Madness Returns"
Análise do Jogo: "Alice Madness Returns"
Plataforma: PC, Xbox 360, PlayStation 3 Desenvolvedor: Spicy Horse
Distribuidor: Electronic Arts Gênero: Ação, Aventura, Plataforma 3D

A aventura de Alice no encantado País das Maravilhas conquistou milhares de leitores das mais diversas idades e gerações, tornando-se um verdadeiro clássico multimídia através da cultura pop, ganhando de filmes, peças a continuações "não oficiais" sobre o futuro da garotinha que um dia perseguiu o coelho branco e caiu em um buraco direto para uma terra mágica.

Mas esqueça tudo aquilo que sabe sobre o conto infantil. Seja bem vindo a Alice: Madness Returns, uma versão macabra e perturbadora do mundo adulto de Alice Lidell, que após ser culpada de colocar fogo na sua própria casa, matando seus pais e irmã nas chamas, ela passa a viver em um asilo para os clinicamente insanos.

Esse desvio no percurso da garota de vestido azul e laço branco aconteceu no final do primeiro jogo da série, American McGee's Alice, que nos apresentou um País das Maravilhas distorcido, com personagens hostis e um cenário digno da mais distorcida psique humana.

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Madness Returns nos coloca no controle de uma Alice anos mais velha, perambulando pelos corredores do asilo e as ruas de Londres no período vitoriano. Com o auxílio profissional do psiquiatra Dr. Angus Bumby, ela recebe sessões de hipnotismo que ajudam a esquecer a traumática noite do incêndio.

Mas a senhorita Lidell alterna sua visão da realidade com alucinações da então Wonderland, e de volta às Maravilhas, agora totalmente corrompida por conta de um certo Trem Infernal que vem deixando um rastro de ruína por onde passa. Alice deve descobrir o que ou quem está dirigindo este veículo e impedí-lo.

A jogabilidade transcorre em, basicamente, três níveis: plataforma tridimensional, combates em terceira pessoa e diversos puzzles e quebra-cabeças que pedem por solução. Como este não é um jogo para o público infantil, todos os níveis requerem esforço em particular para serem vencidos.

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As plataformas são longas e muitas vezes de difícil alcance, exigindo certa destreza do joystick para executar os saltos triplos que a acrobata personagem tem direito. Os combates funcionam em um nível mais racional, e requerem toda uma estratégia de ataque e troca de armas de acordo com o inimigo.

O armamento de Alice mostra que a garotinha perdeu toda sua inocência e a transforma em uma verdadeira versão feminina de Kratos. Enquanto a faca Vorpal Blade dilacera inimigos próximos, o cavalo de brinquedo Hobby Horse se encarrega de esmagá-los, e o triturador de pimenta Pepper Grinder atinge qualquer alvo à distância.

Mas a sequência de eventos de ação misturados com plataforma poderiam funcionar melhor se não houvessem inimigos que praticam um esquema de combate diferenciado, como os insuportáveis fantasmas em Lost Souls Locker, no segundo capítulo, ou as horas de intermináveis pulos e saltos de longa distância em uma mesma fase.

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Esses pontos acabam quebrando o ritmo do jogo e não sabemos ao certo o que a Spicy Horse tentou fazer. Ao mesmo tempo que Madness Returns tenta fazer bonito colocando uma série de ideias inventivas ao longo do jogo, o mesmo acaba se tornando repetitivo por conta de sua longa duração - de 12 a 14 horas de duração.

Se fosse um título mais bem acabado e polido, que não confundisse o jogador na hora de que caminho se deve seguir, com controles mais responsivos na hora dos combates e saltos que realmente nos fizessem alcançar nosso destino, quem sabe a satisfação ao se jogar não seria maior.

Mas algumas ideias acabam por redimir estes erros, como o gigantismo da protagonista ao comer um pedaço de bolo e sair destruindo seu inimigos com pisoteadas, a impressionante Cardbridge com sua incrível sequência de cartas-barra-plataformas que surgem aos céus, toda a construção da fase Dollhouse (Casa de Bonecas), com um dos puzzles mais originais do jogo da cabeça de boneca sidescrolling.

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Todas estas imagens impressionam pela sua força e maneira com que são executadas -- pena que o resto do jogo não é assim. Mas se for para se lembrar de apenas uma cena, a mais memorável é quando Alice está presa em uma camisa de força e sai pelos corredores do manicômio, careca e desesperada, algo digno de estar em uma tela de cinema, por exemplo.

Com mais acertos que erros, Madness Returns é um excelente título de ação e aventura em três dimensões, que explora de maneira diferente o legado do País das Maravilhas, com uma história intrigante e bem escrita.

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