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Review | Poly Voyager UC 5200 vale mais pela mobilidade que pelo desempenho

Por| 22 de Março de 2020 às 14h00

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Review | Poly Voyager UC 5200 vale mais pela mobilidade que pelo desempenho
Review | Poly Voyager UC 5200 vale mais pela mobilidade que pelo desempenho

Quem trabalha fazendo muitas ligações e precisa de mobilidade certamente já se viu em um embate: afinal, ter as mãos livres para digitar no computador é fácil, basta usar um headset com um bom microfone para não perder mais nenhum call enquanto escreve no notebook. Mas e se dali em diante você precisar pegar trânsito, dirigindo? Um fone de ouvido não seria a melhor opção, certo?

O Poly (ex-Plantronics) Voyager UC 5200 é um headset mono profissional que "ocupa" uma orelha só, mantendo a outra livre para você escutar o ambiente ao seu redor, e trazendo o melhor de três mundos: mãos livres, qualidade de ligações e possibilidade de uso em diversos ambientes — inclusive enquanto você estiver dirigindo.

Não necessariamente discreto, o modelo promete cancelamento de ruído para deixar sua conversa o mais profissional possível, independente de onde estiver ou para onde estiver indo, com foco no que você fala, e não de onde você fala.

Design & Ergonomia

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Um dispositivo UC (de comunicação unificada) permite que você faça e receba chamadas usando diferentes tipos de dispositivos ao mesmo tempo, como um notebook e um smartphone, conectados ao headset via Bluetooth. Se no seu dia a dia você costuma usar bastante o Skype, o Lync ou até mesmo soluções de softphones, PDAs ou PABX, esse headset é para você.

Construído de material plástico resistente, o headset vem todo em preto, com alguns detalhes em vermelho e cromados. Tudo isso forma um conjunto bastante discreto, embora o modelo não seja exatamente pequeno: sair com ele por aí não vai passar batido, mesmo se o braço do microfone estiver posicionado para cima. Aliás, ele também não é o menor dos modelos disponíveis na categoria de headsets monaurais (usados de um lado só).

Embora seja voltado ao uso corporativo, o Voyager 5200 é uma mão na roda para quem precisa fazer mil coisas ao mesmo tempo, sem perder a qualidade, também fora das empresas ou em trabalhos autônomos. É o caso dos profissionais conectados que não podem perder uma ligação importante nem quando estiverem pedalando para casa ou fazendo supermercado, por exemplo. Seja no escritório, em casa ou no trajeto para qualquer destino, usando qualquer meio de transporte, o mais importante será fazer o call sem perder o compromisso na agenda. O legal é que ele conta com nanorevestimento a prova de suor, ou seja… se você estiver na correria do dia a dia, não precisa se preocupar com o fato do seu suor estar estragando o headset.

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O headset é mono, isto é, você usa em apenas um ouvido, e possui um microfone estilo boom (com haste) que garante qualidade de voz e filtragem de ruídos indesejados, como som ambiente e barulho do vento, por exemplo. Leve e fácil de usar, basta você posicioná-lo na orelha e começar o dia sem perceber que está usando um headset: quando o telefone tocar, é só atender e continuar fazendo suas tarefas habituais com as duas mãos e um ouvido livres.

O aparelho é todo articulado, ou seja: a haste do microfone gira, o fone também, o que facilita bastante na hora de colocar e no uso em si. Embora seja um headset volumoso, o design intuitivo do Voyager 5200 faz com que seu uso seja simples desde o momento que você retira o aparelho da caixa.

Aliás, o Voyager 5200 tem um visual sóbrio e profissional, sendo construído com um material plástico bem resistente e, ao mesmo tempo, leve, o que garante horas e horas de uso sem a necessidade de tirá-lo da orelha. Não é discreto como um fone in-ear, já que seu microfone chama bastante a atenção por ficar sempre junto ao seu rosto, mas isso, inclusive, complementa seu visual corporativo: todos vão saber que você está conversando com alguém, e não falando sozinho pelo escritório, como se estivesse ouvindo vozes na sua cabeça.

O dispositivo foi concebido de modo a não incomodar, já que ele se encaixa levemente na orelha e não fica escorregando, nem quando você se movimenta, nem quando você se levanta. Basta posicioná-lo da maneira correta e começar sua jornada de trabalho como se nem estivesse usando um headset.

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Nos nossos testes, no entanto, essa leveza toda passou, durante todo o tempo, insegurança. Como o fone não encaixa dentro do canal auricular, não faz um selamento legal para o áudio chegar "cheio", e isso me incomodou bastante no início. Embora você possa usar o headset de um lado ou de outro, em nenhuma das minhas orelhas essa adaptação ocorreu de forma satisfatória e não consegui deixar o aparelho firme o suficiente para extrair o melhor do áudio na escuta, nem com a ponteira média, nem com as outras duas (P e G) que vêm na caixa — e que, aliás, não são fáceis de trocar. Toda a estabilidade do conjunto se deu exclusivamente pelo gancho que dá a volta sobre a orelha e fica pendurado lá, apoiado pelo fone, mas sem nenhum reforço pela ponteira que entra no canal auditivo. Isso, teoricamente, daria um ponto a mais de sustentação para o fone, mas no meu caso, não ocorreu. Apesar de tudo, levantei, andei, saí, sentei, dirigi, voltei e o headset continuou no mesmo lugar, com seus levíssimos 20 gramas.

Comandos

O Voyager 5200 tem controles físicos em seu "corpo", que fica localizado atrás da orelha, bem como se comunica com seu smartphone por meio de comandos de voz com o assistente virtual, seja ele iOS (Siri) ou Android (Google Assistente).

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Atrás da orelha você tem o botão liga/desliga, e acima, há dois botõezinhos de volume (+ e -). Na haste do microfone você também conta com um botão vermelho que serve para cancelar a captação (o famoso "mudo"). No "pé" da haste, há um botãozinho que ativa o pareamento Bluetooth com seu smartphone ou computador. Na região inferior do headset há uma porta micro USB para carregamento, ao lado dos contatos que servem para receber carga do estojo — que vem incluso na embalagem, aliás.

Para tornar a vida do profissional mais prática, o Voyager 5200 também conta com comando de voz através de assistentes virtuais como a Siri e o Google Assistente. Sendo assim, com o pressionar de um botão, você consegue realizar chamadas, enviar mensagens, marcar compromissos, fazer buscas no Google e tudo o que faria usando o comando de voz do seu celular, com a vantagem de não precisar pegá-lo para isso. O headset tem também as funções Caller ID e Voice Answer, que informam quem está ligando e te permitem atender ou recusar a chamada, usando apenas a sua voz. Ele também conta com sensores de uso, ou seja: se o telefone tocar e você colocar o headset no ouvido, automaticamente a ligação será atendida. O inverso também acontece: se, durante uma ligação, você tirar o fone do ouvido e colocá-lo sobre a mesa, ele encerra a chamada.

Microfone

O headset conta com quatro microfones adaptativos, que, juntos, entregam uma qualidade de fala com o mínimo de ruídos ou interferências possível. Além disso, ele conta com a tecnologia WindSmart da Poly, que detecta a direção do vento no ambiente que você estiver, seja a céu aberto ou indoor, para cancelar aquele barulho incômodo do ar em contato com o microfone durante uma chamada. Esse conjunto todo funciona para que você possa conversar enquanto se movimenta ou está em um ambiente barulhento, como o saguão de um aeroporto ou mesmo o escritório na hora do cafezinho.

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Nos nossos testes, o resultado foi bastante satisfatório. O conjunto de microfones trabalha de forma a filtrar o máximo possível de ruído ambiente para que sua voz soe audível e cristalina do outro lado da "linha". A tecnologia SmartWind responde instantaneamente ao bloquear o barulho de rajadas de vento, fazendo do modelo uma opção excelente para uso fora do escritório, ou mesmo na varanda, se você gosta de conversar olhando a rua, por exemplo.

Áudio

Além da excelente performance do microfone, o Voyager 5200 também traz uma boa qualidade de áudio, que só não é melhor porque o modelo não se adaptou tão bem quanto um fone in-ear e eu não consegui posicionar o driver como gostaria. Sendo assim, não consegui extrair o melhor de isolamento e desempenho de áudio com o modelo.

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Sem um selamento correto, o áudio vaza e, como resultado, você acaba tendo que aumentar o volume. Foi o que aconteceu comigo durante o uso do Voyager 5200.

O isolamento de ruídos indesejados é a característica mais forte desse headset, que te deixa conversar em praticamente qualquer lugar — só não testei durante um clássico de futebol em um estádio lotado por razões óbvias. Dirigindo com as janelas abertas e deixando o vento bater no rosto, foi possível ouvir e ser ouvida com clareza, muito embora o preço que se pague por esse nível de cancelamento de ruído seja uma voz levemente robotizada, metalizada e alguns cliques e pops que seriam cortes de ruídos "aleatórios" do ambiente. No entanto, a voz de quem está do outro lado também chega nítida e clara, esteja você em seu escritório em um dia tranquilo ou aguardando, em um restaurante lotado, a hora de um almoço de negócios.

Dá para ouvir música? Dá, embora de um lado só. Basta conectar o headset com seu celular e dar play no seu aplicativo de streaming favorito.

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Bateria

De acordo com a Poly, sozinho e com carga completa, o headset oferece 7 horas de uso contínuo. Já o case (opcional) traz 14 horas adicionais para quem quiser ainda mais independência de cabos e tomadas.

No meu dia a dia, usei o headset dirigindo e trabalhando, e a bateria aguentou perfeitamente mais de uma semana, com a ajuda do case. Mas, não sou do tipo que usa o telefone mais do que o teclado para trabalhar, então, considerando o uso casual, é uma excelente pedida. Para heavy users, o ideal é deixar o dock sempre carregado e andar com ele para onde for. Sorte é que tudo cabe no bolso ou na bolsa, sendo prático demais para quem quer mobilidade, liberdade e qualidade nas ligações.

Conectividade

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O aparelho funciona estritamente pelo Bluetooth, seja com seu celular, seja com seu computador. Para que a comunicação com o smartphone (Android ou iOS) se estabeleça, basta parear os dois aparelhos normalmente. Já no computador (PC ou Mac), é necessário espetar um dongle de conectividade em uma porta USB para fazer essa ponte. Esse apetrecho vem na caixa e te permite, aliás, usar o notebook e o smartphone, por exemplo, pareados simultaneamente com o headset. Ótimo para viagens, eventos, reuniões e, no caso dos jornalistas, pautas externas.

O modelo que chegou ao Canaltech para testes traz um case de carga que, assim como o headset, também vem com uma porta micro USB para que você carregue sua bateria.

Não há conectividade cabeada/analógica, mas o headset suporta NFC: basta aproximá-lo do smartphone e pimba, conectou.

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Preço e onde comprar

O Voyager 5200 é um headset desenhado para o uso corporativo/profissional e pode ser encontrado através dos canais oficiais, distribuidores e revendedores Poly. Ele tem preço médio de R$ 1.600.

Vale a pena?

Se você usa muito o telefone (celular ou VoIP) enquanto trabalha, mas sente que ficar preso ao escritório te atrasa o dia, vai gostar muito de um apetrecho desses na sua mochila. O Voyager 5200 UC é um aparelho muito mais voltado ao profissional que respira mobilidade àquele que trabalha diretamente com call center ou alocado em um escritório. Publicitários, empreendedores, jornalistas, representantes comerciais e outros profissionais que estão em constante movimento, seja em aeroportos, estações de metrô, carros de aplicativos ou próprios e até mesmo transporte alternativo são o verdadeiro foco deste headset.

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A qualidade do áudio e do microfone são muito boas e o resultado é uma conversação limpa, sem interferência de ruídos da rua, do ambiente de trabalho, de casa ou de qualquer lugar que você se veja ao fazer/receber uma ligação importante. Aliás, o cancelamento de ruído na fala, aliado à tecnologia SmartWind fazem do Voyager 5200 um apetrecho bem legal para ambientes externos.

O ponto fraco é o conforto. Particularmente, apesar de ser um headset leve e articulado, não achei confortável passar uns dias com ele justamente porque ele não tem um encaixe no ouvido que passa confiança. Ao contrário, fiquei insegura por duas razões: pelo medo de cair da orelha e pela frustração de não conseguir escutar o que sai do driver por completo, já que o fone não se adapta totalmente ao canal auricular e o som "vaza", perdendo em qualidade e volume.

Ao passar alguns dias usando o headset, cheguei à conclusão de que é o aparelho ideal para quem trabalha muito e viaja muito, ou vai a muitos eventos, mais do que para quem quer uma qualidade excelente de ligação e depende muito mais disso para trabalhar. O grande chamariz do aparelho é a liberdade que ele dá ao usuário por não ter fios, se conectar simultaneamente a dois aparelhos e filtrar ruídos indesejados de ambientes barulhentos ou abertos. Esse "combo" faz dele uma boa escolha para quem se movimenta bastante enquanto trabalha, mas a questão do conforto e da ergonomia podem ser decisivas na hora da compra. O melhor, sempre, é levar em consideração a velha máxima: experimente antes de comprar.