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Reino Unido rejeita recurso de Assange para evitar extradição para os EUA
A Suprema Corte do Reino Unido recusou nesta segunda-feira (14) o pedido de recurso de Julian Assange, fundador do WikiLeaks, contra sua possível extradição para os Estados Unidos. O pedido foi negado pela Suprema Corte, sob a afirmação de que a solicitação não possui validade jurídica.
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Assim, o delator fica um passo mais próximo de ser enviado aos EUA para responder aos 18 indiciamentos relacionados ao vazamento de documentos confidenciais do governo, incluindo acusações de invasão de computadores e espionagem. A alegação dos americanos é de que a divulgação de documentos pelo WikiLeaks trouxe risco à segurança nacional e colocou oficiais sob risco pessoal.
Enquanto isso, a defesa afirma que a extradição representa perigo à saúde e integridade física de Assange. Ele vem lutando contra o processo há mais de uma década, chegando a permanecer em asilo político na embaixada do Equador em Londres por mais de sete anos, até ter seu abrigo retirado. Ele foi preso por autoridades do Reino Unido em 2019 e permanece sob custódia deles enquanto os recursos relacionados à extradição seguem em julgamento.
A decisão final sobre o envio dele ou não aos EUA deve sair em abril e está nas mãos da secretária de Estado para Assuntos Internos do Reino Unido, Priti Patel. Os advogados de Assange têm, agora, quatro semanas para apresentar argumentos a favor do delator; caso a extradição seja aprovada, eles ainda poderão apelar à Suprema Corte mais uma vez, mas as expectativas quanto ao cancelamento do processo não são muito altas.
BREAKING: UK Supreme Court refuses permission to appeal in Assange extradition. The case now moves to @UKHomeSecretary Priti Patel to authorize the extradition https://t.co/Falow48IyP pic.twitter.com/nLdUMkbh5m
— WikiLeaks (@wikileaks) March 14, 2022
Não só Patel é vista como favorável ao processo de extradição e considerada grande aliada dos EUA, como o próprio advogado dos americanos, James Lewis, garantiu que Assange receberá todos os cuidados médicos necessários e poderá solicitar que, após ser condenado, cumpra pena em seu país-natal, a Austrália. A saúde do delator é o principal argumento usado pela defesa contra o envio dele aos Estados Unidos.
A negativa do recurso também representa mais uma derrota para ele, que em janeiro de 2021, chegou a ter um pedido de extradição negado, justamente, com base na manutenção da saúde mental e física do delator. Caso seja condenado à pena máxima nos EUA, Assange pode pegar 175 anos de prisão.
Supreme Courts refusal to grant Julian appeal is outrageous. How can it not be an arguable point of law that the High Court based its reversal on a worthless paper called US "assurances"? - We are told our core values are under attack. Well, defend them and stop this nonsense. pic.twitter.com/BbItTOEUcG
— Kristinn Hrafnsson (@khrafnsson) March 14, 2022
O jornalista e atual porta-voz do WikiLeaks, Kristinn Hrafnsson, taxou a decisão da Suprema Corte do Reino Unido como ultrajante. Ele repudiou a ideia de que o recurso tenha sido negado com base nas garantias dadas pelo governo dos EUA e alegou um ataque aos valores fundamentais da democracia e da liberdade de informação.
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