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Reino Unido rejeita recurso de Assange para evitar extradição para os EUA

Por| Editado por Claudio Yuge | 15 de Março de 2022 às 19h20

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Abode of Chaos/Creative Commons
Abode of Chaos/Creative Commons
Julian Assange

A Suprema Corte do Reino Unido recusou nesta segunda-feira (14) o pedido de recurso de Julian Assange, fundador do WikiLeaks, contra sua possível extradição para os Estados Unidos. O pedido foi negado pela Suprema Corte, sob a afirmação de que a solicitação não possui validade jurídica.

Assim, o delator fica um passo mais próximo de ser enviado aos EUA para responder aos 18 indiciamentos relacionados ao vazamento de documentos confidenciais do governo, incluindo acusações de invasão de computadores e espionagem. A alegação dos americanos é de que a divulgação de documentos pelo WikiLeaks trouxe risco à segurança nacional e colocou oficiais sob risco pessoal.

Enquanto isso, a defesa afirma que a extradição representa perigo à saúde e integridade física de Assange. Ele vem lutando contra o processo há mais de uma década, chegando a permanecer em asilo político na embaixada do Equador em Londres por mais de sete anos, até ter seu abrigo retirado. Ele foi preso por autoridades do Reino Unido em 2019 e permanece sob custódia deles enquanto os recursos relacionados à extradição seguem em julgamento.

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A decisão final sobre o envio dele ou não aos EUA deve sair em abril e está nas mãos da secretária de Estado para Assuntos Internos do Reino Unido, Priti Patel. Os advogados de Assange têm, agora, quatro semanas para apresentar argumentos a favor do delator; caso a extradição seja aprovada, eles ainda poderão apelar à Suprema Corte mais uma vez, mas as expectativas quanto ao cancelamento do processo não são muito altas.

Não só Patel é vista como favorável ao processo de extradição e considerada grande aliada dos EUA, como o próprio advogado dos americanos, James Lewis, garantiu que Assange receberá todos os cuidados médicos necessários e poderá solicitar que, após ser condenado, cumpra pena em seu país-natal, a Austrália. A saúde do delator é o principal argumento usado pela defesa contra o envio dele aos Estados Unidos.

A negativa do recurso também representa mais uma derrota para ele, que em janeiro de 2021, chegou a ter um pedido de extradição negado, justamente, com base na manutenção da saúde mental e física do delator. Caso seja condenado à pena máxima nos EUA, Assange pode pegar 175 anos de prisão.

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O jornalista e atual porta-voz do WikiLeaks, Kristinn Hrafnsson, taxou a decisão da Suprema Corte do Reino Unido como ultrajante. Ele repudiou a ideia de que o recurso tenha sido negado com base nas garantias dadas pelo governo dos EUA e alegou um ataque aos valores fundamentais da democracia e da liberdade de informação.

Fonte: WikiLeaks (Twitter)Kristinn Hrafnsson (Twitter)