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Voo da Blue Origin só com mulheres levou sementes da Embrapa para o espaço

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Divulgação / Embrapa / Rogério Monteiro
Divulgação / Embrapa / Rogério Monteiro

O voo suborbital da Blue Origin com seis mulheres – incluindo a cantora Katy Perry – foi o pontapé inicial para a Embrapa iniciar pesquisas sobre cultivo de batata-doce e grão-de-bico no espaço. Lançada na segunda-feira (14), a missão NS-31 levou na bagagem brotos de plantas dos tipos Beauregard e Covington e sementes do grão-de-bico BRS Aleppo, desenvolvido por cientistas brasileiros nos programas de melhoramento genético.

A pesquisa integra as ações da Rede Space Farming Brazil, uma parceria entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Agência Espacial Brasileira (AEB), que estuda a produção de alimentos fora da Terra, sob alta radiação e com baixa gravidade. 


A inclusão do material no voo se deu por um convite da Winston-Salem State University (WSSU). Quem conduziu o experimento foi Aisha Bowe, ex-cientista de foguetes da WSSU e que mantém parceria com a Odyssey, empresa espacial da universidade americana.

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Batata doce e grão-de-bico

A escolha das espécies acontece pelas vantagens agronômicas e nutricionais, se considerados os desafios para cultivar no espaço. Por serem adaptáveis e resilientes, de rápido crescimento e fácil manejo, conseguem se desenvolver em condições mais difíceis..

A relação da instituição com as sementes é a seguinte: a batata-doce Covington foi desenvolvida pela North Carolina State University (EUA); e a Beauregard, obtida pela Louisiana State University (EUA) e registrada no Brasil pela Embrapa como instituição mantenedora. Ambas possuem polpa alaranjada pela presença de betacaroteno. Conhecido como o grão da felicidade, a escolha do grão-de-bico considera seu alto teor de proteínas.

Por que plantar no espaço?

As pesquisas buscam desenvolver plantas mais produtivas e adequadas às limitações do ambiente espacial – ajudando a melhorar o cultivo em cenários atingidos por problemas de clima na Terra, como condições de baixa disponibilidade de água e também de nutrientes. 

A pesquisadora da Embrapa Pecuária Sudeste, Alessandra Fávero, que coordena a Rede Space Farming Brazil, lembra que há muitos exemplos de soluções espaciais que tiveram aplicações na vida terrestre.” A NASA já publicou mais de duas mil dessas tecnologias que são utilizadas no nosso dia a dia, como telas de celulares, ferramentas sem fio, termômetros com infravermelho, comida desidratada, etc. Da mesma forma, podemos avançar muito em tecnologias modernas para auxílio na agricultura brasileira”, explica.

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Neste setor, os exemplos vão do uso de inteligência artificial na irrigação, passando pela melhoria e adequação de plantas em cultivo indoor, até novas cultivares mais tolerantes à seca, mais eficientes no uso da energia ou mais adaptadas aos nossos desafios climáticos.

A ideia de levar esses experimentos e expor as plantas ao ambiente espacial foi pensada coletivamente por pesquisadores de diversas instituições da Space Farming Brazil. Quando as amostras retornarem ao país, os cientistas se juntarão para avaliar o material recebido.

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Vídeo: Vaso inteligente, produtinhos

Fonte: Agência Espacial Brasileira (AEB)

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