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Sondas verão o 3I/ATLAS passar mais perto do Sol — periélio é nesta quinta (30)

Por  • Editado por Melissa Cruz Cossetti |  • 

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Divulgação/NASA, ESA, David Jewitt (UCLA)
Divulgação/NASA, ESA, David Jewitt (UCLA)

O cometa 3I/ATLAS vai atingir seu ponto máximo de proximidade com o Sol — conhecido como periélio — nesta quinta-feira (30). Algumas espaçonaves poderão observar o movimento do objeto interestelar nas proximidades da estrela.

De acordo com a NASA, o cometa deve atingir a distância mínima de 1,4 unidade astronômica (UA) do Sol, o que equivale a aproximadamente 210 milhões de quilômetros. A unidade astronômica é a distância média entre a Terra e o Sol — cerca de 150 milhões de quilômetros — e é usada para medir as distâncias entre corpos celestes no espaço.

À medida que o 3I/ATLAS se aproxima da estrela, o aumento da temperatura sublima o gelo em sua superfície, liberando gases e formando a coma ao redor do núcleo.

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Esse movimento de aproximação também gera duas caudas — uma composta por poeira e outra por partículas iônicas —, tornando o cometa mais brilhante e visível.

No entanto, o 3I/ATLAS entrou em conjunção solar no final de setembro e acabou se perdendo no brilho do Sol ao passar por trás da estrela. Isso fez com que ele ficasse fora do alcance dos telescópios localizados na Terra e também daqueles posicionados no ponto de Lagrange L2 (um dos cinco pontos de equilíbrio gravitacional entre a Terra e o Sol, localizado a cerca de 1,5 milhão de km do nosso planeta e no lado oposto da estrela) durante o periélio.

Observações a cargo das espaçonaves

Nesse cenário, as espaçonaves que atualmente exploram o Sistema Solar terão papel importante nas observações do periélio. As sondas Mars Express e ExoMars Trace Gas Orbiter, por exemplo, estão orbitando Marte e terão uma visão privilegiada do hemisfério solar durante a passagem do objeto interestelar.

As duas naves espaciais da Agência Espacial Europeia (ESA) já participaram, inclusive, das observações do cometa durante sua passagem mais próxima do Planeta Vermelho, em 3 de outubro.

Há também a expectativa de que a missão Jupiter Icy Moons Explorer (JUICE), também da ESA, registre a passagem do objeto interestelar pelo Sol — embora o plano inicial seja realizar as observações do cometa entre 2 e 25 de novembro.

Atualmente, porém, a JUICE está utilizando sua antena principal como escudo solar para proteger os instrumentos da radiação, e só deverá transmitir os dados coletados a partir de fevereiro de 2026.

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As missões da NASA Psyche, que está a caminho do asteroide 16 Psyche, e Lucy, voltada ao estudo de asteroides troianos, também podem registrar o 3I/ATLAS durante sua passagem.

Importância dos registros no periélio

O interesse da comunidade astronômica nas observações do 3I/ATLAS durante o periélio reside no fato de que os gases liberados de sua superfície podem revelar mais detalhes sobre sua composição química, como já aconteceu com a identificação de dióxido de carbono, água, gelo de água, monóxido de carbono e sulfeto de carbonila na sua coma.

Estudos anteriores sugerem que o cometa tem cerca de 7 bilhões de anos, e as novas análises podem ajudar os astrônomos a estimar com mais precisão o sistema estelar de origem do objeto interestelar.

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Fonte: NASA; Space