Satélite russo destruído em órbita gera nuvem de lixo espacial
Por Danielle Cassita • Editado por Patricia Gnipper | •
Um satélite Cosmos 2499, da Rússia, se desintegrou na órbita da Terra. Segundo informações do 18º Esquadrão de Defesa Espacial dos Estados Unidos, o satélite foi destruído no dia 3 de janeiro e deixou pelo menos 85 pedaços de lixo espacial. Agora, a nuvem de detritos está orbitando nosso planeta a 1.169 km de altitude.
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Observações em solo sugerem que ele media menos de 30 cm. Por enquanto, não há informações sobre a causa do rompimento do satélite, mas é certo que ele encerrou suas operações contribuindo para trazer ainda mais detritos para um ambiente já repleto deles. Segundo a Agência Espacial Europeia, há mais de 36 mil pedaços de lixo espacial com pelo menos 10 cm na órbita da Terra, além de 130 milhões com pelo menos 1 milímetro de extensão.
O Cosmos 2499 foi lançado em 2014 com um foguete russo Rockot, acompanhado por três satélites de comunicação militar. Na época, ele não estava oficialmente no manifesto de lançamento, de modo que os rastreadores norte-americanos o consideraram, inicialmente, um pedaço de detrito orbital.
Entretanto, não demorou muito para o “detrito” começar a realizar manobras, parecendo se aproximar do estágio superior do foguete. Assim, no fim de 2014, os Estados Unidos o classificaram como uma carga útil, ao invés de fragmento, e depois o catalogaram como “Cosmos 2499”.
As análises dos elementos orbitais mostraram que o satélite se afastou e, depois, conduziu uma nova aproximação do estágio. Estas atividades renderam especulações sobre a possibilidade de que o Cosmos 2499 e o Cosmos 2491, outro satélite lançado à órbita terrestre em 2013, estivessem testando tecnologias para a “perseguição” e até ataques a outros satélites.
Oleg Ostapenko, então diretor da agência espacial russa Roscosmos, abordou estas questões em uma conferência em 2014. Segundo ele, os satélites foram desenvolvidos em uma parceria entre a Roscosmos e a Academia Russa de Ciências, e foram usados para fins pacíficos e pesquisas de instituições educacionais. "Eles completaram sua missão", disse Ostapenko, sem especificar detalhes dela.
Fonte: Via: RussianSpaceWeb