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Russos acreditam que a NASA possa ter sabotado a Estação Espacial Internacional

Por| 12 de Setembro de 2018 às 17h15

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Um vazamento de baixa pressão ocorrido a bordo da Estação Espacial Internacional em agosto tem gerado mais desdobramentos do que se acreditaria a princípio. Embora a falha ocorrida no módulo orbital da Soyuz tenha sido inicialmente classificada como um defeito de fabricação pelos próprios russos, uma nova teoria tem ganhado fôlego recentemente: a de que a NASA deliberadamente teria sabotado a espaçonave russa.

Diversos veículos de mídia russos começaram a compor a conspiração, segundo a qual um dos astronautas dos EUA a bordo da EEI teria provocado o vazamento a fim de forçar a evacuação de um membro doente da tripulação. De fato, parece que a possibilidade foi endossada pela própria agência espacial russa, a Roscosmos, que atualmente estaria conduzindo investigações por conta, a fim de apurar os fatos.

“Os resultados que nós recebemos não nos revelaram um cenário objetivo”, teria dito o chefe da agência russa, Dmitry Rogozin, em entrevista ao site Kommersant – conforme replicado pelo Ars Techinca. “A situação é bem mais complexa do que nós havíamos pensado.”

Outras fontes dentro da Roscosmos foram um tanto mais escancaradas sobre as suspeitas. “A nossa Soyuz está acoplada perto do módulo Rassvet, justamente ao lado da escotilha que dá acesso ao segmento dos americanos dentro da estação”, apontou uma fonte interna ao Kommersant. “O acesso à espaçonave é possível apenas com a permissão do nosso comandante, mas nós não podemos excluir um acesso não autorizado dos americanos.”

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Sabotagem para economizar US$ 85 milhões

Basicamente, o que se diz é que a NASA teria emitido ordens para que um dos astronautas estadunidenses a bordo perfurasse o módulo da Soyuz a fim de garantir o transporte a um membro doente por meio de evacuação de emergência. Dessa forma, não seria necessário enviar uma nova Soyuz para buscar o astronauta, o que custaria à agência espacial algo em torno de US$ 85 milhões.

Segundo os teoristas, a história ganha estofo quando se considera o vazamento em questão. Trata-se de uma falha pouco significativa para o processo de reentrada, já que o módulo é descartado antes de a espaçonave entrar na atmosfera terrestre. Para reforçar a conspiração, algumas fontes russas afirmam que foram encontradas “marcas de furadeira” próximas ao local do vazamento – indicando tentativas de perfurar em microgravidade e sem o devido suporte.

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Atualmente, a Roscosmos busca indícios da ação americana em vídeos gravados no interior da EEI, os quais vêm sendo analisados por uma comissão especial. Os investigadores também buscam informações sobre as condições médicas de todos os membros da tripulação, embora não acreditem em uma cooperação fácil. “Se eles nos providenciassem essas informações, quaisquer questões adicionais relacionadas à implicação [da NASA] no incidente seria supérflua”, disse uma das fontes.

Comandante da EEI nega as acusações

Embora a NASA ainda não tenha se manifestado oficialmente sobre o ocorrido, o comandante da Estação Espacial Internacional, Drew Feustel, negou veementemente as acusações. “Eu posso dizer inequivocamente que a tripulação em órbita não tem nada a ver, sem sombra de dúvida, e eu acho isso uma vergonha e até algo embaraçoso que alguém esteja perdendo tempo, falando sobre qualquer envolvimento da tripulação”, disse Feustel em entrevista à ABC News.

Embora adiantar qualquer juízo seja algo arriscado, é impossível ignorar a hipótese levantada pela Ars Techinca. “Isso parece algum tipo de jogada de Rogozin para desviar a atenção pública do fato de que a manufatura espacial da Rússia já não é mais a mesma”, disse o editor espacial Eric Berger em seu texto. Fato ou conspiração descabida, é razoável acreditar que o imbróglio pode estremecer as relações normalmente cordiais entre a NASA e Roscosmos.

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Fonte: via Ars Technica