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Rajadas rápidas de rádio podem ser “grito final” de planetas sendo despedaçados

Por| Editado por Rafael Rigues | 19 de Abril de 2022 às 12h00

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James Josephides/Swinburne
James Josephides/Swinburne

As rajadas rápidas de rádio (ou “FRBs”, na sigla em inglês), podem vir de planetas em fragmentação enquanto se movem pertinho de suas estrelas. É o que propõe um novo estudo liderado por Yong-Feng Huang, da Nanjing University, na China, junto de outros colegas. Eles sugerem que as FRBs podem vir de estrelas de nêutrons extremamente densas interagindo com planetas na órbita delas.

As FRBs são intensas emissões de rádio que, como o nome indica, não duram mais que alguns milissegundos. Elas foram identificadas pela primeira vez em 2007 em meio a dados arquivados, e os astrônomos vêm tentando descobrir o que está por trás dessas rajadas. Agora, no novo estudo, Huang e seus colegas levantam a hipótese de que as rajadas venham das interações entre planetas e estrelas de nêutrons, formadas por estrelas colapsadas.

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Neste caso, os planetas em questão estariam se aproximando demais delas ao longo de suas órbitas elípticas. Como as estrelas de nêutrons têm altíssima densidade, aqueles mundos acabariam rompidos pelas interações gravitacionais, sendo esticados, distorcidos e perdendo porções inteiras de suas superfícies. Após o rompimento, os pesquisadores acreditam que o vento estelar emitido pela estrela pode interagir com os fragmentos, criando fortes emissões de rádio.

Caso o fragmento do planeta pareça passar em frente à estrela sob a nossa perspectiva na Terra, é possível que o vejamos como uma rajada rápida de rádio. Cada rajada do sinal das FRBs pode ser causada por estes fragmentos interagindo com o vento da estrela de nêutrons e, após cada interação, o que sobrar segue em órbita ao redor da estrela; só que, desta vez, o movimento ocorre fora da perspectiva da Terra, de modo que não é possível observar a interação novamente.

A equipe comparou as rajadas com duas origens conhecidas: a primeira descoberta, que se repete a cada 160 dias, aproximadamente, e uma mais recente, com repetição a cada 16 dias. A equipe descobriu que o cenário com a fragmentação do planeta pode explicar a frequência de repetições e a intensidade delas. Ainda há um longo caminho à frente até os astrônomos determinarem definitivamente o que causa as FRBs, e esta hipótese dos autores pode ajudar a esclarecer o mistério.

O artigo foi publicado na revista The Astrophysical Journal.

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Fonte: The Astrophysical Journal; Via: Futurism, Science News