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Qual a idade do universo? Novo método de medição confirma quando tudo começou

Por| 17 de Julho de 2020 às 15h35

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Curiosity
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Existe um certo consenso sobre a idade do universo, mas os pesquisadores estão sempre dispostos testar outras hipóteses. Em 2019, por exemplo, alguns cientistas publicaram um artigo para mostrar que o Big Bang teria ocorrido há 12 bilhões de anos. No entanto, um novo estudo fornece novas evidências de que a idade mais aceita é mesmo a correta: 13, 8 bilhões de anos.

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Uma equipe de cientistas liderada pela física Neelima Sehga enviou uma série de artigos ao arXiv (repositório onde artigos científicos são enviados pelos autores antes de serem revisados por pares e aprovados em periódicos de renome) detalhando descobertas feitas através do Telescópio de Cosmologia de Atacama (ACT), no Chile.

O interessante dessa pesquisa é que a equipe foi dividida em vários grupos, que realizaram diversos trabalhos. No total, foram cientistas de 41 instituições, de sete países diferentes. Os trabalhos incluem desde estudos de micro-ondas a mapeamento de alta resolução. Também fizeram medições da luz que percorre o universo, rastreando as fontes mais antigas. Este é o modo que astrônomos “viajam no tempo”.

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Com o ACT, eles examinaram a radiação cósmica de fundo em micro-ondas (CMB, na sigla em ingês), uma radiação quase tão antiga quando o próprio universo. Pense nisso como um fóssil da luz de uma época em que o cosmos era quente e denso, apenas 380 mil anos após o Big Bang. Nessa análise, os cientistas usaram o ACT para rastrear e montar um novo conjunto de dados para estudar o CMB.

Entre as medidas necessárias para fazer isso corretamente, os cientistas usaram matemática complexa para filtrar uma quantidade extraordinária de ruído cósmico, que poderia atrapalhar as análises do CMB. Esse é um tema que costuma levar a controvérsias na comunidade científica, pois os pesquisadores discordaram sobre qual é a melhor métrica para extrair esses dados.

No entanto, a equipe de Sehga desenvolveu a nova técnica para obter uma medição bastante precisa. Basicamente, eles utilizaram um método que substitui os modelos anteriores de medidas da anisotropia (a maneira como o CMB muda ao longo dos eixos de observação) e conta com a temperatura e polarização (um fenômeno estudado com CMB que não substitui o estudo da anisotropia no universo, mas o complementa).

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Para um estudo tão robusto, o ACT foi fundamental. Até porque este observatório foi construído justamente para fazer mapas da anisotropia e polarização da temperatura do CMB. E, ao que parece, estimar a idade do universo em conformidade com as previsões mais aceitas é sinal de que está cumprindo bem sua missão.

Mas este não é o fim da busca pelo nascimento do cosmos. O ACT continuará fazendo observações, enquanto os astrônomos aguardam por uma imagem ainda mais clara do CMB e uma ideia mais exata de quanto tempo tudo começou.

Fonte: Science Dialy