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Primeiras estrelas do universo podem ter surgido mais cedo do que pensamos

Por| 09 de Junho de 2020 às 22h00

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NASA/ESA/M. Montes
NASA/ESA/M. Montes

A formação das primeiras estrelas e galáxias do universo pode ter ocorrido mais cedo do que astrônomos pensavam até agora. Pelo menos é o que sugere uma nova pesquisa realizada com dados do Telescópio Espacial Hubble. É que os cientistas não acharam evidências da primeira geração de estrelas, conhecida como População III.

Mas que estrelas são essas, e por que elas são importantes? Bem, trata-se de uma população estelar hipotética, que já estaria extinta. Caso existam, elas seriam extremamente massivas e quentes, praticamente nenhum metal superficial, com exceção de uma pequena quantidade de metais formados no Big Bang.

Elas teriam se formado no início do universo, quando o cosmos tinha apenas 500 milhões de anos, daí a importância de encontrar evidências de que elas, de fato, existiram. Ainda não sabemos quando ou como as primeiras estrelas e galáxias se formaram, e encontrar vestígios da População III será um grande passo para confirmar as hipóteses atualmente aceitas.

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O Hubble é poderoso o suficiente para permitir que os astrônomos vejam como o universo era cerca 500 milhões de anos após o Big Bang, porque ele é capaz de capturar a luz que viajou todo o caminho até a Terra durante alguns bilhões de anos. Assim, uma equipe de pesquisadores europeus, liderada por Rachana Bhatawdekar, da ESA, decidiu procurar e escutar essa primeira geração de estrelas no início do universo.

Essas estrelas foram forjadas a partir do material primordial que emergiu do Big Bang, ou seja, não havia ainda outros materiais que só surgiriam com a atividade nuclear de muitas estrelas que vieram a seguir. Assim, a população III deve ter sido feita exclusivamente de hidrogênio, hélio e lítio, os únicos elementos que existiam nessa época.

A pesquisa de Bhatawdekar e sua equipe mirou o aglomerado de galáxias MACSJ0416 e seu campo paralelo com o Hubble e com dados do Telescópio Espacial Spitzer, da NASA, e do Very Large Telescope. "Não encontramos evidências dessas estrelas da População III de primeira geração nesse intervalo de tempo cósmico", disse Bhatawdekar sobre seus resultados.

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Com uma nova técnica de uso das lentes gravitacionais, a equipe descobriu novas galáxias com massas menores do que as observadas anteriormente com o Hubble, a uma distância que corresponde a quando o universo tinha menos de um bilhão de anos. A falta de evidências da População III sustenta a ideia de que essas galáxias encontradas são as candidatas mais prováveis a responsáveis pela ​​reionização do universo - período quando o meio intergalático neutro foi ionizado pelas primeiras estrelas e galáxias.

De acordo com a pesquisadora, esses resultados “têm profundas consequências astrofísicas, pois mostram que as galáxias devem ter se formado muito antes que pensávamos”. Também sugerem que a formação de estrelas e galáxias mais antigas ocorreu muito antes que o período que pode ser investigado com o Hubble.

A boa notícia é que agora há mais uma missão empolgante para o Telescópio Espacial James Webb da NASA/ESA/CSA, que será lançado em breve para estudar as primeiras galáxias do universo.

Fonte: ESA, NASA