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Ponto fraco no campo magnético da Terra cresce e pode causar apagão em satélites

Por  • Editado por Melissa Cruz Cossetti |  • 

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Javier Miranda/Unsplash
Javier Miranda/Unsplash

Em estudo publicado na próxima edição da revista Physics of the Earth and Planetary Interiors, cientistas alertaram que um ponto fraco no campo magnético da Terra, conhecido como Anomalia do Atlântico Sul (AAS), está se expandindo. A região enfraquecida já cobre uma área equivalente a quase metade do tamanho da Europa continental, aumentando os riscos para satélites e até para a Estação Espacial Internacional (ISS).

A Anomalia do Atlântico Sul é uma região em que o campo magnético da Terra é mais fraco. Este campo magnético funciona como um escudo natural, protegendo nosso planeta de partículas carregadas vindas do Sol e de radiação cósmica. Quando essa proteção é mais fraca, satélites e naves em órbita estão mais expostos a esses riscos, podendo sofrer mal funcionamento ou até apagões de comunicação.

Segundo os dados da constelação de satélites Swarm da ESA (Agência Espacial Europeia), a AAS vem se expandindo de forma constante desde 2014, mas a região próxima à África tem enfraquecido mais rapidamente desde 2020.

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A expansão da AAS é especialmente preocupante para satélites em órbita baixa e alta, incluindo a ISS. À medida que a radiação solar e cósmica penetra mais facilmente na região, equipamentos eletrônicos podem ser danificados, e sistemas de comunicação podem apresentar interferência ou apagões temporários.

Além disso, o campo magnético não é uniforme: enquanto enfraquece no Atlântico Sul, fortalece em outras regiões, como a Sibéria, enquanto o Canadá apresenta uma leve redução. Essas mudanças também afetam a posição do polo norte magnético, que se desloca em direção à Sibéria, impactando sistemas de navegação que dependem de bússolas tradicionais.

A importância da missão Swarm

O sucesso da missão Swarm, composta por três satélites lançados em 2013, tem sido crucial para mapear e monitorar essas mudanças. Eles fornecem dados contínuos e detalhados sobre o campo magnético, permitindo aos cientistas entender melhor sua complexidade e prever possíveis impactos em satélites e sistemas de comunicação no futuro.

À medida que a AAS continua a crescer, a importância de monitorar o campo magnético da Terra só aumenta. Estudos como este destacam que nosso planeta não é apenas protegido por uma barreira invisível, mas que essa barreira pode mudar de forma imprevisível, exigindo atenção constante para manter a segurança das tecnologias em órbita.

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Fonte: ESA