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Pode ser que tenhamos descoberto o "irmão gêmeo" e perdido do nosso Sol

Por| 21 de Novembro de 2018 às 12h50

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Pode ser que tenhamos descoberto o "irmão gêmeo" e perdido do nosso Sol
Pode ser que tenhamos descoberto o "irmão gêmeo" e perdido do nosso Sol

Há muito se imagina que o Sol não seja um filho único: em seu berço estelar, ele deve ter sido "gerado" com várias outras estrelas, e especula-se que haveria, entre elas, uma espécie de irmã gêmea quase idêntica, que teria sido sua companheira binária feita do mesmo material estelar, mas que, em algum momento da história do universo, acabou rumando a um caminho independente. Agora, astrônomos acreditam que acabaram de encontrar esse irmão perdido.

O astro chamado HD 186302 está localizado a 184 anos-luz da Terra, e ele é estranhamente parecido com o Sol. A estrela é do tipo G, um pouquinho maior do que o Sol, na verdade, mas tem aproximadamente a mesma temperatura e luminosidade em sua superfície, além de abundância química extremamente similar à da nossa estrela, com aproximadamente a mesma idade: cerca de 4,5 bilhões de anos.

Ainda não sabemos exatamente onde o Sol nasceu, então cada vez que a ciência crê ter encontrado uma estrela que pode ter nascido no mesmo lugar do nosso astro, é algo a se comemorar. Em 2014, por exemplo, a estrela do tipo F chamada HD HD162826 foi identificada como uma irmã estelar do nosso Sol. E, "como não há muita informação sobre o passado do Sol, estudar essas estrelas pode nos ajudar a entender onde a na galáxia e sob quais condições o Sol foi formado", conforme explicou o astrônomo Vardan Adibekyan.

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A maioria das estrelas que conhecemos nasce em grupos que podem chegar aos milhares, nos chamados berçários estelares, que são gigantescas nuvens de gás e poeira que gradualmente colapsam sob seu próprio peso, formando os primeiros estágios das estrelas recém-nascidas. Eventualmente, estrelas são "lançadas" para viverem por conta própria na galáxia, com boa parte delas mantendo pelo menos uma companheira em um sistema binário. Estima-se, inclusive, que até 85% de todas as estrelas da Via Láctea sejam binárias (ou mesmo parte de sistemas triplos ou quádruplos), e mais de 50% das estrelas semelhantes ao Sol estão em pares binários.

Mas o nosso Sol é uma estrela solitária e, nesse sentido, "diferentona". Contudo, evidências já surgiram indicando que a estrela tinha pelo menos um gêmeo em um sistema binário, e é exatamente este gêmeo que os astrônomos acreditam que seja o HD 186302. Definitivamente, os "irmãos" do Sol estão por aí, espalhados pela galáxia, e encontrá-los é parte essencial no entendimento da formação do nosso astro e, consequentemente, do Sistema Solar.

Além disso, como o Sol tem em seu sistema o único planeta conhecido por nós onde a vida floresceu, encontrar uma estrela "gêmea" com similares tamanho, idade, luminosidade, temperatura e composição química pode significar que, caso esse outro astro também tenha formado seu próprio sistema de planetas e luas, é possível que ali a vida também tenha ocorrido. Para Adibekyan, "se tivermos sorte, e nosso candidato tiver um planeta, e o planeta for rochoso, na zona habitável e, finalmente, se este planeta estiver 'contaminado' pelas sementes vitais que atingiram a Terra, então teremos o que se poderia sonhar: uma Terra 2.0 orbitando um Sol 2.0".

Resta, a partir de agora, estudar ainda mais a fundo a estrela HD 186302 para identificar se há planetas em sua órbita e, a partir daí, analisar o potencial de habitabilidade deles para, quem sabe um dia, confirmarmos que a Terra não é o único planeta da galáxia onde a vida existe.

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Fonte: Science Alert