Parte da nebulosa interna de Cassiopeia A pode estar “implodindo” após colisão
Por Danielle Cassita • Editado por Patricia Gnipper |
Parte da nebulosa interna de Cassiopeia A, um remanescente de supernova, pode ter se chocado com algum objeto — o que talvez explique o porquê de a parte interna de sua nebulosa não estar se expandindo para fora como o restante do material, mas sim para dentro da origem da explosão. A conclusão é de um novo estudo liderado por Jacco Vink, astrônomo da Universidade de Amsterdam.
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Localizada a cerca de 11 mil anos-luz de distância, Cassiopeia A é um remanescente de supernova formado por uma nuvem em expansão, ejetada após a morte de uma estrela massiva. Constituída por um envelope esférico de material em expansão provavelmente ejetado antes da supernova, Cassiopeia A emite luz em vários comprimentos de onda. Para o estudo, Vink e seus colegas analisaram 19 anos de dados do telescópio Chandra, de raios X, para entender como o remanescente mudou ao longo do tempo.
Eles descobriram que parte da região interna do envelope, no lado oeste, não está se expandindo para fora, mas sim em direção ao centro. Além disso, a onda de choque externa desta região está acelerando, ao invés de desacelerar. “O movimento reverso no oeste pode significar duas coisas: pode haver um buraco ali, um tipo de vácuo no material da supernova, fazendo com que o envelope quente se mova para dentro localmente”, sugeriu Vink.
Outra possibilidade é uma colisão com algum objeto — e, de acordo com os modelos computacionais de Vink e seus colegas, este cenário parece ser mais provável. Nesse caso, o choque perde velocidade inicialmente, mas depois é acelerado. “Exatamente como medimos”, ressaltou Vink. A possível colisão já havia sido investigada por um grupo de pesquisadores da Itália, com quem Vink colabora, e eles suspeitam que a onda de choque teria colidido com um envelope de partículas gasosas.
O envelope teria sido formado quando a estrela liberou um vento irregular de partículas de gás, no fim da sua vida. “As dinâmicas de choque descritas aqui trazem pistas importantes sobre o histórico de perda de massa tardia da [estrela] progenitora, seja na forma de um envelope parcial e assimétrico, de perda de massa episódica, uma cavidade criada pelo vento da breve fase de Wolf-Rayet ou, talvez, uma combinação de ambos”, concluíram os autores.
O artigo com os resultados do estudo foi aceito para publicação na revista The Astrophysical Journal e pode ser acessado no repositório online arXiv, sem revisão de pares.
Fonte: arXiv; Via: University of Amsterdam, Science Alert