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Parte da nebulosa interna de Cassiopeia A pode estar “implodindo” após colisão

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

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NASA/CXC/SAO
NASA/CXC/SAO

Parte da nebulosa interna de Cassiopeia A, um remanescente de supernova, pode ter se chocado com algum objeto — o que talvez explique o porquê de a parte interna de sua nebulosa não estar se expandindo para fora como o restante do material, mas sim para dentro da origem da explosão. A conclusão é de um novo estudo liderado por Jacco Vink, astrônomo da Universidade de Amsterdam.

Localizada a cerca de 11 mil anos-luz de distância, Cassiopeia A é um remanescente de supernova formado por uma nuvem em expansão, ejetada após a morte de uma estrela massiva. Constituída por um envelope esférico de material em expansão provavelmente ejetado antes da supernova, Cassiopeia A emite luz em vários comprimentos de onda. Para o estudo, Vink e seus colegas analisaram 19 anos de dados do telescópio Chandra, de raios X, para entender como o remanescente mudou ao longo do tempo.

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Eles descobriram que parte da região interna do envelope, no lado oeste, não está se expandindo para fora, mas sim em direção ao centro. Além disso, a onda de choque externa desta região está acelerando, ao invés de desacelerar. “O movimento reverso no oeste pode significar duas coisas: pode haver um buraco ali, um tipo de vácuo no material da supernova, fazendo com que o envelope quente se mova para dentro localmente”, sugeriu Vink.

Outra possibilidade é uma colisão com algum objeto — e, de acordo com os modelos computacionais de Vink e seus colegas, este cenário parece ser mais provável. Nesse caso, o choque perde velocidade inicialmente, mas depois é acelerado. “Exatamente como medimos”, ressaltou Vink. A possível colisão já havia sido investigada por um grupo de pesquisadores da Itália, com quem Vink colabora, e eles suspeitam que a onda de choque teria colidido com um envelope de partículas gasosas.

O envelope teria sido formado quando a estrela liberou um vento irregular de partículas de gás, no fim da sua vida. “As dinâmicas de choque descritas aqui trazem pistas importantes sobre o histórico de perda de massa tardia da [estrela] progenitora, seja na forma de um envelope parcial e assimétrico, de perda de massa episódica, uma cavidade criada pelo vento da breve fase de Wolf-Rayet ou, talvez, uma combinação de ambos”, concluíram os autores.

O artigo com os resultados do estudo foi aceito para publicação na revista The Astrophysical Journal e pode ser acessado no repositório online arXiv, sem revisão de pares.

Fonte: arXiv; Via: University of Amsterdam, Science Alert