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Objeto intrigante era um cometa "disfarçado" entre meteoros perto de Júpiter

Por| 02 de Junho de 2020 às 12h50

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Reprodução/NASA/JPL-Caltech
Reprodução/NASA/JPL-Caltech

Embora o sistema ATLAS tenha sido projetado para monitorar o céu à procura de asteroides potencialmente perigosos para a Terra, às vezes ele encontra outras coisas, como novos cometas. Isso vem como um bônus para os pesquisadores que o utilizam. Recentemente, no entanto, um desses objetos que parecia um asteroide começou a agir como cometa.

No início de junho de 2019, o ATLAS detectou algo aparentava ser um asteroide de brilho fraco perto da órbita de Júpiter. Em seguida, ele recebeu o nome de 2019 LD2, e tudo indicava que se tratava de um dos asteroides troianos (um grande grupo de rochas espaciais que compartilham a mesma órbita do planeta Júpiter em torno do Sol). Então, o 2019 LD2 foi estudado por Alan Fitzsimmons e David Young através de novas imagens obtidas pelo ATLAS.

Essa foi uma notícia animadora para os astrônomos, não só por parecer algo desconhecido - e novas descobertas sempre são importantes -, como também porque muitos cientistas desconfiam há algum tempo que os troianos podem, de fato, ter uma camada de gelo abaixo da superfície, o que poderia explicar o comportamento de cometa do 2019 LD2. Mas uma nova reviravolta mudou um pouco essa história.

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De acordo com um novo anúncio publicado pela Universidade do Hawai em Mānoa (os astrônomos que anunciaram a descoberta do 2019 LD2 são de lá), o objeto não é um troiano com cauda com cometa. Isso foi sugerido pela primeira vez pelos astrônomos amadores Sam Deen e Tony Dunn em 21 de maio e foi confirmada por Alan Fitzsimmons e Henry Hsieh.

Assim, o LD2 é um cometa que parece pertencer a uma classe chamada “família de cometas Júpiter (JFC, na sigla em inglês)”, na qual os cientistas identificaram cerca de 400 cometas até agora. Esses objetos orbitam o sol mais de perto que outros cometas e dão uma volta completa em 20 anos ou menos, mas também orbitam perto o suficiente de Júpiter para que o enorme planeta possa influenciá-los.

Isso significa que quando o 2019 LD2 chega perto o suficiente de Júpiter, coisa que acontece a cada poucas décadas, as interações gravitacionais com o planeta podem mudar drasticamente a órbita do cometa - por isso ele acaba se misturando aos asteroides troianos. No entanto, órbita atual não é estável, então Júpiter alterará o trajeto do cometa novamente nas próximas décadas. Assim, ele não será mais confundido com um asteróide.

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Fonte: University of Hawaii