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Nuvens de gás trocam de galáxias para alimentar buracos negros supermassivos

Por| Editado por Patricia Gnipper | 24 de Janeiro de 2023 às 13h30

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NASA Hyperwall
NASA Hyperwall

Nuvens de gás estão viajando de uma galáxia à outra para alimentar buracos negros supermassivos. A descoberta pode ajudar a explicar como esses colossos invisíveis evoluem nos núcleos galácticos até atingirem milhões de vezes a massa do Sol.

Usando dados do telescópio de New South Wales, na Austrália, uma equipe de cientistas estuou as órbitas de estrelas e nuvens de gás em mais de 3.000 galáxias. Em algumas delas, eles encontraram gases desalinhados, isto é, orbitando os centros galácticos em uma direção diferente das estrelas da mesma galáxia.

Esses gases são tão desalinhados (em relação aos demais objetos de suas galáxias), que os cientistas podem concluir que suas trajetórias foram influenciadas pela interação entre duas galáxias. Ou melhor, essas interações enviam nuvens de gás de uma galáxia para a outra.

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Curiosamente, a maioria das galáxias com buracos negros supermassivos ativos — ou seja, que estão se alimentando de matéria e emitindo radiação de seus discos de acreção — eram aquelas com nuvens de gás desalinhadas.

Isso sugere que existe alguma ligação entre o gás desalinhado e a atividade dos buracos negros supermassivos. Segundo os autores do novo estudo, o gás é transferido quando duas galáxias se encontram e interagem gravitacionalmente. Quando isso acontece, eles precisam percorrer distâncias enormes no espaço intergaláctico e, em seguida, rumo ao núcleo de sua nova galáxia hospedeira.

No final da jornada, a nuvem de gás com órbita desalinhada acaba por se aproximar demais do buraco negro supermassivo de seu novo lar galáctico. Assim, ela é puxada e engolida como combustível para o buraco negro crescer.

A conclusão do estudo é que nuvens desalinhadas são evidências da interação entre duas galáxias e representam, na maioria dos casos, a presença de buracos negros ativos nos centros de suas galáxias hospedeiras. Com isso, os pesquisadores sugerem que este mecanismo seja uma nova peça importante para a evolução dos buracos negros supermassivos.

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O estudo foi publicado na revista Nature Astronomy.

Fonte: Nature Astronomy; via: Phys.org