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Novo tipo de buraco negro acaba de ser descoberto na Via Láctea

Por| 31 de Outubro de 2019 às 20h50

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NASA/JPL-Caltech
NASA/JPL-Caltech

Cientistas podem ter encontrado não apenas um novo tipo de buraco negro, mas também um novo método para localizá-los por aí. O estudo foi publicado nesta quinta-feira na revista Science.

“Nós mostramos pistas de que há uma população lá fora que ainda precisamos investigar na busca por buracos negros”, observou Todd Thompson, líder da pesquisa e professor de astronomia da Ohio State University. De acordo com ele, esses objetos recém descobertos são menores do que os buracos negros menos massivos já detectados pela humanidade. O objeto foi encontrado circulando uma estrela gigante vermelha 10.000 anos-luz distante da Terra, na constelação Auriga.

Outro fenômeno curioso é que, diferente de outros buracos negros encontrados, o objeto em Auriga não atrai matéria de uma estrela companheira, como acontece com a maior parte dos buracos negros conhecidos. Astrônomos costumam detectá-los pela emissão de raios-X resultantes dessa troca de gases com a parceira. “As pessoas estão tentando entender explosões de supernovas, como buracos negros supermassivos explodem, como os elementos se formam em estrelas supermassivas. Então se nós pudermos revelar uma nova população de buracos negros, isso nos diria mais sobre quais estrelas explodem e quais não, quais formam buracos negros e quais formam estrelas de nêutrons. Isso abre uma nova área de estudo”, explicou Thompson.

Uma falha no censo

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Em 2016, o observatório LIGO detectou a fusão entre dois buracos negros, um deles com 31 vezes a massa do Sol. “Ficamos espantados porque aquilo era algo espetacular. Não só porque o LIGO funcionou, mas também porque as massas eram enormes. Buracos negros desse tamanho são grande coisa - nós não os havíamos visto antes”, contou Thompson.

Foi aí que, junto com outros astrofísicos, ele começou a pensar em objetos que ficam entre o tamanho dos menores buracos negros conhecidos e as maiores estrelas de nêutrons.

Método científico

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Thompson e sua equipe, então, pegaram dados do APOGEE, um banco com espectro de luz de cerca de 100.000 estrelas na Via Láctea. Eles começaram a buscar por estrelas que apresentassem variações de ondas azuis para ondas vermelhas, por exemplo, que poderiam indicar que essa estrela orbita algo invisível.

Depois de muito trabalho, a equipe separou os dados de 200 estrelas, que então foram analisadas com dados da ASAS-SN, que tem informações de mais de 1.000 supernovas. A análise final apontou uma estrela vermelha que parecia orbitar algo bem menor que os buracos negros conhecidos em nossa galáxia, mas maior que as estrelas de nêutrons, também.

Thompson e sua equipe, então, começaram a fazer cálculos com dados do Tillinghast Reflector Echelle Spectrograph e do satélite Gaia, e concluíram que o pequeno buraco negro tem algo em torno de 3,3 vezes a massa do Sol. A pesquisa de Thompson pode apontar para uma nova maneira de encontrar buracos negros pelo universo, o que é bastante empolgante!

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Fonte: Phys.org, Cosmos