Novo mapa da Via Láctea mostra mais de 800 milhões de estrelas
Por Patricia Gnipper | 04 de Fevereiro de 2019 às 07h35
Compilando dados obtidos em quatro anos de observações pelo observatório Pan-STARRS no Havaí, em parceria com o Space Telescope Science Institute, pesquisadores da Universidade do Havaí acabaram de liberar uma imagem da Via Láctea que mostra 800 milhões de estrelas, além de galáxias e asteroides próximos da nossa vizinhança.
A Via Láctea é a grande "tripa" avermelhada que corta o centro da imagem abaixo na vertical, e em sua vizinhança cósmica podemos ver mais de 800 milhões de estrelas e objetos interestelares que são visíveis a partir do ponto de vista do observatório. De acordo com os cientistas da universidade, esta é a maior divulgação de dados astronômicos em uma só imagem já feita, com observadores de todo o mundo tendo a chance de estudar cada um dos objetos que aparecem nela.
A compilação de dados envolve 1,6 bilhão de petabytes que foram registrados desde 2010 pelo observatório. Essa enorme coleção de informações equivale a 30 mil vezes todo o conteúdo de textos da Wikipedia, para se ter uma ideia da imensidão de dados analisados.
Ainda assim, a imagem mostra apenas um pedaço da Via Láctea e seus arredores, com o brilhante e colorido centro da galáxia estando espremido na parte central e inferior da foto. As nuvens espessas de poeira interestelar, que absorvem a luz azul e parecem brilhar em tons de vermelho, acompanham a galáxia ao longo de seu comprimento. Para produzir a imagem, os astrônomos examinaram o céu 12 vezes usando cinco filtros telescópicos diferentes ao longo de quatro anos, aliando as observações aos dados registrados desde 2010.
Com esse tipo de divulgação, a ideia é ajudar a comunidade astronômica a estudar fenômenos espaciais de nossa galáxia — o que já vem acontecendo desde a liberação de mapas anteriores. Ken Chambers, diretor do Pan-STARRS, conta que "ao procurar por objetos próximos da Terra, o Pan-STARRS fez muitas descobertas, desde o Oumuamua passando pelo nosso Sistema Solar até planetas solitários entre as estrelas".
Fonte: LiveScience, Universidade do Havaí