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Nova mais "apressada" já registrada veio de sistema misterioso

Por| Editado por Rafael Rigues | 15 de Junho de 2022 às 17h45

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Mark Garlick
Mark Garlick

Uma equipe de astrônomos observou o que pode ser a nova mais rápida já registrada: ela foi chamada "V1674 Hercules", e ajudou a equipe a identificar uma anã branca se alimentando da matéria de uma estrela vizinha. O evento pouco comum foi muito breve, e poderá ajudar os pesquisadores a entender melhor as características da nova e até questões mais amplas, como a morte das estrelas e a evolução do universo.

As novas são explosões de luz em sistemas binários, formados por uma anã branca (o núcleo deixado por estrelas massivas) e alguma outra estrela. Por ter alta densidade, a anã branca “arranca” matéria de sua vizinha e a acumula em sua superfície; o novo material é aquecido e causa uma reação descontrolada, que libera energia e matéria a altíssimas velocidades. Este processo é observado na forma da luz visível.

No caso, a V1674 Hercules foi observada em junho do ano passado, e era tão brilhante que podia ser vista a olho nu. Contudo, seu brilho enfraqueceu em pouco mais de um dia — considere que a supernova mais “apressada” anteriormente conhecida levou cerca de três dias para perder sua luminosidade. Novas tão rápidas assim são raras, tornando a V1674 Hercules um objeto importante para estudos. Além da velocidade, o sistema guardava outras surpresas para os pesquisadores.

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Duas delas foram a luz e energia emitidas, que pulsavam. Eles descobriram que, a cada 501 segundos, havia uma breve oscilação observável na luz visível e em raios X, que segue ocorrendo mesmo um ano após o evento. “O mais estranho é que esta oscilação foi observada antes da explosão, mas ela também estava evidente quando a nova estava 10 magnitudes mais brilhante”, observou Mark Wagner, coautor do estudo.

Além disso, a equipe identificou uma espécie de "vento" enquanto monitorava a matéria ejetada pela supernova. O tal vento pode depender da posição da anã branca e de sua vizinha, e parece estar determinando o fluxo do material para o espaço ao redor do sistema. “Ainda estamos observando o sistema, e sabemos que a anã branca ainda não se aquietou”, disse Sumner Starrfield, outro coautor do estudo.

Agora, os autores planejam investigar a causa e os processos por trás da explosão, porque ela foi tão rápida e até as forças por trás do vento observado. “Uma das coisas que vamos aprender com esta nova é, por exemplo, quanto lítio foi produzido pela explosão”, explicou Starrfield. “Temos alto grau de certeza hoje que uma parte significativa do lítio que temos na Terra foi produzida por explosões deste tipo”.

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O artigo que descreve as descobertas foi publicado na revista Research Notes of the American Astronomical Society.

Fonte: Research Notes of the American Astronomical Society; Via: Arizona State University, Space.com