Nova imagem do James Webb fornece detalhes de galáxia rara
Por Daniele Cavalcante • Editado por Rafael Rigues | •
O telescópio James Webb surpreendeu mais uma vez, dessa vez com a imagem da galáxia Cartwheel, também conhecida como galáxia da Roda de Carro. Trata-se de uma galáxia anular, ou seja, em formato de anel, localizada a 500 milhões de anos-luz. A nova foto revela mais sobre como ela mudou ao longo de bilhões de anos.
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Esta galáxia se formou a partir da colisão entre uma galáxia espiral e uma galáxia menor. Assim, ela ganhou dois anéis, um interno e mais brilhante e outro na borda da estrutura. Ambos se expandem para fora do centro da colisão.
Para essa imagem, o Webb usou o instrumento Near-Infrared Camera (NIRCam), seu principal gerador de imagens, que "enxerga" na faixa do infravermelho próximo entre 0,6 a 5 mícrons. Isso revelou detalhes cruciais para ajudar os astrônomos a compreenderem melhor esta galáxia, incluindo mais estrelas quando comparado às observações na luz visível.
Os pontos azuis individuais, neste caso, são estrelas ou regiões de formação estelar. Também notamos a diferença entre a distribuição das populações estelares mais antigas no núcleo (e a poeira densa também ali presente) e as aglomerações de populações estelares mais jovens fora dele.
No anel externo, que se expandiu por cerca de 440 milhões de anos, há uma grande quantidade de estrelas e supernovas. Ele segue avançando sobre o gás circundante e desencadeando a formação de mais estrelas. A imagem também mostra que a galáxia está em um estágio muito transitório, ou seja, continuará a mudar de formato.
Dentro da Cartwheel, foram detectados compostos como hidrocarbonetos e poeira de silicato, mas ainda há muito mistério oculto em camadas de poeira espessa. Telescópios como o Hubble não conseguiram observar atrás dessas nuvens, mas agora a estrutura interna da galáxia pode ser melhor investigada com a câmera infravermelha do Webb.
Com os dados da câmera MIRI, no infravermelho médio, o Webb revelou estrelas jovens, muitas delas no canto inferior direito do anel externo, energizando a poeira de hidrocarbonetos ao redor — daí o brilho em laranja nessas regiões empoeiradas. Já a poeira entre o núcleo e o anel externo (formando os “raios” que lembram um pouco os braços de uma galáxia espiral), é principalmente poeira de silicato.
Fonte: ESA