NASA tenta observar Oumuamua com telescópio poderoso, mas nada encontra
Por Patricia Gnipper |
Cometa? Asteroide? Nave alienígena? Todas essas possibilidades já foram levantadas sobre o que pode ser o Oumuamua, objeto interestelar que foi descoberto visitando o Sistema Solar no ano passado. Na semana passada, inclusive, cientistas de Harvard publicaram um estudo analisando a atual aceleração bizarra do objeto, indicando que ele poderia ter sido criado por civilizações extraterrestres avançadas tecnologicamente. E, agora, a NASA tentou com afinco observar o tal objeto usando um poderoso telescópio — mas não encontrou nada no lugar em que ele deveria estar, de acordo com as simulações de sua trajetória.
O Oumuamua fez sua aproximação mais próxima da Terra em setembro de 2017, sendo avistado pela primeira vez pela comunidade astronômica no mês seguinte. Depois disso, o objeto começou a se afastar de nós. A NASA, então, treinou o telescópio espacial Spitzer para que ele varresse a área do céu onde os astrônomos pensavam que o Oumuamua estaria, mas nada foi encontrado ao longo de dois meses de observação no espectro infravermelho.
Mas a não-detecção não significa que o Oumuamua não existe, tampouco que ele realmente é uma nave alienígena que está vagando por aí em rotas imprevisíveis: para David Trilling, autor principal do estudo, o Oumuamua pode, na verdade, ser muito menor do que o imaginado e, por isso, "o fato de o Oumuamua ser muito pequeno para o Spitzer detectar é, na verdade, um resultado valioso".
Acredita-se que o Oumuamua tem o formato de um charuto, comprido, com os modelos estimando seu diâmetro como se ele fosse um objeto esférico. Já com base em suposições diferentes sobre a composição do objeto e a quantidade de luz que ele reflete, o limite de seu diâmetro esférico fica então entre 100 e 400 metros, apenas.
E esse tamanho menor do que o imaginado "casa" com a aceleração do objeto, que está indo cada vez mais rápido para longe do Sol a uma velocidade que não pode ser explicada somente pela gravidade. Um tamanho menor está de acordo com a ideia de que a saída de gás do objeto (com gases congelados se aquecendo com a proximidade do Sol) poderia ter funcionado como uma espécie de propulsor para acelerar seu movimento. E, até o momento, essa teoria da NASA parece ser a mais sensata para explicar a aceleração do Oumuamua enquanto ele se afasta do Sistema Solar — então não, por mais que a gente estivesse torcendo para ser verdade, o Oumuamua muito provavelmente não é uma nave alienígena estudando o nosso quintal espacial.
Fonte: NASA