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NASA quer prolongar vida útil das sondas Voyager, lançadas na década de 1970

Por| 10 de Julho de 2019 às 21h50

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Lançadas em 1977 para começar a estudar o Sistema Solar, as sondas Voyager 1 e 2 são, até hoje, duas das naves exploratórias mais importantes já criadas pela NASA. Graças a elas pudemos entender muito mais sobre planetas como Júpiter e Saturno, e também fizemos descobertas sobre Urano e Netuno. E agora, mesmo que elas já estejam a quase 20 bilhões de quilômetros distância da Terra, a agência espacial pretende prolongar a vida útil da dupla — e revelou um plano para que isso aconteça.

As sondas, hoje, exploram as partes externas do Sistema Solar, viajando a velocidades que passam de 56 mil quilômetros por hora. Para se ter uma noção do que isso significa, a Voyager 1, por exemplo, recebe um sinal de rádio partindo da Terra, na velocidade da luz, depois de 20 horas, apenas.

Contudo, mesmo que em teoria as sondas sejam capazes de sobreviver ao ambiente inóspito do espaço por muito tempo, é fato que sua energia será esgotada — e a previsão para que isso aconteça é de em algum momento na metade de 2020. Mas a NASA ainda quer contar com a dupla antes que elas "morram", o que vai acontecer quando a energia de aquecimento se acabar, congelando seus componentes e, assim, as transformando em lixo espacial.

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Os engenheiros da missão estão considerando fazer alguns ajustes à distância, que deverão prolongar a vida útil das Voyager o máximo possível, mantendo-as em funcionamento ao menos para que dados científicos sobre a heliopausa sejam coletados — área que marca o limite entre o vento solar e o espaço interestelar.

A NASA explica que "cada uma das sondas é alimentada por três geradores termoelétricos radioisótopos, ou RTGs, que produzem calor por meio da decomposição natural dos radioisótopos plutônio-238 e convertem esse calor em energia elétrica". A energia térmica do plutônio nos RTGs vai diminuindo, e assim sua eficiência também cai com o tempo, então cada uma das duas naves, hoje, produz cerca de 4 watts a menos de energia por ano. "Isso significa que os geradores produzem cerca de 40% menos do que produziram no lançamento há quase 42 anos, limitando o número de sistemas que podem funcionar na espaçonave", explica a agência.

Estima-se que os geradores não durarão muito tempo, podendo resistir até 2025, mais ou menos, e a NASA agora tem o desafio de decidir quais componentes das Voyagers continuarão obtendo energia, e quais já serão desligados. Dessa maneira, a NASA considera "múltiplas opções para lidar com a diminuição do fornecimento de energia em ambas as naves espaciais, incluindo o desligamento de aquecedores de instrumentos adicionais nos próximos anos".

A Voyager 2, na verdade, oferece o maior desafio, já que esta sonda específica abriga mais instrumentos que exigem energia do que acontece com a Voyager 1. Contudo, os propulsores de ambas já se mostram bastante desgastados, enfraquecendo ao longo do tempo — então, a NASA fará um ajuste no sistema de propulsores até o final deste mês para verificar como as sondas se comportarão na sequência.

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“Ambas as Voyager estão explorando regiões nunca antes visitadas, então cada dia é um dia de descoberta”, declarou Ed Stone, cientista do projeto. E “as Voyager vão continuar nos surpreendendo com novas descobertas sobre o espaço profundo”, ele garante.

Depois que as duas sondas "morrerem" de uma vez por todas, elas continuarão viajando pelo espaço profundo, seguindo sua trajetória final. Na velocidade atual, a agência estima que elas passem pela Nuvem de Oort, onde a gravidade solar já não é mais dominante, dentro de cerca de 40 mil anos. Somente depois disso que as Voyager sairão, oficialmente, do Sistema Solar.

E, caso em algum momento de um futuro muito distante as sondas alcancem outro sistema estelar e sejam descobertas por alguma civilização extraterrestre tecnologicamente avançada, esses alienígenas encontrarão ali os famosos discos de ouro repletos de sons, imagens e mensagens da Terra — ou seja, caso isso aconteça, tal civilização alienígena descobrirá que, num passado já longínquo, existiu um "pálido ponto azul" ao redor do Sol cheio de seres complexos e, por que não, intrigantes.

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Fonte: NASA