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NASA flagra momento em que buraco negro dilacera uma estrela antes de devorá-la

Por| 30 de Setembro de 2019 às 17h40

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Robin Dienel, courtesy of Carnegie Institution for Science
Robin Dienel, courtesy of Carnegie Institution for Science
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O telescópio espacial TESS (Transiting Exoplanet Survey Satellite) da NASA estava em sua rotina à procura de planetas fora do Sistema Solar, quando acidentalmente testemunhou um evento cósmico raro: uma estrela sendo devorada por um buraco negro supermassivo, deixando para trás gás altamente brilhante.

Juntos, a estrela e o buraco negro são conhecidos como ASASSN-19bt, e formam o que os cientistas chamam de evento de perturbação das marés, ou TDE — é quando a gravidade de um buraco negro dilacera o gás de uma estrela, lançando um remanescente no espaço. O restante forma um disco brilhante que gradualmente cai no buraco negro.

Esse processo é um tanto raro, e estima-se que aconteça em média uma vez a cada 10 mil a 100 mil anos na Via Láctea. Como produz um feixe luminoso muito forte, pode ser visto mesmo quando acontece em outras galáxias - nesse caso, aconteceu numa galáxia a cerca de 375 milhões de anos-luz da Terra, na constelação Volans (Peixe voador), localizada no hemisfério celeste sul.

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Felizmente, o TESS conseguiu flagrar o evento em tempo para confirmar que se tratava mesmo de um TDE. "Apenas alguns TDEs foram descobertos antes de atingirem o brilho máximo, e este foi encontrado apenas alguns dias depois que começou a clarear", disse o astrônomo Thomas Holoien, da Instituição Carnegie para Ciência em Washington, DC. O telescópio observava o ASASSN-19bt a cada meia hora durante meses, o que forneceu uma descrição detalhada da destruição da estrela.

Holoien e seus colegas usaram os dados do TESS com observações de outros telescópios espaciais e observatórios terrestres para conhecer a história do desaparecimento da estrela durante meses, no início de 2019. Foram 42 dias de monitoramento antes de atingir o brilho máximo em março, e depois mais 37 dias enquanto desaparecia. "Ter tantos dados sobre o ASASSN-19bt nos permitirá melhorar nossa compreensão da física em ação quando uma estrela tem azar o suficiente de encontrar um buraco negro", disse Decker French, astrônomo de Carnegie e membro da equipe de estudo.

Os pesquisadores descobriram que a galáxia hospedeira do ASASSN-19bt parece mais jovem e mais rica em poeira do que as outras que também tiveram TDEs encontrados. Os cientistas também foram capazes de medir a luz da estrela do ASASSN-19bt para aprender mais sobre a composição do objeto, mesmo quando a estrela era destruída. Além disso, os astrônomos descobriram que nem todos os TDEs têm a mesma aparência. "Temos muito mais a aprender sobre como eles funcionam, e é por isso que capturar um em uma fase tão inicial e ter as excelentes observações do TESS foi crucial".

Fonte: Space.com