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NASA fecha as portas devido à paralisação do governo dos Estados Unidos

Por| 15 de Janeiro de 2019 às 10h00

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NASA fecha as portas devido à paralisação do governo dos Estados Unidos
NASA fecha as portas devido à paralisação do governo dos Estados Unidos
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"A NASA está atualmente fechada devido a um lapso no financiamento do governo", informa a agência espacial em um de seus websites. É que, desde o dia 22 de dezembro, está acontecendo uma paralisação generalizada no governo dos Estados Unidos, em protesto contra a recusa do presidente Donald Trump em abrir mão de seu projeto de construir um muro na fronteira entre o país e o México.

Essa já é a maior paralisação da história dos EUA, com pelo menos 80 sites do governo sendo afetados (fora do ar ou com funcionalidades reduzidas), e até mesmo o futuro do telescópio espacial Hubble está em xeque, já que sua câmera apresentou defeito e não há como repará-la enquanto a greve durar.

Piorando a situação, empreiteiros contratados pela NASA estão sem pagamento, que deveria ter acontecido no último dia 11 de janeiro. Com o governo paralisado, não houve a liberação dos valores para que os pagamentos sejam feitos aos trabalhadores sindicalizados do Kennedy Space Center. São essas pessoas que consertam redes elétricas, por exemplo, ou ainda que realizam as verificações de segurança em novos lançamentos.

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Na última semana, cerca de 60 desses trabalhadores se reuniram na International Association of Machinists and Aerospace Workers Local 2061 (Associação Internacional de Operários e Trabalhadores Aeroespaciais), em Cabo Canaveral, para debater o assunto. Cerca de 1.400 funcionários do Kennedy Space Center (600 representados pelo sindicato) estão sem poder trabalhar desde o dia 22 de dezembro, com muitos deles antecipando as férias remuneradas para não ficarem sem dinheiro enquanto não podem voltar ao trabalho, com vários outros precisando usar suas poupanças e até mesmo realizando empréstimos para pagar as contas enquanto a greve durar.

O impacto da paralisação no programa espacial da NASA

Com tantos funcionários em casa, um dos impactos da paralisação será o adiamento de iniciativas da NASA, como os testes da cápsula Orion (que levará humanos de volta à Lua), o desenvolvimento do foguete SLS (que será o mais poderoso da agência espacial, visando futuras missões para Marte), e o início do programa comercial da agência com a SpaceX, que deveria fazer em breve o primeiro teste de voo, não tripulado, com a nave Crew Dragon para levar astronautas à Estação Espacial Internacional (encerrando a parceria da NASA com a Rússia nesse sentido).

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Este teste com a nave da SpaceX, lançada por um foguete Falcon 9, deveria acontecer agora em janeiro, mas precisou ser adiado para fevereiro não somente por conta da paralisação, mas também em consequência de "questões técnicas" não especificadas.

E, voltando à falha na câmera do Hubble (a Wide Field Camera 3), que é um dos principais instrumentos do telescópio espacial, ela apresentou defeito no dia 8 de janeiro, mas a maioria dos funcionários do Goddard Space Flight Center (onde ficam as operações do Hubble) está em licença involuntária enquanto durar a paralisação. Há apenas algumas pessoas autorizadas a continuar trabalhando, com essa equipe investigando o problema técnico da câmera somente para descobrir o que e quanto tempo será necessário para os reparos, que não têm como acontecer enquanto a greve durar.

Vale lembrar que o Hubble foi lançado em 1990, e já foi atualizado cinco vezes por astronautas para poder continuar funcionando. A última manutenção presencial aconteceu em 2009, justamente quando foi instalada a câmera que agora apresentou defeito. É verdade que a vida útil do Hubble está próxima do fim, mas a situação é grave, já que seu sucessor — o telescópio espacial James Webb — ainda não foi lançado, o que deveria ter acontecido em 2018, mas uma série de problemas fez com que a previsão de seu lançamento fosse adiada para o ano de 2021, somente.

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*Com informações de Orlando Sentinel