NASA chega a 6 mil exoplanetas descobertos — mas nenhum deles é igual à Terra
Por Nathan Vieira • Editado por Melissa Cruz Cossetti |

Na última quarta-feira (17), a NASA anunciou a contagem oficial de exoplanetas (planetas fora do nosso Sistema Solar) e chegou a 6 mil confirmados, mas nenhum igual a Terra. A conquista acontece pouco mais de três décadas após a descoberta do primeiro planeta em órbita de uma estrela como o Sol, em 1995. O número de exoplanetas confirmados é acompanhado pelo Exoplanet Science Institute (NExScI) da NASA, no Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech).
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A contagem é feita de forma contínua por cientistas ao redor do mundo, o que significa que não existe um “planeta número 6.000”.
O avanço foi rápido: em 2022, a marca era de 5 mil exoplanetas; agora, apenas três anos depois, esse total cresceu em mil novos mundos. Além dos já confirmados, há mais de 8 mil candidatos aguardando verificação.
“Este marco representa décadas de exploração cósmica conduzida por telescópios espaciais da NASA, uma exploração que mudou completamente a forma como a humanidade vê o céu noturno”, diz Shawn Domagal-Goldman, diretor interino da Divisão de Astrofísica da NASA, em comunicado.
Exoplanetas
As descobertas revelam uma diversidade impressionante. Entre os 6 mil planetas já catalogados, estão:
- 2.035 mundos do tipo Netuno
- 1.984 gigantes gasosos
- 1.761 super-Terras
- 700 planetas rochosos (terrestres)
- 7 mundos ainda de tipo indefinido
Há planetas cobertos de lava, outros com atmosfera de hidrogênio e hélio, alguns que orbitam duas estrelas, e até mesmo mundos com nuvens formadas por pedras preciosas.
“Cada tipo de planeta que descobrimos nos dá informações sobre as condições em que eles podem se formar e, em última análise, o quão comuns planetas como a Terra podem ser, e onde devemos procurá-los”, destaca Dawn Gelino, chefe do Programa de Exploração de Exoplanetas da NASA.
Planetas semelhantes à Terra
Apesar do avanço, encontrar um planeta realmente semelhante à Terra continua sendo o maior desafio. A luz intensa das estrelas dificulta a detecção de mundos pequenos e rochosos, como o nosso. O Sol, por exemplo, é 10 bilhões de vezes mais brilhante que a Terra, o que ofuscaria sua presença se fosse observado de longe.
Para superar essa barreira, a NASA aposta em novas tecnologias. O telescópio Nancy Grace Roman, previsto para os próximos anos, vai contar com um equipamento capaz de bloquear a luz das estrelas e revelar planetas próximos. Já o Habitable Worlds Observatory está sendo projetado para buscar diretamente planetas do tamanho da Terra em zonas habitáveis.
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