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Metal com "memória" pode ser essencial para a exploração de Marte

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 24 de Março de 2021 às 14h30

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Um "simples" pedaço de metal pode mudar a história da exploração espacial. Conhecido como nitinol, o material em questão parece ter saído dos filmes de ficção científica, mas não tem nada de extraterrestre — e já faz algum tempo que ele vem mexendo com a imaginação dos pesquisadores da NASA. Ele já foi usado em missões lunares e também está presente em equipamentos cirúrgicos, como nos “stents”, aqueles tubos utilizados para dilatar as veias e reestabelecer o fluxo sanguíneo de pacientes.

Mas o que o nitinol tem de tão especial? É que ele tem a capacidade de “memorizar” mudanças de estrutura; ou seja, se for dobrado, independentemente do número de vezes, volta para a forma original após aquecido. O composto é feito da mistura de níquel e titânio que reage às variações de calor, e é justamente a proporção entre esses dois metais que define qual a temperatura necessária para desencadear o processo de “memorização”.

Este material foi descoberto pelo metalúrgico norte-americano William J. Buehler, em 1959, enquanto ele procurava por uma liga metálica diferente para ser usada em mísseis. Foi quando o Buehler notou que o composto reagia de forma diferente ao calor e ao estresse. Muitos materiais possuem esta propriedade, mas a diferença é que, no nitinol, esse processo pode ser controlado e a transformação revertida ao formato original do metal, daí a definição de "memória".

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Para "treinar" o nitinol, é preciso dobrá-lo e aquecê-lo a uma temperatura de pelo menos 500 graus Celsius, em seguida colocando-o em água gelada. Depois disso, toda vez que o metal for desdobrado, ao ser aquecido novamente ele volta à sua forma inicial.

Veja no vídeo abaixo o nitinol em ação:

Apoio nas missões em Marte

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A ideia dos cientistas da NASA é usar o nitinol na construção de veículos robóticos para próximas missões em Marte. A combinação poderia ser aplicada em rodas ultrarresistentes capazes de “moldar” o seu formato de acordo com o terreno e os obstáculos comuns de solos acidentados, como é o caso do terreno marciano.

Além disso, como cada centímetro é valioso dentro de um rover, o nitinol tem uma vantagem imensa: em um único material temos metal, sensor e condutor elétrico. Um "3 em 1" considerável, já que, quando combinados, esses elementos podem ser utilizados na construção de motores térmicos de alta performance e baixo consumo energético, ideais para a exploração de novos planetas.

O próximo passo, agora, é saber como o nitinol vai se comportar em ambientes hostis, como é o caso do acidentado Planeta Vermelho.

Fonte: The Verge