Japonesa JAXA quer enviar primeiro rover à lua marciana Fobos
Por Patricia Gnipper |
A agência espacial japonesa JAXA está pensando em visitar as luas marcianas Phobos (ou Fobos, em português) e Deimos — algo que aconteceria pela primeira vez na história. Ambas já foram sobrevoadas por sondas orbitais e fotografadas, mas nunca uma missão pousou por lá.
A missão se chama Martian Moons eXploration (MMX), deverá ser lançada em 2024 e, na verdade, levará consigo um orbitador e um rover. Então, a agência espacial ainda precisa escolher qual das duas luas gêmeas receberá o explorador robótico. É provável que a lua escolhida seja Phobos, por ser maior e ter uma atração gravitacional mais intensa. De qualquer maneira, a nave orbital da missão estudará ambas.
O plano é entrar na órbita de Marte em 2025, para depois fazer o pouso e colher amostras da lua escolhida, trazendo o material à Terra em 2029. O rover será construído em parceria com agências espaciais da Alemanha e da França.
Com a missão, a ideia é entender melhor como foi que Fobos se formou. Duas teorias principais são aceitas hoje em dia: ou Fobos foi criada quando um impactador atingiu o Planeta Vermelho, ou a lua poderia ser um asteroide capturado pela força gravitacional do planeta. É que, ao fazer uma espectroscopia, é possível ver que o satélite natural é recoberto por material semelhante à condrita carbonosa de um asteroide. Ainda, seu formato que lembra uma batata é condizente com alguns asteroides conhecidos. Contudo, detalhes da órbita de Fobos são tão peculiares que seria praticamente impossível que o objeto tenha vindo do Cinturão de Asteroides.
Então, "um rover poderia testar as rochas e nos dizer de que a superfície é feita; se tem minerais que são semelhantes à crosta marciana, ou se tem minerais mais próximos de condritos carbonáceos", explica Tim Glotch da Stony Brook University nos Estados Unidos. Além disso, estudar Fobos também é importante para os planos de a humanidade chegar a Marte: "Em alguns dos planos em potencial de enviar humanos a Marte, Phobos é uma estação de caminho. Se ela acabar sendo rica em voláteis, significa que poderíamos extrair água para combustível, o que poderia potencialmente suportar expedições humanas a Marte", diz Glotch.
Fonte: New Scientist