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James Webb observa os anéis do asteroide Cáriclo a bilhões de km de distância

Por| Editado por Patricia Gnipper | 26 de Janeiro de 2023 às 11h14

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ESO/L. Calçada/Nick Risinger
ESO/L. Calçada/Nick Risinger

Através de uma nova técnica, cientistas conseguiram usar o telescópio James Webb para observar os finos anéis do asteroide Cáriclo (ou 10199 Chariklo), o maior asteroide Centauro conhecido. Localizado a mais de 2 bilhões de quilômetros do Sol, Cáriclo tem 250 km de diâmetro e seus anéis o orbitam a 400 km de seu centro.

Descoberto em 1997, Cáriclo é o menor corpo planetário cercado por anéis conhecido até então. Os astrônomos já sabiam que este asteroide é cercado por anéis de água congelada, mas agora puderam investigar melhor estas estruturas com o James Webb.

Para isso, eles precisaram aguardar uma ocultação, aproveitando a passagem de Cáriclo à frente de uma estrela, o que bloqueia temporariamente sua luz. O momento chegou em outubro do ano passado.

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No dia 18 daquele mês, os cientistas usaram o instrumento Near-Infrared Camera (NIRCam), do Webb, para monitorar a estrela Gaia DR3 6873519665992128512 e acompanhar pequenas reduções de seu brilho, sinalizando a ocultação com a passagem do asteroide. Então, as sombras formadas pelos anéis de Cáriclo foram detectadas com clareza, sinalizando uma nova forma de usar o Webb para estudar objetos do Sistema Solar.

Os anéis foram registrados exatamente como os cientistas esperavam e os dados vão ajudá-los a estudar características como espessura, tamanhos e cores das partículas que estão ali. “Esperamos saber mais sobre o porquê de este corpo pequeno ter anéis e, talvez, detectar outros novos”, disse Pablo Santos-Sanz, pesquisador que participou das observações.

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Pouco após a ocultação, o Webb observou novamente o asteroide Cáriclo. Desta vez, o objetivo era coletar dados da luz refletida por ele e seus anéis, produzindo um espectro com três bandas de absorção da água congelada. “A excelente qualidade do espectro do Webb revelou a assinatura clara do gelo cristalino pela primeira vez”, comemorou Dean Hines, principal investigador do segundo programa de observações.

Ao que tudo indica, os anéis são formados por pequenas partículas de água congelada misturada com detritos antigos, vindos de algum corpo congelado que colidiu com Cáriclo. Como o asteroide é pequeno demais e está muito distante, nem mesmo o poderoso telescópio James Webb consegue capturar imagens diretas dos anéis, separados do corpo principal.

De qualquer maneira, a observação que o Webb realizou de Cáriclo e seus anéis pode ser apenas a primeira de muitas análises de pequenos corpos localizados a grandes distâncias, proporcionando ainda mais conhecimentos sobre os objetos que habitam os confins do Sistema Solar.

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Fonte: Webb Telescope