IBM envia cabeça robótica flutuante para a Estação Espacial Internacional
Por Patricia Gnipper |
Em 2001: Uma Odisséia no Espaço, o supercomputador HAL 9000 instalado a bordo da nave Discovery era não somente o responsável pelo seu funcionamento, como também interagia com o viajante a bordo. E, agora, na vida real, a IBM está enviando para a Estação Espacial Internacional o CIMON (Crew Interactive Mobile Companion): uma cabeça robótica e inteligente que flutuará na ISS e fará companhia aos astronautas.
Equipado com a inteligência artificial Watson da companhia, o CIMON apresenta uma face animada interativa, e é capaz de conversar com os tripulantes da ISS à vontade. Ele chegará à Estação em junho, junto com o astronauta Alexander Gerst, e seu desenvolvimento contou, também, com a expertise da Airbus.
De acordo com Manfred Jaumann, engenheiro da Aribus, "o CIMON será a primeira missão baseada em inteligência artificial e assistência de voo", sendo este uma espécie de "cérebro flutuante" que não somente auxiliará os astronautas, como também aprenderá com eles.
As companhias treinaram o CIMON aqui na Terra para reconhecer a voz de Gerst, usando microfones e analisando seu rosto por meio de câmeras. Contudo, ele não conta com conexão com a internet, tendo "apenas" sua memória interna para fornecer as informações necessárias em suas interações, também podendo identificar problemas técnicos na ISS.
O astronauta usará o robô de junho, assim que chegar à ISS, até outubro, quando sua missão se encerrará. Durante esse período, o CIMON ajudará Gerst a resolver problemas como um assistente pessoal futurista, mas sem desviar sua atenção de sua missão principal, que, na verdade, são três: experimentar o crescimento de cristais no espaço, resolver um cubo de Rubik, e realizar um experimento médico completo como se fosse uma câmera inteligente.
Para interagir e aprender com Gerst, o CIMON conta com uma rede neural, tornando-se capaz, ainda, de avaliar o estado emocional e os efeitos psicológicos vivenciados pelos astronautas no espaço. "A interação social entre pessoas e máquinas, entre astronautas e sistemas de assistências equipados com inteligência emocional, pode desempenhar um papel importante no sucesso de missões de longo prazo", declarou a Airbus, dando a entender que a experiência do CIMON na ISS pode ajudar (e muito) as futuras missões que levarão o homem novamente à Lua, bem como para Marte, em um futuro não muito distante.
Já aqui na Terra, sistemas de assistência como o CIMON podem auxiliar hospitais e médicos com cuidados de enfermagem, por exemplo.
Fonte: Business Insider, IBM