Hubble registra a imagem mais nítida de galáxia “bizarra”
Por Daniele Cavalcante • Editado por Luciana Zaramela |
O telescópio Hubble capturou uma nova imagem espetacular da NGC 4753, uma galáxia lenticular de formato bem estranho. Na verdade, essa é a foto mais nítida desse objeto já capturada até hoje, segundo a NASA, revelando detalhes de suas estruturas de poeira que a tornam tão “bizarra”.
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A galáxia NGC 4753 fica localizada a 60 milhões de anos-luz de distância da Terra, na direção da constelação de Virgem. É um objeto bem estudado e os astrônomos acreditam que ela se formou a partir da fusão com uma galáxia anã há mais de 1 bilhão de anos.
Fusões entre galáxias são eventos bastante “tumultuados”, com muito gás e poeira envolvidos em interações gravitacionais conturbadas. Essas dinâmicas complexas formaram faixas de poeira bastante distintas ao redor do núcleo da galáxia resultante.
Talvez o que mais chama a atenção dos físicos na NGC 4753 seja seus arredores. É que a maior parte da massa dessa galáxia está em um halo esférico e invisível de matéria escura — a substância misteriosa que compreende cerca de 85% de toda a matéria do universo.
Os cientistas ainda não sabem do que a matéria escura é feita, mas podem detectá-la facilmente pelas interações gravitacionais das galáxias. Na verdade, é praticamente impossível explicar a massa das galáxias sem considerar a existência da matéria escura.
Apesar de seu formato esquisito, a NGC 4753 não é exatamente uma galáxia peculiar, tampouco extraordinária. Na verdade, ela só apresenta essa forma porque estamos observando-a de lado, em vez da visualização típica de “cima” para “baixo”.
Por fim, esta galáxia é muito útil para os astrônomos devido à presença de algumas supernovas do tipo Ia. Esses objetos são valiosos porque permitem calibrar as distâncias cósmicas dos objetos em nosso universo.
Sendo uma galáxia de baixa densidade, os astrônomos podem observá-la com facilidade, o que a torna uma boa fonte de informações importantes.
Galáxias lenticulares
Assim como as galáxias espirais, as lenticulares possuem grandes discos, mas sem braços espiralados. Elas já consumiram ou perderam a maior parte do material interestelar (gás e poeira formadores de estrelas), por isso são povoadas por estrelas velhas.
Por seus formatos de disco, os astrônomos cogitam que sejam um estágio intermediário entre as galáxias espirais e elípticas. No entanto, algumas delas são mais luminosas do que as espirais, tornando essa hipótese um pouco difícil de ser comprovada.
Fonte: NASA