Hubble e New Horizons se unem para revelar novas imagens de Urano
Por Daniele Cavalcante • Editado por Luciana Zaramela |
A NASA usou o Hubble e a sonda New Horizons, simultaneamente, para capturar imagens diretas de Urano. Enquanto o telescópio detalhou a atmosfera do planeta, a sonda forneceu uma visão mais ampla, ajudando a dar um contexto adicional aos dados.
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Estudos sobre Urano podem ajudar nas pesquisas sobre exoplanetas, já que muitos deles são semelhantes aos gigantes gelados do nosso Sistema Solar.
Observações recentes mostraram que Urano é mais escuro do que o previsto em certos comprimentos de onda, o que pode oferecer insights para os próximos telescópios que tentarão captar imagens diretas de exoplanetas.
Mais de 6.000 exoplanetas já foram descobertos, mas os principais métodos de detecção não incluem observação direta. Em vez disso, os astrônomos contam com o trânsito planetário, que é quando o exoplaneta passa na frente de sua estrela, diminuindo sua luminosidade.
Imagens diretas de mundos ao redor de outras estrelas são difíceis de obter, mas valiosas para avaliar a habitabilidade e a formação planetária. Urano, por sua vez, serve como um ótimo modelo para estudar exoplanetas, pois sua composição é semelhante à de muitos gigantes gasosos.
A New Horizons (que atualmente viaja pelo distante Cinturão de Kuiper) capturou o "crescente crepuscular" de Urano a 10,5 bilhões de km de distância. Já o Hubble, a “apenas” 2,7 bilhões de km do planeta, registrou detalhes atmosféricos no lado diurno, revelando nuvens e tempestades.
Uma das perguntas que os astrônomos se fazem a respeito dos exoplanetas gelados é se eles têm nuvens semelhantes às dos gigantes do sistema solar. Com as observações do Hubble, os cientistas puderam validar dados da New Horizons, mostrando que o brilho do planeta não variava com a rotação.
Essa informação indica à equipe que as características das nuvens de Urano não estavam mudando como resultado da rotação do planeta. Além disso, a New Horizons mostrou que planetas parcialmente iluminados podem ser mais escuros que o esperado, com reflexões atmosféricas diferentes.
Os resultados dessa pesquisa foram apresentados na 56ª reunião anual da Divisão de Ciências Planetárias da Sociedade Astronômica Americana, realizada em Idaho, EUA, entre 6 e 10 de outubro.
Fonte: Space.com