Dia Mundial da Astronomia: saiba mais sobre a data e sua importância
Por Daniele Cavalcante | Editado por Patricia Gnipper | 08 de Abril de 2022 às 08h55
No dia 8 de abril comemora-se, no Brasil, o Dia Mundial da Astronomia. Embora não seja uma data oficialmente reconhecida pela ONU — por isso não recebe o título de Dia Internacional —, ela é celebrada pelos astrônomos de nosso país e usada para eventos sobre o tema.
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Em outras partes do mundo, essa comemoração ocorre no dia 10 de abril, data que surgiu nos Estados Unidos em 1973 com o objetivo de criar uma interação entre o público geral e os astrônomos profissionais. Em ambos os casos, o objetivo é o mesmo: ampliar as vozes científicas para que o acesso ao conhecimento seja cada vez mais democrático.
Existem outras datas para celebrar este campo do conhecimento, como o Dia Internacional da Astronomia, que não tem um dia fixo no calendário porque se baseia nas fases da Lua. Este também não é reconhecido pela ONU, mas é comemorado mundialmente, o que também é um requisito válido para receber este título.
Divergências à parte quanto ao calendário, todas as datas comemorativas da astronomia são válidas para popularizar ainda mais esta que é uma das ciências mais antigas da humanidade. Começou lá atrás, com as culturas pré-históricas, que não apenas observavam o céu noturno, como também deixaram registros em vários artefatos astronômicos — vide o Stonehenge, no Reino Unido, e os montes de Newgrange, na Irlanda.
A importância do Dia Mundial da Astronomia
Após Galileu Galilei adaptar e apontar um telescópio para o céu pela primeira vez, em 1609, surgiu a astronomia moderna. Ela separou o conhecimento científico das crenças que vieram com as antigas observações. Durante o período medieval, seu estudo era obrigatório, e dessa época em diante muitas descobertas importantes revolucionaram a compreensão humana sobre o céu que paira acima de nós.
Hoje, considera-se astronomia o estudo dos corpos celestes e dos fenômenos cósmicos que acontecem fora da atmosfera terrestre. No entanto, as muitas áreas dessa ciência são distribuídas em duas grandes categorias: a observacional, que é quando se estuda observando o espaço através de telescópios e instrumentos que fazem leituras científicas, e a teórica, que consiste no uso dos dados coletados e modelos analíticos para descrever objetos e fenômenos do universo.
No campo observacional, os astrônomos coletam dados de fótons (partículas emissoras da luz e de todas as outras radiações eletromagnéticas) para encontrar objetos, eventos, medir distâncias, calcular datas e aprender mais sobre como as coisas em grande escala se formaram. O campo teórico não se distancia muito das observações, mas busca meios de explicá-las através da matemática.
Claro, essa é uma simplificação bastante "simplória" dos estudos científicos. À medida que a tecnologia avança, os astrônomos ampliam mais e mais os métodos de investigação, usando telescópios cada vez mais potentes para as observações e computadores cada vez mais poderosos para simular e testar as novas hipóteses e reforçar (ou contestar) teorias já estabelecidas.
Além disso, a astronomia se sub-divide em diversos "saberes", alguns relativamente recentes. Eis alguns deles:
- Radioastronomia — estudo de objetos e eventos cósmicos através das ondas de rádio;
- Arqueoastronomia — procura resgatar o conhecimento de povos antigos sobre o céu;
- Cosmologia — ciência que estuda a estrutura, evolução e composição do universo;
- Astrobiologia — investiga a existência de vida em outros mundos, como ela se processaria fora da Terra e como pode exercer influência sobre o funcionamento do universo.
Qualquer um pode ser astrônomo, mesmo que não ingresse em uma faculdade específica — estes são os chamados astrônomos amadores, e os cientistas "profissionais" sempre conta com a ajuda deles. Por isso, esta data é tão importante, já que ajuda a atrair a atenção de pessoas de todas as idades para as maravilhas do céu noturno.
Mergulhando "de vez" na astronomia
Gosta das fascinantes descobertas astronômicas? Pois saiba que, para ser um astrônomo amador, basta interesse pelo assunto, bastante leitura, e um local que favoreça a observação de estrelas à noite. Nessa jornada, você pode encontrar um grupo de astronomia amadora em sua cidade; assim, você pode ter acesso a equipamentos como binóculos e telescópios para começar suas próprias observações.
Caso queira se profissionalizar e se dedicar às pesquisas científicas junto aos institutos e agências espaciais, o primeiro passo é ingressar em um curso de graduação na área de física. Você aprenderá tanto a física clássica quanto a mecânica quântica, além das teorias de Albert Einstein, entre outras disciplinas fundamentais para a profissão.
Se você é entusiasta do assunto e quer saber das principais novidades, mas não tem tempo para acompanhar o noticiário científico, o Canaltech te ajuda! Todo sábado nossa editoria de espaço publica duas colunas dedicadas ao tema. Uma delas é O céu não é o limite, publicada sábados às 20h, na qual fazemos um resumo das principais notícias da área que rolaram na última semana. A outra é Destaques da NASA: fotos astronômicas da semana, que sai todo sábado às 11h com as imagens que a agência espacial dos Estados Unidos compartilha em seu site Astronomy Picture of the Day (APOD), com explicações e curiosidades sobre cada uma delas.