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Gateway Foundation vai testar protótipo de seu espaçoporto em solo

Por| 14 de Janeiro de 2021 às 22h20

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Reprodução/Gateway Foundation/Universe Today
Reprodução/Gateway Foundation/Universe Today

A Gateway Foundation foi fundada com o objetivo de construir uma estação rotativa em órbita que vai poder abrigar até 450 visitantes. Como essa não é uma tarefa simples, é preciso estabelecer a infraestrutura necessária em órbita e desenvolver estruturas menores para testes — como a estação Voyager Class, que também seria rotativa. Assim, em um vídeo recente, John Blincow, CEO da Orbital Assembly Corporation (OAC), apresentou os trabalhos que vêm fazendo em no componente DStar e novidades que estão por vir.

Apesar de não ter entrado em detalhes, Blincow comentou que haverá uma demonstração do componente, além de um grande e histórico anúncio nas próximas semanas. Na verdade, o projeto da Gateway teve grande inspiração em uma proposta do cientista alemão Wernher von Braun, responsável por conceitos como a estação espacial em roda idealizada pelo cientista Konstantin Tsiolkovsky. Ele publicou um livro onde descreve uma estação espacial que iria depender de energia solar, estufa de sistema fechado e seria rotativa para gerar gravidade artificial.

Para que uma estação do tipo possa ter atividades comerciais algum dia, economistas, analistas e entusiastas da área sugeriram usos como hotéis espaciais e turismo espacial. Mas, para isso, é preciso reduzir os custos do lançamento de cargas úteis para o espaço, além de uma indústria autossustentável em órbita; essa indústria precisaria do Structure Truss Assembly Robot (STAR), um componente que poderia fabricar as estruturas das estações Voyager e Gateway. É aqui que entra o protótipo DStar.

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A ideia é que este protótipo, em solo e em escala bem menor, produza as estruturas das estações Gateway e Voyager. Assim, a Foundation tem planos para utilizá-lo ainda neste ano para criar uma moldura do tamanho de um campo de futebol em apenas 90 minutos — e isso na Terra mesmo. Com essa demonstração, será possível validar o design e mostrar que a tecnologia é capaz de produzir estruturas de construção em órbita. Blincow comentou no vídeo que “o programa DSTAR vai demonstrar a habilidade de construir grandes estruturas no espaço rapidamente, além de métodos básicos para unir e mover componentes estruturais no STAR em escala completa em órbita”, disse.

Segundo ele, a produção do protótipo foi finalizada no ano passado e, se tudo correr bem na demonstração, a Foundation vai poder avançar para a próxima etapa. Aqui, o plano envolve lançar o protótipo de voo PSTAR para demonstrar a construção robótica com a construção de uma estrutura circular em órbita. Futuramente, essa estrutura vai ser a base para o programa Gravity Ring que, assim como o PSTAR, também é uma versão em escala menor da estação Voyager, em formato de anel. A empresa deverá utilizá-lo para reduzir os riscos associados ao projeto e produção da estação, além de mostrar para investidores que têm capacidade para controlar a dinâmica operacional de uma formação rotativa — além da eficiência e validação do processo de construção rápida.

O futuro da Gateway 

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O Gravity Ring irá atuar como uma ferramenta de pesquisa valiosa, que irá conferir dados importantes para agências espaciais como a NASA, ESA, JAXA e outras. Estes dados vão poder ser usados por empresas aeroespaciais privadas, universidades e institutos de pesquisa, que vão poder explorar os benefícios de estações rotativas. Na verdade, Blincow apontou até a possibilidade de convencer a NASA a migrar os estudos para as estações rotativas: "não propomos que a NASA abandone a pesquisa na microgravidade [...], mas as pessoas precisam da gravidade para se manterem saudáveis, então, depois do trabalho, elas podem ir para uma estação rotativa para comer, dormir e se exercitar", disse.

Blincow e seus colegas esperam ver estações espaciais rotativas e de microgravidade operando juntas, para proporcionar tanto benefícios à saúde dos astronautas quanto pesquisas que possam contribuir para a exploração do espaço profundo. Além disso, a Gateway vai permitir uso comercial do espaço com hotéis e ambientes recreativos, oportunidades que também podem ser proporcionadas pela estação Voyager. O custo para produzir toda a estrutura e alcançar os benefícios que poderão ser proporcionados será enorme, mas as recompensas também o serão; mas, assim como ocorre com a construção de estruturas para o espaço, a questão depende muito mais do financiamento e, claro, do "empurrãozinho" para tirar o projeto do papel.

Fonte: UniverseToday